Local: Viana do Castelo – (De Deão a Ponte de Lima / Passeio pela Viana Monumental).
Percursos: 13, 700 kms - 03: 00 Horas / 3, 700 kms - 01: 30 Horas
Caminhantes (Sábado dia 14): Alice Miranda; A. Henriques; Isabel Henriques; A. Clemente; Luísa Clemente; António Guimarães; Carlos Penedo; Carlos Evangelista; Tina Rita; Carlos Sales; Bina Sales; Chico Pires; Dores Alves; Evaristo Cunha; Fortunato de Sousa; Quinita de Sousa; Graça Sena; José Guimarães; Luís Fernandes; Lina Fernandes; Luís Martins; Gilberto; Teresa Santos; João Duarte; Teresa Palma; Manuel Reis; Helena Gago; Maria do Céu; Manuel Pedro; Manuel Garcia; Odete Vicente; Octávio Firme; Carmen Firme; Rogério Matias; Rui Afonso; Irene Afonso; Tomáz Pessanha; Hélia Jorge; Vitor Gonçalves; Luísa Gonçalves;
Ao Almoço: Os mesmos e também Angelina Martins; Fátima Cunha; João Evangelista; Maria Gertrudes; Estela Garcia; Ricardo Vaz;
Ao Jantar: Os mesmos e também a Graça Penedo; Luís Penedo; Sebastião Penedo; Rosa Maria.
Caminhantes (Domingo dia 15): Alice Miranda; A. Henriques; Isabel Henriques; A. Clemente; Luísa Clemente; Carlos Penedo; Carlos Evangelista; Tina Rita; Carlos Sales; Bina Sales; Chico Pires; Dores Alves; Fortunato de Sousa; Quinita de Sousa; Graça Sena; João Evangelista: Maria Gertrudes; Luís Fernandes; Lina Fernandes; Luís Martins; Angelina Martins; Gilberto; Teresa Santos; João Duarte; Teresa Palma; Manuel Reis; Helena Gago; Maria do Céu; Manuel Pedro; Manuel Garcia; Estela Garcia; Odete Vicente; Octávio Firme; Carmen Firme; Rogério Matias; Rui Afonso; Irene Afonso; Tomáz Pessanha; Hélia Jorge; Vitor Gonçalves; Luísa Gonçalves;
Ao Almoço; Os mesmos e também Graça Penedo; Luís Penedo; Sebastião Penedo; Rosa Maria; Fátima Cunha; Evaristo Cunha; António Amorim; Fátima Amorim; Ricardo Vaz;
Organizadores: Irene Afonso, Rui Afonso e Carlos Penedo
Almoço de Sábado: Restaurante Sabores do Lima (Tel. 258.931.121)
Jantar de Sábado: Quinta da Presa
Almoço de Domingo: Quinta da Presa II
Próxima Caminhada: 02 / 05 / 2012 – (Organiza o Carlos Sales)
Fundo de Reserva: € 1.189,53
Reportagem:
Todos os Caminhadeiros que já passaram pela grata experiência de organizar um evento caminhadeiro (seja ele normal ou extraordinário), sabe perfeitamente que o 1º percurso a efectuar nunca são os kms que andamos no dia da caminhada. Antes disso, há todo um trabalho de preparação que envolve o consumo de muitas horas no reconhecimento do local do percurso, escolha e negociação com os restaurantes onde vamos repôr as energias consumidas, alojamento, seleção do local da visita cultural, mais o chá, etc. etc. etc. Tudo isto para vos dizer, que o evento caminhadeiro organizado no passado fim de semana pela Irene, pelo Rui e pelo Carlos, certamente teve a sua passada inicial há algumas semanas atrás. Se assim não fôsse, não teriamos tido oportunidade de usufruir de todo um programa caminhadeiro tão intenso e tão bem preenchido, quase a roçar a utopia em termos de organização.
