sábado, 28 de junho de 2014

* * Convocatória . 2ª Caminhada Extraordinária 2013 / 2014 * * Encerramento de Época no Fundão . Dias 04, 05 e 06 de Julho

Esta convocatória de encerramento de época, formaliza apenas a publicação no blog da 2ª caminhada extraordinária. É do conhecimento do universo caminhadeiro, que as inscrições foram efectuadas por outra via e já se encontram encerradas.

Saudações Caminhadeiras em passada empolgante de final de época,

Fortunato de Sousa

segunda-feira, 23 de junho de 2014

* * * * * * * * 20ª caminhada da Época 2013 / 2014 * * * * * * * * Pic Nic Caminhadeiro na Serra de Montejunto . Dia 18 de Junho




Álbuns de Fotos:
Data do Encontro: 18/06/2014
Local: Serra de Montejunto
Percurso: 9, 500 kms – 02:45 Horas
Organizadores: Carlos Penedo e Victor Couto
Caminhantes: (35)
Angelina Martins; António Clemente; Armando Lourenço; Carlos Penedo; Carmen Firme; Fátima Libanio; Fortunato de Sousa; Gil Furtado; Gilberto Santos; Inês Garcia; João Costa; João Duarte; João Figueiredo; Lina Fernandes; Lúcio Libanio; Luís Fernandes; Luís Martins; Luísa Clemente; Luke Beraneke; Manuel Flôxo; Manuel Garcia; Manuel Pedro; Manuel Reis; Margarida Serôdio; Maria do Céu; M. do Céu Fialho; M. da Luz Fialho; Nela Costa; Octávio Firme; Quinita Sousa; Rogério Matias; Teresa Palma; Victor Couto; Victor Gonçalves; Virgílio Vargas.
Almoço: Parque de Merendas da Serra de Montejunto
Próxima Caminhada: 04, 05 e 06/07/2014 (F. Sousa, L. Fernandes e V. Gonçalves).
Reportagem:
Depois de várias tentativas para realizar uma caminhada na serra de Montejunto, conseguiu finalmente o caminhadeiro Carlos Penedo, com a ajuda do seu primo Victor Couto, levar por diante a sua promessa. E em boa hora o fez, porque a maior parte dos participantes no evento nunca tinham visitado este local onde a natureza foi pródiga em ofertas de paisagens deslumbrantes. Também aqui tivemos oportunidade de encontrar uma grande beleza e diversidade de fauna e flora, inseridas em área protegida e muito bem conservada. As imagens recolhidas pelos vários repórteres caminhadeiros serão o testemunho destas minhas palavras.
A ocupação humana da serra de Montejunto remonta à época Neolítica e nela podemos encontrar ainda vestígios arqueológicos. No cimo foi erguido no século XII o primeiro convento Dominicano em Portugal, junto das ermidas de S. João Baptista e da Senhora das Neves.
O parque de merendas foi o local escolhido pelos organizadores para a concentração dos 37 participantes na Caminhada. Seriam 38, se uma lesão de última hora mas préviamente anunciada não impedisse o caminhadeiro Luís Pontes de marcar presença.
Portanto, depois do café matinal tomado no bar do parque e das saudações habituais entre os participantes, foi tirada a foto de grupo que perpetuará a nossa 1ª passagem pela serra de Montejunto. De seguida demos início ao percurso pedestre, todos juntos em direção ao ponto mais alto do monte. Daqui, tivemos oportunidade de ver as melhores paisagens que o local oferece, qualquer que seja o ângulo de visão seleccionado. Foi este também o troço mais difícil da caminhada, já que a partir dali seria sempre a descer e a parte final em circuito plano à volta do ponto de partida. Mais ou menos a meio, houve uma pequena paragem para repôr energias e reagrupamento do pessoal caminhadeiro. O resto do percurso foi efectuado em grupos divididos e em ritmo mais rápido ou mais lento de acordo com o que cada um lhe parece ser para si o mais adequado.
