segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

7ª Caminhada da Época 2012 / 2013 - Trilhos do Cassapo (Charneca da Caparica) - Dia 5 de Dezembro




Albuns de Fotos:
Luis Martins
Carlos Evangelista
Fortunato de Sousa
Manuel Reis
Data do Encontro: 05/12/2012
Local: Charneca da Caparica – Trilhos do Cassapo
Percurso: 10, 500 kms - 02: 30 Horas
Caminhantes: (36) André Correia; Angelina Martins; António Bernardino; António Pires; Armando Lourenço; Carlos  Evangelista; Carlos Penedo; Dores Alves; Fortunato Sousa; Gil Furtado; Gilberto Santos; Graça Penedo; Graça Sena; João Duarte; José Clara; Lina Fernandes; Luís Fernandes; Luís Martins; Luísa Gonçalves; Luís Penedo; Lurdes Clara; Manuel Flôxo; Manuel Garcia; Manuel Pedro; Maria do Céu; Manuel Reis; Margarida Graça; Margarida Serôdio; Octávio Firme; Odete Vicente; Pedro Albuquerque; Pedro Antunes; Rogério Matias; Teresa Palma; Virgílio Vargas; Vitor Gonçalves.
Organizadores: Manuel Garcia
Almoço: Restaurante ‘Sabor Mineiro’ (Tel: 212.977.362)
Próxima Caminhada: 19/ 12 / 2012 – (Luís Fernandes e Victor Gonçalves)

Reportagem: O nosso amigo e já experiente caminhadeiro Manuel Garcia, apostou forte e levou muito a sério a organização desta caminhada. Era para ele a 1ª que organizava e, como em tudo na vida, a 1ª vez tráz sempre alguma ansiedade associada ao processo.  Digo isto, porque acompanhei com o Luís Fernandes e o Victor Gonçalves todo o entusiasmo com que o Manuel Garcia viveu a organização do evento durante os últimos 15 dias. Fizemos 2 vezes em semanas diferentes, o percurso de reconhecimento, e no dia da caminhada, os mais de 10 kms por todos palmilhados, foram uma escolha criteriosamente por ele efectuada, de modo a que o índice de dificuldade estivesse adaptado ao perfil genérico do grupo. O local do almoço, visita cultural e a pastelaria para tomar o chá no final do dia, mereceram também uma avaliação cuidada até à decisão final. Não quero com isto de modo nenhum desmerecer o trabalho, reconhecimento,  e a dedicação no planeamento dos eventos, em que outros caminhadeiros estiveram envolvidos e resultaram também em sucesso como foi o caso deste. Apenas o menciono, porque o vivi de perto com o organizador.

Os Trilhos do Cassapo, palmilhados pelos 36  caminhadeiros que responderam à convocatória, foram percorridos em dia de Sol radioso. Dizia uma amiga nossa, que esta trégua, a contrastar com o mau tempo ocorrido nas últimas semanas, foram o presente de Natal que o nosso estimado S. Pedro pôs na botinha dos caminhadeiros. Até pode haver outras explicações, mas tão bem fundamentada como esta é difícil de imaginar.

Quanto ao tal coelho, cassapo, caçapo, simplesmente sapo ou lá o que seja, esse nunca mais ninguém se lembrou de o procurar. E porquê? Apenas porque a paisagem à beira mar em manhã de Sol de Outono, com rochas sedimentares castanho avermelhadas e matas de pinheiros verdejantes em contraste com o azul marinho das águas atlânticas, faziam esquecer todas as preocupações relacionadas com os tais bicharocos que davam o nome à caminhada. O  Bernardino, com ar muito sério e bem ao seu estilo, dizia que era uma pena todo este espaço enorme de praia não poder ser aproveitado de outro modo mais estruturado. É assim este país, continuava ele, enquanto todos os que o acompanhavam, abanavam a cabeça em sinal de concordância com as palavras sábias do mestre.

Uma breve paragem junto ao bar ‘Cabana do Pescador’, e lá continuámos para a 2ª parte do percurso. As barritas de cereais, água e muita fruta, são a escolha preferida da generalidade dos caminhadeiros para repôr energias, enquanto que o nosso amigo Manuel Flôxo, continua fiel à sua insubstituível sandes de presunto. Em sua opinião, mais vale uma sandes de presunto ou queijo a meio da manhã, que 1000 barritas de cereais  durante um ano inteiro. Também mais uma vez constatámos, que o nosso renovado caminhadeiro Octávio Firme, não abdica nem por nada , de fazer parte do grupo de lebres que normalmente toma a dianteira do grupo caminhadeiro. Alguém dizia que esta alteração só pode ter ocorrido por uma de duas razões: Ou comprou por um valor significativo o alvará de ‘caminhadeiro lebre’ ao Gilberto, que agora vai sempre no grupo do meio, ou então, e esta talvez seja a hipótese mais coerente, é que este seu surpreendente desempenho, se deve ao facto de agora caminhar em escape livre, após um recente desarranjo da componente gastro intestinal. Só ele o poderá confirmar, mas se o Gilberto teimar em não integrar mais o grupo das lebres, fica confirmada a venda ou pelo menos o trespasse temporário do alvará. O resto dos Trilhos do Cassapo até ao ponto de chegada, que ao mesmo tempo fôra o de partida, foi percorrido em amenas cavaqueiras entre os vários mini grupos de caminhadeiros.