Desta vez o local de concentração foi o Hotel do Parque em Viana do Castelo, onde as várias dezenas de caminhadeiros que decidiram marcar presença na 1ª extraordinária da época, começaram a dar chegada na Sexta-Feira dia 13. ‘La pareja’ Carmen e Octávio Firme, acompanhados como sempre pelo casal Clemente, foram os 1ºs a chegar em viatura própria, o que lhes permitiu usufruir da companhia dos anfitriões na última refeição do dia. Já perto da meia noite, sem luar mas com chuva, chegou o autocarro com o grupo de Lisboa, depois de uma viagem confortável e como sempre em ambiente alegre. Música ao vivo interpretrada pelos ‘cavaquinhistas’ Henriques e Manuel Reis deram apoio às vozes do costume nas viagens de longo curso. A Hélia e o Tomáz, que também viajaram desde Lisboa em viatura própria, chegaram ao hotel ainda a tempo de compartilhar alguns momentos com o pessoal conhecido de longa data e ao mesmo tempo aperceberem-se do ambiente que caracteriza este inconfundível grupo de gente reinventada. No dia seguinte pela manhã, deram chegada vindos do Porto o António e o Zé Guimarães, e o meu velho amigo e nóvel caminhadeiro Evaristo Cunha que veio de Vila Nova de Cerveira.
As condições meteorológicas estavam de acordo com as previsões do dia anterior, pelo que o pessoal se apresentou equipado à prova de tempestade. Alguns e algumas caminhadeiros e caminhadeiras tiveram mesmo a ousadia de se apresentar com capas impermeáveis e chapéus de chuva, numa demonstração inequívoca do que é a precaução em ambiente redundante. Bem, o autocarro lá saíu defronte da porta do hotel à hora marcada, de modo a podermos dar início ao percurso pedestre desde Deão até Ponte Lima, sempre com a margem esquerda do rio com o mesmo nome também do nosso lado esquerdo. A meio do percurso e já com varias centenas senão milhares de fotografias recolhidas e devidamente justificadas pela beleza da área envolvente, eis senão quando, fomos surpreendidos pela 1ª armadilha preparada pelos organizadores: um bar tipo cabana à beira rio, localizado em Vitorino das Donas, onde teve lugar o reconfortante repôr de energias através de um delicioso pão recheado com presunto, chouriço e queijo desta região, devidamente acompanhado por cerveja e taças de vinho verde tinto e branco, tudo servido com a simpatia da D. Conceição e família. (Ver fotos e óh... amigo Manel Flôxo, que gripe mais desatempada te impossibiltou de estares aqui presente). Escusado será dizer, que este divinal reabastecimento foi um factor facilitador para percorrer o resto do percurso até ao destino em Ponte de Lima. No entanto, aqui chegados, algo não batia certo, pois o GPS do Luís Fernandes marcava 13, 700 kms percorridos e não os 12 préviamente anunciados. Calma aí! Emendou de pronto o Rui Afonso: São 12 mais IVA, portanto é só fazer as contas e ver se não está certo. Olha outro armado em Victor Gaspar, comentou alguém com ar de desprezo.
Sabores do Lima dá nome ao restaurante que os organizadores em boa hora selecionaram para nos servir o almoço. A D. Sofia e a sua equipa de empregados de cozinha e de mesa, preparam e serviram as iguarias e os vinhos de modo a enaltecer tudo o que se conta e define a gastronomia regional das terras do Minho.
Para terminar o repasto com chave de ouro e em ambiente de festa, cantaram todos os presentes a uma só vóz, os parabens aos 2 caminhadeiros que nos dias 13 e 14 de Abril folhearam mais uma página da agenda que decorava a mesa do bolo de aniversário. Na página do lado esquerdo enfeitada com flôr vermelha e duas velas com o número 65, podia lêr-se: Parabéns Manuel, enquanto que na página do lado direito a decoração só alterava o número nas velas que era o 63 e podia lêr-se: Parabéns Luís.