Finda a caminhada, aconteceu aquele que seria o grande momento inovador do evento: O almoço tipo Pic Nic. Para surpresa de todos, o António Palma e o Carlos Evangelista já esperavam por nós devidamente munidos de armas e bagagens gastronómicas ao estilo pic nic. Só numa enorme arca geladeira feita em esferovite descansavam várias garrafas de cerveja tipo mini, que foram a delícia dos caminhadeiros mais acossados pela sede. Mas não se ficou por aqui o desfile de sacos, caixas e cestos lindíssimos de merendas. Passado pouco tempo da hora de chegada, o parque mais parecia uma feira de tasquinhas ao estilo caminhadeiro. As várias mesas e bancos de pedra, distanciadas umas das outras para manter uma certa privacidade a quem as utiliza, foram para nós um factor de inconveniência, dado que não nos permitiu ficar junto uns dos outros durante o festival pic-niqueiro. Mas era ver as tolhas coloridas sobre as mesas, várias travessas com muitos tipos de saladas, rissois, panados, pasteis de bacalhau e até para surpresa da maioria, um fogão com um tacho em cima, onde o Manuel Garcia terminava a confecção da sua iguaria preferida: arroz de coelho à maneira. E as senhoras caminhadeiras a insistirem: prova aqui o meu petisco que está bem bom. Enfim, um festival gastronómico onde nem sequer faltaram as sobremesas compostas por doces de 1ª qualidade e até um cesto de verga com deliciosas ameixas que o João Figueiredo colheu nessa manhã do seu pomar na Abóboda. E o nosso amigo Flôxo, que só da sua parte trouxe nada menos que 4 geleiras, mas ao almoço só abriu 2, porque segundo ele as outras ficavam reservadas para a hora do chá. Dos vários vinhos para acompanhar as iguarias nem é bom falar, pois desde o famoso "Plexus", passando por brancos e tintos de várias origens até aos digestivos do Manuel Flôxo e do António Clemente, o mais difícil é encontrar  adjectivos que possam classificar tão preciosos néctares.
De realçar e agradecer mais uma vez à Maria do Céu, que desta vez nos presenteou com um molhinho de oregãos de Leceia.
Dado que não havia tempo para uma merecida e retemperadora cesta, fomos cumprir a parte cultural com uma interessante visita à Real Fábrica do Gelo. Construída em meados do século XVIII por iniciativa privada, tinha como objectivo o fornecimento de “neve” à cidade de Lisboa, e está desde 1997 classificada como Monumento Nacional. Em nome do grupo, os parabéns e o nosso agradecimento à guia Carla, pelo excelente acompanhamento, espírito de humor e enorme paciência demonstrados.
Já com a presença da Ana Margarida e do pequeno Dinis (esposa e filho do Victor Couto), seguiu-se a tomada do imprescindível chá, desta vez de várias qualidades e preparado ao momento em fogões de campanha. O acompanhamento do mesmo, para além dos mimos algarvios e não só que o Flôxo ia sacando das suas mágicas geleiras, tivemos ainda os bolinhos oferecidos pelo fundo de maneio e pelo Casal Angelina e Luís Martins. Como era dia de aniversário do André Martins e da Ana Penedo (filhos dos Martins e do Carlos Penedo), cantámos em uníssono os parabéns a você em plena Serra de Montejunto. Alguém dizia, que depois desta demonstração de competências alargadas e de grande qualidade, está o grupo “Os Caminhadeiros” preparado para enfrentar todo o tipo de modalidade de jornadas caminhadeiras que possam existir ao cimo da terra.
E foi assim, com despedidas até à próxima caminhada, que pouco a pouco fomos abandonando a bonita serra de Montejunto e começando a preparar a visita à serra da Gardunha, que dará por terminada a presente época Caminhadeira.

