quarta-feira, 13 de março de 2019

* * * * 2ª Caminhada Extraordinária . Época 2018 / 2019 * * * * _____À Descoberta de Mértola . Dias 8, 9 e 10 de Março____



Álbuns de Fotos:
Acilina Couto
Acilina Couto (Video)
Céu Fialho
Raul Almeida
Dores Alves
Carlos Evangelista
Luz Fialho
Data do encontro – 8, 9 e 10 de Março de 2019
Local – Mértola
Percurso – Parte do PR1- Guadiana, O grande rio do Sul
Distância – 12 Kms (percurso pedestre 6 Kms + visita cultural 6 Kms)
Caminhantes - (60) Acilina Caneco, Ana Almeida, Ana Bela Fernandes, António Clemente, António Pires, Carlos Barbosa, Carlos Evangelista, Carlos Penedo, Carmen Firme, Céu Fialho, Chico Pires, Cidália Marta, Clara Maia, Cristina Umbelino, Dores Alves, Estela Garcia, Fátima Libânio, Fernando Bernardino, Fernando Couto, Fortunato de Sousa, Gabriela Bentes, Gil Furtado, Gilberto Santos, Graça Sena, Helena Meleiro, João Duarte, José Clara, Josefa Carrasco, Júlia Costa, Kinita de Sousa, Lídia Albuquerque, Lina Fernandes, Lúcio Libânio, Luís Fernandes, Luísa Clemente, Luísa Gonçalves, Lurdes Barbosa, Lurdes Clara, Luz Fialho, Manuel Garcia, Manuel Pedro, Margarida Graça, Margarida Lopes, Margarida Serôdio, Maria do Céu Esteves, Maria Teresa Santos, Octávio Firme, Odete Vicente, Pedro Albuquerque, Raul Almeida, Rogério Matias, Rosa Silva, Rui Graça, Socorro Bernardino, Teresa Palma Duarte, Teresa Santos, Teresa Viras, Tina Rita, Victor Gonçalves, Virgílio Vargas
Organizadores – Josefa Carrasco, Luz Fialho, Céu Fialho, Fortunato de Sousa
Refeições – Em Mértola: jantar no Restaurante do Hotel Museu, almoço de Sábado no Restaurante O Repuxo, jantar de Sábado no Restaurante Espaço Casa Amarela, almoço de Domingo no Restaurante Alengarve
Próxima Caminhada – 20/03/201, nas Mouriscas – Abrantes (organizam Lurdes Clara e José Clara)
Reportagem
Sexta-feira, 8 de Março
De autocarro, ou em viatura própria, foram 60 os Caminhadeiros que na tarde de 6ª feira viajaram até Mértola para a 2ª Caminhada Extraordinária da época 2018-2019. Dado que se comemorava o Dia Internacional da Mulher, todas as Caminhadeiras receberam dos Mores uma rosa vermelha (e era ver, no regresso a Lisboa, as diversas soluções que cada uma encontrou para que a sua rosa chegasse a casa ainda viçosa…)
Foi igualmente distribuído o crachat relativo à Caminhada, mais uma vez da autoria do António Palma que, inspirado como sempre, conjugou numa composição harmoniosa, o cavaleiro árabe Ibn Qasî, o desenho do símbolo do Campo Arqueológico de Mértola (CAM) e o casario da Vila-Museu. Obrigada Palma!
Um imprevisto levou a que parte do trio organizador feminino não participasse no jantar, servido no Hotel Museu. Em “compensação”, e apesar da hora tardia a que chegámos, fomos obsequiadas com uma calorosa recepção que até estacionamento reservado incluiu. O espírito de entreajuda dos Caminhadeiros sempre a manifestar-se!
O serão foi passado em animado convívio no bar do Hotel, após o que todos foram recolhendo aos aposentos repartidos entre o Hotel Museu e a Pensão Beira-Rio.
Na sala onde o grupo tomava o pequeno-almoço, esteve patente uma exposição de fotos do Carlos Evangelista, cujo tema era: "as mãos que nos abraçam". As mãos dos mais diversos Caminhadeiros, "apanhadas" nas mais diversas situações. A costumeira criatividade do nosso amigo CEF :)
A intenção era que quem se reconhecesse e quisesse ficar com a foto, a comprasse por um euro, revertendo o produto para o fundo Caminhadeiro solidário.
O nome do Hotel não podia ser mais adequado, já que durante a sua construção foram postos a descoberto vestígios de um bairro portuário construído e habitado no século XII, e que se encontram musealizados, havendo também inúmeros objectos da vida quotidiana na época islâmica, devidamente identificados.
Graças ao espírito dinâmico da Josefa Carrasco – a verdadeira obreira desta caminhada – o figurino foi diferente do habitual, com a parte cultural a preencher todo o sábado, deixando a tradicional caminhada para a manhã de domingo.
Sábado, 9 de Março