A componente cultural do dia teve lugar no Convento da Ordem Terceira, onde o Sr. José Velho Dantas, consulor do Museu dos Terceiros nos guiou numa visita explicada ao detalhe.
Depois foi o chá tomado no mesmo local do almoço, onde a amabilidade e a arte de bem receber foram mais uma vez postas em evidência pela proprietária do restaurante, ao não nos cobrar o chá que acompanhou os deliciosos bolinhos secos típicos da região que o Carlos Penedo trouxe.
Regresso ao hotel para banhos e preparação para o jantar e noite que se previa longa e bem preenchida.
O programa só anunciava jantar de sável na Quinta da Presa em Meadela. No entanto, comentava-se em surdina que alguma surprêsa devia estar preparada à semelhança do ano anterior em Caminha. Os organizadores são peritos neste tipo de programas e como tal não podiam deixar de nos surpreender mais uma vez. E foi assim mesmo que aconteceu: Desta vez foi a Ronda Típica da Meadela, composta por 3 dezenas de elementos que nos presenteou com um excelente espectáculo de folclore minhoto. Numa atitude de franco e aberto relacionamento com a assistência, fomos convidados por vários elementos do grupo a participar na dança tipo baile mandado, que muito agradou a todos. De realçar ainda o baixo escalão etário de grande parte dos figurantes, o que garantirá a continuidade desta actividade cultural por mais uma ou duas gerações. O autor desta reportagem foi encarregado e teve o privilégio de entregar à lider do grupo folclórico um troféu dos Caminhadeiros de modo a perpetuar a nossa breve passagem por aqui.
Dada a presença do nosso amigo Luís Penedo, não podia o Fado e a Guitarra Portuguesa deixar de assumir protagonismo no evento. Assim, tiveram os presentes a feliz oportunidade de escutar uma excelente interpretção de guitarra através da execução exímia do mestre, seguida das vozes fadistas da Graça Penedo, do João Evangelista e do aprendiz Fortunato de Sousa.
A noite que já ia longa findou com uma visita ao Santuário de Santa Luzía, experiência inédita para a maior parte dos caminhadeiros em viagem.
O 2º dia foi mais suave, dado o esforço dispendido no dia anterior. Pequeno almoço normal à hora normal e passeio monumental por Viana ou pela Viana Monumental.
Um ligeiro atraso do Técnico de Turismo Nuno Barbosa, que com ar comprometido nos justificou as razões nobres do incumprimento, foram de imediato muito bem aceites e compreendidas por todos. Pela expressão revelada, pareceu-nos que esta nossa flexibilidade o deixou surpreendido. Tudo isto deu origem a uma alteração do programa do dia e obrigou a que a 1ª visita tivesse lugar no Museu do Traje. Seguiu-se então a visita pela zona histórica da cidade, muito bem conduzida pelo Nuno (mas com ar de quem estava mesmo em défice de repouso), que nos ocupou toda a parte da manhã.