Saudações Caminhadeiras em passada de média altitude,

Fortunato de Sousa

quarta-feira, 11 de junho de 2014

* * * Convocatória . 20ª Caminhada da Época 2013 / 2014 * * * Pic Nic Caminhadeiro na Serra de Montejunto. Dia 18 de Junho


Convocam-se os Caminhadeiros para a 20ª e penúltima caminhada da presente época.
Desta vez, vamos subir até à bonita serra de Montejunto para percorrer um percurso de aproximadamente 9 kms. O índice de dificuldade é médio baixo, portanto acessível a todos os Caminhadeiros que queiram participar. Devemos de qualquer modo ir munidos de bastão e vestidos com calças compridas, dado que nesta época do ano as carraças abundam neste tipo de vegetação.
O uso de binóculos também é aconselhável, dada a excelente panorâmica que a serra de Montejunto oferece a quem a visita.
A concentração será às 09:00 horas e terá lugar junto ao parque de campismo e de merendas no alto da serra. (N – 39º 10' 47” W – 9º 02' 59”). O início da caminhada será às 09:30 horas.
Desta vez o almoço será pic-nic no parque de merendas, pelo que cada participante deve ir munido dos acepipes do seu agrado.
A componente cultural também está garantida, tal como o imprescindível chá de fim de dia caminhadeiro. Pede-se apenas que cada participante leve consigo um copo ou uma chávana, de modo a não diminuirmos a nobreza e solenidade desta tradição caminhadeira.
Os interessados em participar nesta jornada, devem fazer as inscrições como de costume através dos comentários desta mensagem, até às 12:00 horas da próxima Segunda-Feira dia 16.

Saudações Caminhadeiras em passada de final de época,

Carlos Penedo

domingo, 8 de junho de 2014

* * * * * * * * 19ª Caminhada da Época 2013 / 2014 * * * * * * * * Por Caminhos do Livramento . Dia 4 de Junho