O sábado amanheceu esplendoroso, e boa parte dos Caminhadeiros apareceu já de manga curta na sala do pequeno almoço (havendo mesmo quem se apresentasse de calções!), uma vez que a meteorologia estimava uma subida da temperatura até aos 21°C.
Antes e depois do “quebra jejum”, todos se deliciaram com a paisagem que daquele ponto se derramava sobre o Guadiana; de facto, a localização de ambas as unidades hoteleiras é verdadeiramente privilegiada, e assim os telemóveis e as máquinas fotográficas começaram a disparar numa actividade quase constante. Abençoada era digital!
Pelas 9 horas começou a subida da escadaria que nos levaria ao Largo Vasco da Gama – mais um ponto de miradouro, mais fotos, muitas fotos - a partir do qual acedemos ao Turismo, passando pelo Mercado, onde alguns “marcaram” logo os produtos que haveriam de comprar aquando da descida para o almoço.
No Posto de Turismo já nos aguardava a D. Mafalda Silva, guia turística, que nos ajudaria num percurso por alguns dos muitos núcleos museológicos que constituem o Museu de Mértola, concretizando o nome escolhido para esta jornada caminhadeira, “À descoberta de Mértola”.
Meia dúzia de passos foram suficientes para entrarmos na Oficina de Tecelagem, um espaço em que se podem observar inúmeros objectos relacionados com o Ciclo da Lã, e onde duas artesãs ainda confeccionam, num tear artesanal, as tradicionais mantas de lã, uma das artes mais antigas da região. Foi muito interessante assistir ao trabalho de uma tecelã, que, sem deixar de trabalhar, foi respondendo a todas as perguntas que lhe foram feitas. Ficámos ainda a saber que ali são igualmente ministrados cursos de formação com o intuito de não deixar morrer este saber.
E lá houve quem não resistisse a algumas das peças expostas para venda, e comprasse as primeiras recordações.
Embora não estivéssemos ainda na caminhada propriamente dita, começámos a perceber que iríamos ter muito que andar para conhecer um pouco de Mértola…
Subindo mais um pouco, chegámos à Igreja Matriz, onde a nossa guia fez uma resenha do muito que já se sabe sobre o monumento, fruto dos estudos desenvolvidos ao longo dos últimos quarenta anos, tantos leva o CAM de actividade continuada.
O templo apresenta vestígios de construções anteriores à ocupação muçulmana, que ocorre no século VIII, e embora então ali deva ter existido um santuário, a construção da Mesquita datará do século XII. Após a tomada cristã de Mértola aos Mouros, o templo é entregue à Ordem dos Cavaleiros de Santiago, altura em que é reconvertido para o culto cristão, com aproveitamento das construções existentes, mas só 3 séculos mais tarde D. Manuel ordena obras de monta que lhe dão a arquitectura que ainda hoje conserva. Por isso é possível admirar ainda as muitas marcas relativas ao templo muçulmano, das quais a mais significativa é o mihrab, nicho poligonal característico das mesquitas, orientado para Meca, dando indicação aos fiéis para onde devem voltar-se ao fazer as suas preces diárias. No exterior, o portal da Igreja, já renascentista, é encimado por um óculo e apresenta ainda o símbolo da Ordem de Santiago.
Antes de abandonar este núcleo museológico, pudémos ainda observar fragmentos (por exemplo, capitéis, impostas, azulejos) que terão pertencido à antiga igreja paleocristã ali construída por volta do século VI, e que se crê ter sido partilhada pelas comunidades cristã e muçulmana antes da construção da Mesquita.
No nosso périplo pelos tesouros de Mértola, seguimos para a Alcáçova do Castelo, local onde se iniciaram, em 1978, os trabalhos do CAM que, desde então, puseram a descoberto uma necrópole, e um complexo religioso paleocristão.
É sobre estas construções que vem a ser edificado, no século XII, um bairro islâmico do qual já foi possível identificar 15 habitações, algumas das quais são perfeitamente reconhecíveis por entre as escavações.
A criação de uma réplica, à escala real, de uma Casa Islâmica, permite aos visitantes compreender a estrutura dessas habitações, algumas das quais tinham já um sistema de esgotos próprio. Foi com muito interesse que os Caminhadeiros percorreram as várias divisões, desde o Pátio Central onde eram recolhidas as águas da chuva – e a que se acede a partir da rua através de uma entrada em cotovelo, para uma maior privacidade – até ao Salão e à Alcova.
