quarta-feira, 23 de maio de 2018

* * Visita dos Caminhadeiros a Badajoz. Dias 23 e 24 de Maio * *


Álbum de Fotografias:
Céu Fialho
Luis Martins
Dores Alves
Data da visita: 23 e 24 de Maio
Local: Badajoz
Visitantes (22): Angelina Martins; António Clemente; Carlos Penedo; Carmen Firme; Dores Alves; Fernando Bernardino; Gilberto Santos; Graça Sena; Helena Meleiro; João Duarte; José Clara; Luis Martins; Luisa Clemente; Lurdes Clara; Manuel Reis; Manuel Pedro; Maria do Céu; Octávio Firme; Rogério Matias; Rosário Brasão; Teresa Duarte; Socorro Bernardino;
Visitantes - Só um dia (4): Céu Fialho; Luis Santos; Luz Fialho; Vitor Gonçalves
Organizador: Octávio Firme
Reportagem:
Esta não foi uma jornada caminhadeira como as outras, foi antes uma viagem ao passado!
Desde a visita dos caminhadeiros ao Museu Nacional Ferroviário que a ideia começou a germinar. Uns por nostalgia das longas viagens de comboio e outros ainda apenas pelo prazer de viajar, ver novos locais e, enfim, “comprar caramelos”. Assim, organizado e muito bem, pelo nosso amigo Octávio Firme, foi decidido realizar uma visita a Badajoz tendo como principal atractivo que toda a viagem fosse feita de comboio! À hora combinada, pelas 8,30, já 22 madrugadores se juntavam e foi sob as fantásticas palmeiras metálicas de Santiago Calatrava que começou a nossa odisseia. No entanto o número de passageiros desta viagem especial aumentou em Vila Franca com mais 5 amigos e no Entroncamento com a Helena Meleiro.
A primeira etapa era Lisboa – Entroncamento no Intercidades, um comboio moderno e confortável que, segundo o nosso especialista ferroviário, o Bernardino, podia atingir a bonita velocidade de 220 km/h. Cerca de uma hora depois estávamos no Entroncamento tendo sido encaminhados para a linha nº 8 onde a automotora que nos aguardava tinha apenas uma carruagem e era menina para mais de 60 anos, mas no decorrer da viagem houve troços em que atingiu os 104 Km/h. No meio da algazarra habitual e com o pequeno comboio quase por nossa conta lá nos preparámos para cerca de 3 horas naquela geringonça, esperando que ela não se avariasse pelo caminho. Constança, Abrantes, Ponte de Sor, Crato, Portalegre, Arronches, Elvas e mais alguns apeadeiros foram passando pelos nossos olhos maravilhados pela paisagem, primeiro ribatejana com o Rio Tejo em grande plano e, depois, por esse Alentejo fora onde os roxos e amarelos contrastavam com os verdes escuros dos sobreiros pontuados aqui e ali por um monte solitário. E para que nada faltasse houve “mesa a rigor“ para o almoço com diversas iguarias da Helena e os cafezinhos bem tirados do João. Já perto das 2 da tarde chegámos a Badajoz com um calor de trovoada que nos fez pensar no Verão que nunca mais chega. À saída da estação esperava-nos uma pequena caminhada de cerca de 2km até à parte antiga da cidade onde se localizava o hotel. Assim, descemos a avenida da estação até ao rio Guadiana, atravessámos ‘el Puente de Palmas’ e passámos junto a uma das portas mais bonitas e importantes da cidade, ‘las Puertas de Palma’. Quer a ponte quer a porta foram construídas em meados do século XV, sendo ambas muito importantes na defesa da cidade medieval e como principal entrada na mesma. Actualmente, a ponte, que está muito bem conservada, é apenas pedonal. O simpático hotel onde ficámos era bem situado, perto do rio e dum parque muito agradável. Como a tarde ainda estava no início, e depois de deixarmos as malas no hotel, resolvemos fazer um pequeno reconhecimento à cidade. Em grupos mais ou menos pequenos e munidos dum mapa, subimos à parte mais alta da cidade, a Alcáçova, onde pudemos desfrutar de belas vistas sobre o rio e suas ponte e onde esperávamos visitar o Museu Arqueológico que, para nossa tristeza, já estava encerrado; assim, sentámo-nos numa esplanada a beber ‘una caña’ e a desfrutar do relax que os espanhóis tanto apreciam após o almoço, e continuámos o passeio pela praça de Espanha, onde se situa a sua bonita catedral, a Catedral de S. João Baptista. Descemos as ruas das lojas, a espreitar aqui e ali. E voltámos ao hotel para descansar até ao jantar. O jantar foi agradável e proporcionou os sempre simpáticos momentos de conversa animada.
O dia de regresso amanheceu chuvoso mas era propício ao programa estipulado na véspera, isto é, visitar a Catedral e o Museu da Cidade. Voltámos a percorrer as ruas do “casco viejo”, como é conhecida a parte antiga da cidade. Ao passarmos pela Praça de Espanha verificámos que a Catedral se encontrava aberta para o serviço religioso diário e matinal e isso proporcionou-nos uma excelente visita grátis ao seu interior, onde se destaca um altar-mor com um retábulo barroco lindíssimo!
A visita ao museu, muito perto da Catedral, foi muito interessante pois faz uma viagem através da história a partir da fundação da cidade, dando relevo aos principais momentos da mesma. Como cidade fronteiriça sofreu muito com as guerras e escaramuças e isso influenciou a sua estrutura arquitetónica. A não perder são as salas das batalhas napoleónicas aquando das Guerras Peninsulares, com belíssimas representações em miniatura. Muito, muito interessante.
A cidade tem recantos muito agradáveis, como belos parques, bonitos edifícios restaurados que nos mostram a arquitectura característica da região, com muito ainda por restaurar, e pontos altos com belas vistas. E apesar da sua distância da capital parece não ser uma cidade adormecida. Esperemos que não!
A manhã passou num instante, já com os caramelos na bagagem, e aproveitando uns momentos de tréguas na chuva começámos a subida para a estação. Depois dum almoço de tapas que mais parecia um banquete, recomeçámos a viagem de regresso, agora bem mais calmos e já um bocadito cansaditos, mas com a agradável sensação de termos passado mais alguns momentos muito especiais à boa maneira Caminhadeira!
Angelina Martins