O almoço de ‘Rodízio Mineiro’, esteve de acordo com o que tinha sido acordado entre o organizador Manuel Garcia e a direcção do restaurante. E também desta vez, repetindo o que se vem tornando hábito, graças à simpatia e à generosidade de muitos caminhadeiros e caminhadeiras, quiseram os manos Odete e Manuel Garcia, surpreender os presentes com lembranças deveras interessantes, respectivamente pintadas e confeccionadas por eles. O Manuel, presenteou-nos com uma caixa de azeitonas da Charneca, produto da sua colheita particular, por ele embaladas, e onde nem sequer faltou a etiqueta personalizada com o logo dos caminhadeiros. A mana Odete, cuja faceta de dedicação à arte da pintura é de todos bem conhecida, trouxe-nos desta vez, uns lindíssimos azulejos em forma rectangular, todos diferentes uns dos outros e também com o logo dos caminhadeiros colado na parte de trás.

Desta vez o passeio cultural constou de uma visita muito interessante ao ‘Moinho de Marés de Corroios’. Muitos dos caminhadeiros presentes, decerto já tinham tido oportunidade de visitar este moinho, cuja fonte de energia para o pôr a funcionar reside na água da maré quando em baixa. No entanto, o que de diferente esta visita teve, para além de outras interessantes particularidades, foi o talento de um homem chamado José Meias, nada menos que o guia do moinho de há uns anos a esta parte. Possui uma vocação nata virada para a função que desempenha. O modo muito expressivo como explica todo o princípio de funcionamento do moinho, a alegria que demonstra e o saber acumulado associado à carga histórica deste tipo de construções, são prova mais que evidente de que o Sr. José Meias é o homem certo no lugar certo. Não posso deixar de mencionar duas passagens da visita guiada, que pela invulgaridade das mesmas deixaram o pessoal caminhadeiro surpreendido. A primeira, é o desempenho de uma ave denominada ‘maçarico de bico direito’, que percorre a distância entre Portugal e a Islândia em apenas dois dias; A segunda, consta de um tipo de ‘farinha de biscoito’ que aqui era produzida e, cujo nome biscoito em latim, deriva de bis: dois ou a dobrar e, coito: cozedura. Cada um tire as ilações que quiser acerca da segunda metade do vocábulo, mas esta poucos a sabiam ou, na melhor das hipóteses, apenas o senador Gil Furtado ou o compêndio ambulante António Bernardino poderão estar a este nível de conhecimento. E foi assim, que terminámos a visita ao moinho de marés, na dúvida se situados na mó de cima ou na de baixo. Isto, porque tivemos oportunidade de assistir a um invulgar espectáculo de dança ou de arte corporal, exibido por uma instituição de alunos com  um tipo de vida muito diferente daquilo a que estamos habituados a vêr, mas onde a solidariedade, a entrega a causas nobres e a felicidade daí resultante, são vividas do mesmo modo como se eles não existissem.

Agora só faltava o famoso chá de final de dia. E aqui, também tudo estava devidamente planeado. Os aniversariantes Lina Fernandes, Armando, Odete, Zé Clara e Manuel Reis, tiveram honras de bolo de aniversário e cantoria de parabéns a você pelo grupo presente em uníssono. Da América Latina, recebemos mesmo em cima do acontecimento, uma chamada telefónica do Daniel Clara, filho da Lurdes e do Zé, que sabendo do acontecimento, não quis, mesmo de longe, deixar de se associar à festa. E antes do abraço de despedida, confidenciou-me em surdina: As garrafas de espumante 'Raposeira' com que vão brindar, foram oferta minha e enviadas hoje mesmo aqui do Perú.

Lá fora, à porta da pastelaria, uma figura do Pai Natal com ar triste e desiludido, de bastão branco na mão e sem o tradicional saco das prendas, olhava em frente fixamente, tentando perceber porque é que neste Natal as pessoas andam também tão tristes. Alguns caminhadeiros e caminhadeiras ainda tentaram consolá-lo, posando ao seu lado para uma fotografia e pedindo-lhe ao menos um leve sorriso. Nem isso conseguiram..

Saudações Caminhadeiras em passada pré natalícia,

Fortunato de Sousa

4 comentários:

Gil A F Furtado disse...