Percorremos de seguida uma enorme extensão de escavações, onde se pode observar parte de um possível Forum romano e de um Baptistério dos séculos V-VI, rodeado por mosaicos com figuras de animais e cenas de caça, alguns dos quais em muito bom estado de conservação. De assinalar também o Criptopórtico (galeria subterrânea), que uns quantos “espreitaram”.
Da Alcáçova, subimos um pouco mais até ao Castelo, de construção árabe (aproveitando materiais anteriores), onde a estátua equestre de Ibn Qasî homenageia o governante que reinou durante a 2ª Taifa de Mértola. Dessa época apenas restam a entrada em cotovelo, as fundações de algumas torres e a porta principal. No final do século XIII, é erguido o castelo cristão com uma Torre de Menagem onde será instalada a primeira sede da Ordem de Santiago em Portugal.
Quando chegámos à Praça de Armas, onde a nossa guia nos contaria mais um pouco da história de Mértola, todos buscavam um assento (o exercício físico começava a deixar marcas!) de preferência à sombra, pois o meio do dia avizinhava-se e o calor já apertava.
Antes de entrarmos na fortificação, aproveitou-se a escadaria que lhe dá acesso para fazer a tradicional foto de grupo, desta vez a cargo do Raúl Almeida. Luís Martins, as tuas fotos também ajudariam… Parabéns aos avós e obrigada Raul!
Enquanto uns subiam ao alto da Torre, tendo como prémio do esforço despendido uma vista fabulosa sobre a vila e o rio, outros ficaram a assistir à projecção de um filme que nos dá uma ideia muito clara da arquitectura do Castelo e da sua evolução ao longo dos séculos.
Existe também um espaço expositivo, e dentre as peças que se podem observar chama a atenção pela sua beleza uma “Tigela em cerâmica vidrada em branco, verde e manganés, com cordão da eternidade”, do século X.
Terminada a visita ao Castelo, descemos (finalmente!) até à Basílica Paleocristã de cuja existência se suspeitava desde o final do século XIX – por ocasião da visita do arqueólogo Estácio da Veiga – mas que apenas no final do século XX as escavações a cargo do CAM permitiram confirmar. Do templo, que abrangeria uma área de 500 metros quadrados apenas foi possível proteger cerca de 20%, pois o restante já tinha sido destruído durante sucessivas intervenções. Todavia, pela análise dos achados, em particular da informação epigráfica, é possível afirmar que a sua construção data de meados do século V tendo permanecido em actividade até às primeiras décadas do século VIII. No espaço agora preservado foi possível observar uma série de estelas funerárias, que nos confirmam a existência de uma necrópole no local.
Terminado o programa cultural estabelecido para a parte da manhã, dirigimo-nos para o Restaurante “O Repuxo”, onde tudo se encontrava a postos: 3 mesas enormes, ao ar livre, onde começaram a chegar as iguarias preparadas para o nosso almoço; quer o prato de peixe - Bacalhau no forno - quer o de carne -Migas com carne frita -, foram do agrado geral e o vinho branco e o tinto alentejanos também foram aprovados! A juntar à excelente qualidade de “sólidos e líquidos”, é obrigatório mencionar a simpatia dos vários funcionários que tudo fizeram para que o serviço não desmerecesse. Para finalizar, houve ainda uma compra generalizada de frascos de mel, apesar de termos que carregar com mais esse quilograma durante as visitas que se seguiriam ao almoço.
E embora o que mais apetecesse fosse aproveitar algumas sombras para uma boa sesta, não pudémos ceder à tentação, pois a nossa guia já nos esperava para o programa cultural da tarde.
Começámos pela Casa Romana, encontrada há menos de 20 anos quando se procedeu a obras de remodelação dos Paços do Concelho, situados na Casa do Lanternim. As escavações efectuadas pelo CAM levaram à conclusão de que se tratava de uma casa que teve duas épocas de ocupação, ainda no período romano, que se situava na rua principal da cidade e que terá pertencido a um abastado comerciante.