Álbuns de Fotos
Dores Alves
Local de encontro: Livramento (Azueira, Mafra)
Percurso: 10,5 km – 3h00
Organizadores: Angelina e Luis Martins
Caminhantes: (31) Dores Alves, Gabriela Bentes, Miguel Cardoso, Maria do Céu, António Clemente, Luísa Clemente, João Costa, Nela Costa, Lina Fernandes, Luís Fernandes, Maria da Luz Fialho, Carmen Firme, Octávio Firme, Gil Furtado, Manuel Garcia, Margarida Graça, Rita Graça, Ana Leão, Fátima Libânio, Lúcio Libânio, Angelina Martins, Luís Martins, Rogério Matias, Manuel Pedro, Carlos Penedo, Luís Pontes, Manuel Reis, Gilberto Santos, Fortunato Sousa, Quinita Sousa, Odete Vicente.
Almoço: Restaurante Erva Doce - em Livramento - 261 963 181
Reportagem:
Após uma noite com alguma chuva bastante leve, às 9h00 previamente marcadas, toda a gente estava presente.
Com um ligeiro avanço de 5 minutos sobre a hora prevista deu-se início à caminhada a partir do Restaurante/Cafetaria ‘Erva Doce’. Após os primeiros seiscentos metros – em Bandalhoeira - iniciámos uma descida que nos permitiu aquecer os músculos e tomar balanço para as subidas que nos esperavam. Não eram muito pronunciadas mas eram ligeiramente prolongadas - cerca de dois quilómetros.
Deixando para trás a Fórnea e a Portela do Gradil, pequenas aldeias da antiga freguesia do Gradil (agora União de Freguesias do Gradil, Enxara do Bispo e Vila Franca do Rosário), a cerca de dois mil e quinhentos metros da partida parámos pela primeira vez para um curto retemperar de forças e prepararmo-nos para as derradeiras mas muito acentuadas subidas até ao cimo da Serra do Chipre. E entrámos na antiga freguesia do Sobral da Abelheira (agora União de Freguesias da Azueira e do Sobral da Abelheira). (Chiça que já estou cansado só de dizer os nomes destas invenções todas). Aqui foi posta a hipótese de, em alternativa, toda a gente poder utilizar um outro percurso mais curto ou alguns que se sentissem mais cansados o fizessem. Como era de esperar de tão bravos e experimentados caminhadeiros ninguém optou por esta segunda hipótese. Por conseguinte enchemos o peito de ar e demos muita corda às botas, iniciando os últimos quatrocentos metros de subida que, como se disse, foram os últimos mas não os mais fáceis. Mas, verdade seja dita, foram mais ou menos ‘papados’ com uma ‘perna às costas’. Quase no alto desta subida encontrámos o muro que rodeia a grande Quinta da Barroca e donde se podia ver uma área bastante grande da Tapada de Mafra  – que alguns recordaram com alguma nostalgia. Continuando por umas centenas de metros ao lado do citado muro o percurso começou a ser quase plano e aqui o grupo separou-se ligeiramente. Os organizadores tinham muito gosto em fazer o percurso que anteriormente foi escolhido, fazendo votos por que o tempo e a transparência da atmosfera permitisse o desfrute de tão amplo e belo panorama. Nem sempre isso aconteceu: não nos foi possível ver as Berlengas nem a serra dos Candeeiros mas, apesar de tudo, não foi mau de todo pois pudemos ver locais por onde andámos anteriormente: a serra da Archeira, a serra do Socorro, a serra do Alqueidão, a Serra da Vila, aldeia por cima de Torres Vedras que cruzámos aquando da Caminhada do Carnaval.  
É verdade que o ritmo da caminhada ia sofrendo algumas adaptações para que todos se pudessem manter mais ou menos próximos. E a organização ia dando algumas instruções para que o andamento dos da frente seguisse o que fora estabelecido. O que não aconteceu a determinada altura. Mas como isso não iria prejudicar em nada o resultado da caminhada achou-se por bem ‘deixar andar’ até porque iríamos reencontrar um pouco mais à frente  o caminho anteriormente previsto e que tinha uma descida muitíssimo mais pronunciada do que aquela que acabámos por fazer. E assim foi. Em Monte Gordo reunimo-nos novamente e demos início à terceira parte do percurso que, abençoados organizadores, escolheram por ser sempre a descer ou em plano, fazendo-o por caminhos que passavam através de campos cultivados e por meio de pomares, de pereiras e macieiras. Como decerto repararam, no início da caminhada predominava a vinha e agora, para o fim, víamos mais os pomares. É por isso que, cerca de quinhentos metros antes de se sair da N8, se encontram dois grandes complexos que são a Adega Cooperativa da Azueira e a FrutOeste que dão vazão a quase toda a produção de fruta e vinho.