Desta caminhada quero, para já, destacar uma coisa: as azeitonas do Manuel Garcia. Fabulosas! Há muitos, muitos anos que não as comia tão boas. Até, talvez, nunca tenha comido iguais. Muito obrigado por aquela maravilha, Manel!

Se arranjar tempo e um pouco mais de disposição, tentarei comentar mais detalhadamente esta caminhada. (Aliás, tenho outros comentários em atraso...) Mas, seja como for, não direi nada mais importante do que o que ficou dito: as azeitonas do Manel Garcia são espantosas.
Muito obrigado, Manel.

Saudações caminhadeiras em passada deliciada. E vivam as azeitonas do caminhadeiro Manuel Garcia.

Até breve.

Gil Furtado

António Dores Alves disse...

Caminhada em toada simpática e agradável dirigida pela batuta do Manuel Garcia a quem agradeço quer pela organização quer pelas belas azeitonas com que nos brindou.
Abraços em jeito natalício.

mreis disse...

Bela caminhada, com belo percurso, bela paisagem e com cuidada preparação como se viu pelo guia/organizador sempre na vanguarda e sem hesitações. E com fitas sinalizadoras para os de trás. Claro que isto assim tão bem organizado até pode inibir os que ainda não se abalançaram, mas não tenham receio que nos caminhadeiros é como no Benfica: et pluribus unum!
Muito gentil a caixinha de azeitonas do Manel e o pedaço de arte da mana Odete, muito apreciadas cá em casa.
E finalmente fomos ao moinho de maré de Corroios, onde o Bernardino já tinha tentado levar-nos aqui há uns anos, e que foi uma agradável tarde cultural em que aprendemos uma data de palavrões 'apanhados' na reportagem do Luis Martins.
E na qualidade de ser um dos aniversariantes da quinzena, obrigado pela lembrança, pelo bolo, pelo espumante. Á vossa!!!

manel reis

Gil A F Furtado disse...

Já ninguém lê isto – já todos estamos virados para a próxima caminhada – mas só agora arranjei modo de completar o comentário lá de cima.

Deixem-me referir em primeiro lugar as azeitonas do chef Manuel Garcia. Que maravilha, Manel! Para prolongar a sua duração – e não quero com isto dizer que recebi poucas (mas boas!), pois que além de inverdade seria incorrecção – vou comendo duas ou três por vez, e não a qualquer refeição, e fico bem tratado e de palato consolado! Abençoado quem tal habilidade “temperamental” tem. Não quererás ensinar-nos o tempero, Manel? Consta que já os chineses da dinastia Ming diziam: “Se vires um guloso não lhe dês azeitonas: ensina-o a temperá-las”.

Também gostei muito do DVD que recebi do companheiro Armando (tenho-me divertido a reviver algumas das caminhadas por ele filmadas), apreciei muito a placa pintada e oferecida pela caminhadeira Odete (embora me tivessem cabido em sorte umas flores muito femininas que, aliás, encantaram a minha mulher), mas aquelas azeitonas do Garcia, madre mia…

Igualmente estou deliciado com as seis canecas que adquiri à artista Odete e que juntei a outra que já tinha há muito tempo. (Há quem coleccione Picassos; eu colecciono Odetes). Olho para elas, as canecas, todas de decoração alegre, lindas, gárrulas, elegantes, e imagino-as na mesa… cheias de azeitonas preparadas pelo mano Manuel Garcia: é o verdadeiro êxtase artístico-gastronómico!...

Da caminhada propriamente dita, e das conversas nela havidas, gostei de princípio a fim, mas destaco – como todos – o passeio à beira-mar, onde sol, água e areia conjugavam o verbo amar, e o trajecto sobre a arriba, com fresca vegetação em volta, patchwork de hortas em baixo, paisagens marinhas ao fundo, tudo isto cantando hossanas às belezas deste mundo…
Ah, quem tivesse espalhado, por essas zonas, roídos, esburgados, uns caroços de azeitonas!…

O almoço, já alguns disseram e todos pensaram, foi muito bom. Só acrescento que tanto o Flôxo como eu – e somos apenas dois exemplos – , lado a lado mas pouco conversando, não conseguimos acompanhar o ritmo a que as iguarias iam chegando. E isto, parecendo nada, diz tudo. Sim! Porque aquilo não eram simples grelhados de boas carnes compassadamente servidas: eram verdadeiras iguarias apresentadas a um ritmo muito superior à nossa capacidade de deglutição.
Só faltou uma coisa para o almoço ser perfeito. Adivinhem o quê.
(Chegaram no fim e ainda bem. Tivessem chegado no início e teriam desaparecido. Que desperdício!).

Amigo Manuel Garcia, terei que esperar muito tempo pela receita que me encherá de alegria?

Despeço-me em passada ansioso-lambareira e conto estar convosco na próxima quarta-feira.

Abraços do

Gil Furtado