Entre as várias peças expostas sobressai a do “Togado”, figura masculina esculpida num único bloco de mármore, a que faltam a cabeça e as mãos e que representa um alto funcionário municipal. Foi encontrada na cave de uma casa particular e os herdeiros do seu proprietário doaram-na ao município para integrar este espaço. De destacar também duas ânforas, doadas ao Museu de Mértola pelos herdeiros de um particular, pertencentes a um conjunto de 30 que foram encontradas no início do século XX na zona de Além-Rio.
A nossa visita aos principais núcleos museológicos de Mértola aproximava-se do fim, restavam-nos apenas o Museu Islâmico e o Museu de Arte Sacra.
Dirigimo-nos ao primeiro, em cujo piso térreo assistimos à projecção de um pequeno filme que realça as inúmeras semelhanças entre algumas actividades e as tradições seculares da região de Mértola e de um município marroquino, com o qual está geminada, Chefchaouen, conhecida como Vila Azul.
Em seguida, todos nos deliciámos com as inúmeras peças de cerâmica, provenientes das escavações efectuadas no Bairro Islâmico. Para além daquelas em que se pode apreciar a técnica de vidragem polícroma chamada “corda seca”, estão também expostas outras mais simples, como as panelas usadas para cozer alimentos. Testemunhos das diversas actividades diárias, vimos ainda várias peças relacionadas com a tecelagem (agulhas, tesoura, etc.), fragmentos de cadinhos de uma oficina de ourives, e de alguns jogos.
A nossa expectativa de poder apreciar a Tigela que foi escolhida como símbolo do CAM – e habitualmente figura central deste Museu - saiu defraudada, pois a mesma foi cedida temporariamente para integrar a exposição “Contar Áfricas”, patente no Padrão dos Descobrimentos. Menos mal, quem estiver realmente interessado em vê-la, e puder, terá ainda até meados do mês de Abril para o fazer. A peça, atribuível a uma oficina tunisina do século XI representa uma cena de caça, em que um cavaleiro (que apenas adivinhamos) persegue uma gazela ajudado por um cão e por um falcão.
Para terminar a componente cultural desta Caminhada Extraordinária, restava apenas o Museu de Arte Sacra, criado essencialmente para acolher estatuária, pintura e alfaias religiosas existentes em igrejas e ermidas espalhadas pelo concelho, em preocupante estado de degradação e ou pouco seguras.
Despedimo-nos da nossa guia com uma calorosa salva de palmas, agradecendo-lhe assim tudo o que partilhou connosco sobre a história e as riquezas desta Vila-Museu.
O final da tarde foi aproveitado de formas variadas pelos Caminhadeiros, passeando junto ao rio, descansando da actividade física sentados na esplanada do Hotel, enfim, cada um se preparou como melhor achou para estar em condições de apreciar o jantar, na “Casa Amarela”.
Com uma localização privilegiada sobre o Guadiana, numa noite serena, em que o rio mais parecia um lago, e com as casas da outra margem a reflectir-se nas águas, o cenário era maravilhoso e deixava todos encantados.
Antes de se iniciar a refeição, foram colocadas junto de cada lugar as lembranças que a organização tinha decidido oferecer – um queijo de ovelha da Queijaria da Corte Gafo e um porta-chaves em acrílico retratando a “tal” Tigela que também consta do crachat.
O jantar iniciou-se com várias entradas, sendo unânime a satisfação com os ‘Ovos mexidos com espargos’, que estavam maravilhosos! Seguiu-se um ‘Creme de coentros e alecrim’, muito aveludado que ajudou a preparar os estômagos para o prato principal. Mas antes que o mesmo fosse servido, surgiu a grande surpresa da noite – a entrada do Grupo Coral “Os Caldeireiros de S. João”, da vizinha freguesia de S. João dos Caldeireiros, grupo de Cante Alentejano, que nos brindou com três “modas”, muito aplaudidas, com a promessa que regressariam antes do final do jantar. Foi então servido o ‘Entrecosto no forno com mel e rosmaninho’, elogiado por todos os comensais.
Escusado será dizer que sucessivos brindes foram sendo feitos, ao António Palma – ausente desta Extraordinária – pelo bom gosto das suas criações artísticas, ao grupo organizador, a todos os Caminhadeiros, enfim, pretextos não faltaram para erguermos os nossos copos, celebrando a alegria e cumplicidade de todos.