Mas voltemos à vaca-fria. A teoria subjacente a esta caminhada foi a de dividir o percurso em três partes: a primeira seria a mais difícil porque era a subir e, portanto, dever-se-ia aproveitar o facto de todos estarem frescos (e neste caso com um tempo fresco que veio ajudar); a segunda parte seria no cimo da serra e teria alguma irregularidade (uma ou outra subida e algumas descidas mas maioritariamente plana); finalmente a terceira parte, e perante o previsível cansaço, o percurso seria a descer e em plano também. Parece que foi uma decisão acertada pois, com um esforço controlado e contínuo, toda a gente fez o percurso dentro do horário previsto, tendo havido apenas o previsível cansaço e os pés um pouco doridos. Cerca das 11h59 recebi um telefonema do nosso grande amigo e caminhadeiro Carlos Evangelista dando-nos notícias suas, querendo saber de nós e desejando uma boa e bela caminhada, enviando beijos e abraços para as caminhadeiras e caminhadeiros respectivamente. Fruto das preocupações do dia o organizador que recebeu o telefonema esqueceu-se de comunicá-lo a todos. Aqui se penitencia pedindo desculpas ao Carlos e dando conta do facto a todos, ainda que atrasadamente.
Ainda antes das 13h00 entrámos na sala do almoço – uma sala nas instalações do Sporting Clube do Livramento que a D.Susana, proprietária do Erva Doce se esmerou em preparar para nos servir o almoço. Aí, para retemperar as nossas forças ligeiramente abaladas, começámos com as ‘entradas’ que já estavam à nossa espera. Minutos depois foi-nos servido pela D.Susana, e por uma sua empregada, o primeiro prato que era uma estreia para todos, organizadores incluídos: ‘Grão de marisco ’que rapidamente passou de curiosidade e se tornou numa realidade palpável, papável e, em muitos casos, repetida. Foi um prato de que a maioria dos presentes gostou e elogiou. O segundo prato foi ‘Carne de porco à saloia’ que é uma ligeira variação da ‘Carne de porco à portuguesa’ e que todos conhecem.
Os vinhos eram da Adega Cooperativa da Azueira e conseguiram ser bem aceites pelos presentes, preferindo muitos o branco ao tinto. Para sobremesa houve salada de fruta e doces vários. Mais tarde o chá continuou a senda já trilhada durante o almoço, deixando os caminhadeiros bastante agradados no que respeitou à área da gastronomia: a sala muito funcional e com uma disposição das mesas de modo a todos estarem de frente para todos, a qualidade da cozinha e a simpatia e eficiência no serviço.
Os momentos culturais foram, como desejado pelos organizadores, mais uma vez um desmentido a quem gosta de nos caluniar dizendo que nas nossas caminhadas só se pensa em comer. É verdade que uma boa refeição retempera a  vertente física do ser humano, mas não só: não esqueçamos que o corpo é o suporte de um bom espírito, de uma fluidez intelectual onde o raciocínio se deverá assentar. Encontramo-nos principalmente, no nosso ponto de vista, claro, para conviver, para nos enriquecermos partilhando vivências e ouvindo opiniões, conselhos e histórias que a todos ajudarão na sua vida presente e futura. Isto faz-se enquanto se caminha e faz-se, sobretudo e à boa maneira portuguesa, sentados à mesa perante uma boa refeição onde os amigos se estreitam mais e os que ainda o não são rapidamente se incluirão nesse círculo, reduzindo inibições de vários tipos.
Mas a cultura é um conceito muito amplo, muitas vezes com difíceis e não muito claras fronteiras, podendo incluir-se nela tanto o teatro como o cinema, a ópera ou a dança (só clássica?), a escrita, as artes manuais (como a escultura) – e o artesanato não? -  etc., etc., etc. E será que apreciarmos as nossas terras, vermos como o nosso povo cuida do seu património (antigos castelos ou monumentos que representam a sua História), de como respeitam as antigas formas de trabalhar e engenhos que os mantiveram durante milénios, ouvir o seu canto ‘tradicional’ como forma de exprimir os seus sentimentos, o seu dia-a-dia, ou admirarmos as nossas paisagens e concluirmos que ainda há, felizmente, pessoas que se preocupam em as preservarem, em aumentar a sua beleza, transmitindo aos visitantes o orgulho que sentem por aí viverem, por serem o que são – não será isso também uma forma de cultura, talvez a mais profunda a calar no íntimo do ser humano?