O almoço na Quinta da Presa II terminava o programa do evento. Porque o dia anterior tinha deixado o pessoal exausto, a missão estava quase cumprida e ainda havia a longa viagem de regresso a Lisboa, esperava-se um tranquilo almoço e nada mais. Só que o Carlos, o Rui e a Irene são gente que gosta de manter o ritmo acelerado até ao lavar dos cestos. Portanto, ainda o almoço não tinha terminado e já o ‘Grupo de Cavaquinhos da Paróquia de N. Srª de Fátima entrava em acção, com o Rui e Irene nele integrados. Sob a batuta do Prf. João Sá, interpretaram um vasto reportório que deixou boqueaberta a assistência. De salientar aqui a intrusão expontânea de 4 caminhadeiros: foram eles o Henriques, o Manuel Reis, o Sales e João Duarte. Enquanto os dois primeiros cavaqueavam com desenvoltura, os dois últimos viram-se em palpos de aranha para entrosar o ritmo musical. Mas no bombo, o nosso amigo João Duarte desenvensilhou-se muito bem. Como disse o Manuel Pedro, nunca falhou o bombo. Um ponto forte aconteceu quando cantaram várias quadras da sua autoria especialmente dedicadas ao grupo ‘Os Caminhadeiros’, como ‘A CAMINHADA – O Cavaquinho é Porreiro e os CAMINHADEIROS’. A Laura Dora Veiga do grupo de Cavaquinhos declamou um lindo poema intitulado ‘Lenda do Minho’ (autoria de Artur Santos Barbosa), tendo um acompanhamento à viola como música de fundo. Depois, a Quinita do Grupo ‘Os Caminhadeiros’, leu com muita mestria: ‘COISAS DE CAMINHADEIRO’, extraordinária obra de prosa rimada, fruto de um invulgar momento de inspiração do nosso amigo Chico Pires e que faz parte do conteúdo do livro ‘O que Caminhei e Não’. Também para deixar marcada a nossa peugada de caminhadeiros junto ao grupo de cavaquinhos, entregou o Caminhadeiro Mor Vitor Gonçalves o troféu do grupo ao Prof. João.
Durante os intervalos destes momentos mágicos aqui vividos, foi-nos servido o café em chávenas expressamente produzidas para o evento e para o grupo.
Também a Caminhadeira Maria do Céu, numa atitude de generosidade a que já nos habituou, quis oferecer às senhoras aqui presentes um brinde muito especial que a todas agradou. Com esta atitude, deixou a Maria do Céu mais uma vez a igualdade de género posta em causa. Não fôra o autor destas linhas ter amainado os ânimos dos homens mais exaltados através de um improvisado sorteio que comtemplava senhoras e cavalheiros, e não sei como podia ter terminado a festa. Ah! Ah! Ah! Ah!!!!!!!!!!
Os 39 anos de casados do casal Afonso foram também aqui por todos nós celebrados, com o cantar em uníssuno dos parabens. Não constando do alinhamento do programa, foi também entregue aos 2 organizadores do evento caminhadeiro extraordinário, exemplares do nosso troféu, como prova de que por obras valorosas não se vão eles dos Caminhadeiros libertando.
Nos tempos que correm, estamos a viver dias em que mais uma vez, o poder dos sem razão se sobrepõe de modo prepotente à razão dos que não têem poder. A mediocridade impera pondo de parte muitas vezes o mérito e o esforço realizado. Portanto, meus amigos Caminhadeiros e amigos destes que connosco conviveram durante o passado fim de semana e saborearam o que é possível fazer com simplicidade e pouco dinheiro. Com esta gente a cadeia de valores é outra. Aqui cultiva-se a amizade, a solidariedade e a generosidade, procurando de modo sustentado que a mente permaneça sã em corpo são, caminhando sempre, porque o caminho faz-se a andar.
Umas breves palavras finais para a Hélia, ao Tomáz, ao Zé Guimarães e à Alice Miranda que pela primeira vez se juntaram a nós. Sei que gostaram e fica aberta a porta dos caminhadeiros que é o nosso blog, para sempre que o entenderem responderem às convocatórias e aparecerem.
Também um agradecimento ao Ricardo Vaz (condutor do autocarro), alentejano de Baleizão, que com toda a calma e tranquilidade que tão bem caracreriza este nobre povo, nos conduziu durante estes quase três dias. Ao Carlos Evangelista que com ele lidou mais de perto, o nosso reconhecimento pelo excelente trabalho no que ao transporte se refere.
Ao Luís Fernandes, dedicado Ministro das Finanças, um renovado cumprimento pela excelente gestão financeira efectuada em conjunto com os organizadores.
Termino dizendo aos Caminhadeiros que por vários motivos não poderam desta vez marcar presença, que a sua ausência foi várias vezes notada e sempre pelas melhores razões.
Saudações Caminhadeiras,
Fortunato de Sousa