Passou-se à sobremesa, e antes que os digestivos - licores de confecção caseira - os biscoitos e os cafés fossem servidos, pudémos ainda escutar mais umas “modas” entoadas pel´Os Caldeireiros de S. João, a quem no final oferecemos uma placa comemorativa da sua participação nesta jornada caminhadeira. Os amantes do cante alentejano aproveitaram ainda para adquirir alguns CD gravados pelo Grupo Coral.
O serão tinha sido longo, e passava da meia noite quando abandonámos a Casa Amarela.
Domingo, 10 de Março
Sem atrasos, todos os Caminhadeiros se apresentaram no pequeno almoço irradiando boa disposição, e os mais despachados puderam ainda aproveitar o sol na esplanada, antes de partirmos para a verdadeira Caminhada.
Dada a hora a que tínhamos regressado do jantar, na véspera, e devido à obrigatoriedade de um número de horas mínimo de descanso do motorista do autocarro, o início teve de sofrer um adiamento, o que implicou uma diminuição da sua extensão, para que fosse possível cumprir o restante programa. Mas como já tínhamos uns quantos quilómetros acumulados da véspera…
A caminhada começou “a corta-mato” (porque o autocarro não conseguiu “entrar” no caminho inicialmente previsto), permitindo uma primeira imersão no campo e nos seus cheiros; toda ela decorreu sem problemas, sempre com o rio à vista, e nalguns pontos com perspectivas muito bonitas sobre o casario de Mértola e o seu Castelo, convidando a mais uma foto. Distribuídos ao longo do caminho, diversos painéis informativos chamavam a atenção para as espécies, vegetais e animais, mais importantes da zona; entre elas, as rainhas eram sem dúvida as estevas, tantas, tão lindas! Foi pena não termos tempo de descer até ao rio e conhecer todos os painéis da biodiversidade da Bombeira do Guadiana mas havemos de lá voltar, porque Mértola ainda tem muito para nos mostrar. Antes de tomarmos o caminho de regresso e enquanto esperávamos os caminheiros da cauda, dois ou três audazes em modo contra-relógio, foram até ao portão da Bombeira do Guadiana, herdade onde se produz um vinho com a mesma designação. No regresso, alguns passaram por uma placa que narra a lenda do Poço dos Dois Irmãos, mais uma das muitas em que o imaginário popular é pródigo; outros tomaram o mesmo trilho do início do percurso.
Uma vez a bordo do autocarro, rapidamente chegámos ao restaurante “Alengarve”, última paragem gastronómica. E que paragem! Os queijos e a linguiça, caseiros, constituíram uma entrada de mão cheia, mas “a cereja no topo do bolo” foi o ‘Cozido de grão’, prato tipicamente alentejano, que fez as delícias de todos, havendo até quem o tenha considerado o nº 1 de todas as iguarias que nos foram servidas ao longo da estada em terras de Mértola.
Antes que os brindes começassem a proliferar, foi proposto um, muito especial, à Josefa Carrasco, verdadeira alma desta Caminhada Extraordinária. Nada mais merecido!
Mas não abandonaríamos Mértola sem uma última actividade lúdico-cultural – repartidos em três grupos, pudémos ainda desfrutar de um passeio de barco pelo Guadiana, durante o qual admirámos a vila de um ângulo diferente, e muito belo, tendo ainda avistado, para além das numerosas cegonhas que já nos tinham acompanhado ao longo de todos os nossos percursos, algumas garças-reais, e também o Convento de S. Francisco.
A despedida de Mértola fez-se cerca das 17h30m, com grande parte dos Caminhadeiros a contar na sua bagagem com um fresquíssimo pão alentejano, amassado e cozido poucas horas antes!
A viagem de regresso decorreu com a boa disposição tão característica deste grupo, revivendo os momentos mais alegres, e pensando já na próxima caminhada, na zona das Mouriscas.
Em jeito de agradecimento a todos os Caminhadeiros pela forma como estes dias decorreram, deixamos alguns links em que poderão documentar-se sobre factos relacionados com os tesouros de Mértola e com a actividade, tão meritória, do Campo Arqueológico de Mértola, e do seu grande impulsionador, Cláudio Torres.
Visitar Mértola
Portal do Arqueólogo
Invasão Muçulmana
Campo Arqueológico de Mértola