5 comentários:

octavio disse...

Angelina,
Que bela reportagem!!!!
Muito obrigado, pois conseguiste retratar fielmente o que foi mais esta aventura caminhadeira
de modo a fazer crescer água na boca àqueles que, por uma razão ou por outra, não nos puderam acompanhar.
Ficou provado que o comboio é um excelente meio para continuarmos a fazer novas incursões. Aqui fica o compromisso de inventar uma nova escapadela. Porque não a Mérida?
Deixo aqui um recado ao Luis Fernandes, nosso contador oficial de quilometragem, pois nos dois dias fizemos mais de quinze quilómetros, muitos deles em 'passo de montra' que cansa muito mais que uma passada normal.

Um grande abraço para todos e até quarta

Octávio

António Dores Alves disse...

Excelente reportagem Angelina! Está lá tudo.
Concordo com o firme quando diz que pode ter sido o princípio de outras aventuras utilizando o comboio.
Abraços a todos.

DoCeu disse...

Constato com satisfação, pela óptima reportagem, que os pernoitantes aproveitaram bem o tempo da sua estadia.

Quanto aos preguiçosos que foram e vieram no mesmo dia, tiveram o seu regresso abrilhantado por uma birra da alimária pré-histórica em que nos deslocámos (e que foi, afina, o pretexto para a excursão): à saída de Badajoz empancou, bloqueou, e daqui não saio, daqui ninguém me tira!

Já se contavam cabeças, para ver quantos táxis teria a CP que custear (parece q a ocorrência não é assim tão incomum e essa costuma ser a solução encontrada).

Com meia hora de atraso começou finalmente a bufar e a deslizar suavemente. O maquinista, suado, stressado, com uma camada de nervos em cima do pelo, meteu-se em brios, por mais do que uma vez arrancou mais de 100 km / h à traquitana e quase que recuperava 100% e chegava ao Entroncamento dentro do horário!!!

Resultado: ainda tivémos que esperar um bom bocado pelo Intercidades pª o Oriente!

Ufa!!!

E, sim, aquela viagem ao Entroncamento foi muito inspiradora - tanto à ida como à vinda, toda a gente estava congeminando novas excursões rodoviárias! Mérida? Octávio, vamos nessa, o Museu Arqueológico já me escapou mais do q uma vez!

virgili o vargas disse...

infelizmente, um problema de saúde - já resolvido para bem - impediu-me de participar nesta jornada. e até já tinha tudo pago! espero que da próxima vez eu não venha ter surpresas desagradáveis.

sem desprimor para com os caminhadeiros que sugeriram Mérida como próximo alvo, tenho relembrar que no domínio do ferroviário, os horizontes são larguíssimos.

por exemplo, sabiam que já é possível ir de comboio de lisboa até ao sul do vietname? pois. muda-se de comboio algumas vezes, mas nunca de estação...

toparam a sugestão? subtil, não acharam???

LM disse...

Caros comentadores e outros leitores,
a escriba agradece os elogios e agradece também o contributo da M.Céu para o relato dos amigos que fizeram ida e volta no mesmo dia. Felizmente, connosco a “alimária pré-histórica” portou-se bem ou porque tinha feito a birra toda no dia anterior ou por estar entretanto mais bem afinada. Depois desta aventura não me espanta que haja já candidatos para a próxima, Mérida seria uma boa opção. A cidade e o Museu Nacional de Arte Romana, entre outros, merecem bem mais uma visita!!!
Até à próxima!!!
Angelina