Toda esta ‘filosofia barata’ vem a propósito da parte cultural escolhida para completar o nosso dia: a visita ao ‘Atelier d’Arte, Lda’ da família Canhoto, mestres na marcenaria artística e no embutido. Fora esta a primeira ideia que tivemos e que, em boa hora e graças à intervenção do sr. João Canhoto, foi desenvolvida, aceitando de bom grado a sua sugestão de contactar o Mestre Organeiro Comendador Dinarte Machado que poderia ilustrar a estreita colaboração existente entre eles no desenvolvimento de projectos que, frequentemente, têm áreas comuns. A nós, organizadores, nem nos passara pela cabeça pedir a colaboração do Mestre Dinarte Machado mas, perante a sugestão do sr. J.Canhoto, nem chegámos a pensar uma segunda vez quando ele nos disse que tratava de o contactar para ver da possibilidade de vir também falar um pouco da sua profissão mas, sobretudo, da sua arte. Como houve oportunidade de se ouvir, a família Canhoto está muito ligada ao Mestre Dinarte Machado por força da sua arte. Quando este aceitou dizer-nos umas palavras ficámos como aquela pessoa que, tendo um belíssimo bolo, ainda recebe uma linda cereja para lhe colocar por cima. Não nos vamos alongar sobre a ligação existente entre eles – e aqui remeto para os textos que vamos colocar no blog para mais alguém poder ler – pois essa dúvida surgida de início: que tem a ver a marcenaria e os embutidos com a organaria foi larga e profundamente esclarecida e justificada durante a visita à Igreja do Livramento (*); numa primeira parte em que se fez uma pequena resenha histórica da terra, da igreja e do órgão – pelas palavras do sr. José B. Lucas – e numa segunda parte pelas palavras de Mestre Dinarte Machado que nos falou do seu trabalho e que, no fim, nos presenteou com a execução de alguns temas musicais que lhe servem para testar e afinar os tubos e engenhos dos órgãos que repara ou que fabrica.
A seguir dirigimo-nos às instalações do ‘Atelier d’Arte’ que, para nós, era o bolo há tanto tempo conhecido e que, também há muito desejávamos mostrar aos nossos amigos caminhadeiros. Entrámos nas suas instalações com o espírito da criança que fica maravilhada perante jóias que julgava já não se fazerem mas que, afinal, ainda há uns mágicos que as produzem e nos deixam apreciar, maravilhando-nos com a sua Arte. Fomos recebidos em dois grupos pela família Canhoto que, com uma simpatia inultrapassável, nos deu algumas informações sobre o seu trabalho, nos exemplificou alguns momentos do seu trabalho, nos mostrou algumas peças em fase de desenvolvimento e, sobretudo, nos permitiu admirar obras acabadas de uma beleza estonteante; por fim responderam às questões que alguns de nós colocámos, fruto da nossa curiosidade e do espanto perante tanta beleza e engenho. Ainda tivemos o privilégio de poder ouvir a execução de pequenas peças musicais tradicionais com que o sr. F.A.Canhoto nos presenteou, executadas em alguns dos catorze tipos de instrumentos que domina e que, decerto, algumas fotografias irão ilustrar.  
Saímos das suas instalações como saíramos da igreja: conscientes de estarmos espiritualmente mais ricos, fruto da presença, da beleza e do conhecimento de obras de Arte e de pessoas que nos transmitiram notas sobre o seu saber e o seu querer serem melhores, tanto na sua profissão, como na sua vida.           
Quanto ao chá apenas podemos referir que as bebidas estavam óptimas e que os bolinhos também não destoavam dos que prováramos ao almoço.
Os organizadores esperam que o dia tenha sido do agrado, senão de todos, pelo menos da maioria dos caminhadeiros.

Saudações Caminhadeiras
Angelina e Luis     

(*) Para quem não teve oportunidade de estar presente aqui fica o porquê da sua colaboração: aquando da reparação/reconstrução do órgão de armário da igreja do Livramento, além da parte musical, isto é, da construção dos tubos, sua afinação e engenhos para os ligar, era preciso fazer um armário novo, um teclado novo, uma pedaleira nova, novas portas etc. que teriam de ser feitos por alguém fora do âmbito da Oficina do Mestre Dinarte Machado. Quando foi sugerida a colaboração com a família Canhoto, e após alguns trabalhos iniciais, nunca mais esta colaboração foi quebrada, passando a tornar-se estreitíssima e permanente.