Saudações Caminhadeiras em passada extraordinária,

Maria da Luz Fialho


7 comentários:

ceufialho@gmail.com disse...

Ainda bem que a mana Marylight, ao almoço de domingo, se alevantou e repôs a verdade dos factos. Eu levei o jantar de sábado com o mesmo discurso entalado, sem nunca o expressar, com medo de ferir alguma susceptibilidade (?!):
Na verdade, a alma (alma, corpo, pele, tudo!) desta extraordinária jornada foi a Josefa. Ela pensou, concebeu, recolheu informação, organizou, esfalfou-se. O Fortunato deu uma enorme ajuda na parte logística. As manas, generosamente incluídas nos planos desde o princípio, na sua qualidade de baixo-alentejanas, pouco mais fizeram que mandar uns palpites e bitaites.
O resultado foi o que se viu: a pequena pensou em tudo - na caminhada, na cultura, nos presentes, nos óptimos restaurantes, no passeio de barco, até no pão alentejano!!!
Foi um fim-de-semana em cheio. Obrigado, oh sócia!

Maria do Céu disse...

Os meus parabéns às" organizadeiras" e organizador pelo belíssimo fds. Obrigada.

Rogerio disse...

Grande fim de semana, muitos Parabéns às organizadoras e organizador, pela excelente organizaçao
Obrigdo
Roger

Gabriela Bentes disse...

Gostei imenso de vos rever a todos e melhor reencontro não podia ter sido.
Foi realmente um fds de excepção com todos os "condimentos" para ser o que foi Fantástcico!
Bem hajam as "migas" e os "migos" alentejanos
Beijinho e até uma próxima

Lurdes Barbosa disse...

Mais um fds em grande, com mais uma espetacular caminhada extraordinária, com uma excelente narrativa e uma fantástica reportagem fotográfica. Muitos Parabéns e muito Obrigada a todos os organizadores e restantes intervenientes!;) Até à proxima extraordinária! Beijinhos e abraços para todos os Caminhadeiros!

António Dores Alves disse...

Muito bem em tudo esta caminhada extraordinária. Obrigado a todos que contribuíram para a sua realização. Até sempre.

Josefa disse...

Obrigam-me a responder, o que não estava nos meus propósitos. Não sou merecedora de tantos elogios! Obrigada a todos. Tentamos sempre dar o nosso melhor… Aproveitando a "deixa" do cordão do infinito, que observámos e referido nas reportagens, um trabalho acaba, outro começa: pensar na próxima actividade a organizar, iniciar os seus alicerces e tentar corrigir o que correu menos bem desta vez.
Saudações caminhadeiras em passada alentejana,
Josefa