sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

* * * * * * * *7ª Caminhada da Época 2019 / 2020* * * * * * * __Sentir o Porto, atravessando o rio junto à serra do Pilar__ ____________Porto . Dia 11 de Dezembro____________


Álbuns de Fotografias:
Acilina Couto
Lina Fernandes
Luis Martins
Data do encontro: 11/12/2019
Local do encontro: Gare do Oriente, Lisboa
Percurso – 10km 
Participantes – (26): Acilina Caneco, Angelina Martins, Carlos Penedo, Céu Pedro, Clara Ferreira, Clara Maia, Cristina Umbelino, Fernando Bernardino, Gilberto Santos, Graça Hidalgo, Graça Sena, José Clara, Júlia Costa, Lina Fernandes, Luís Fernandes, Luís Martins, Luiza Gonçalves, Lurdes Clara, Luz Fialho, Manuel Barbosa, Manuel Reis, Margarida Esteveira, Margarida Lopes, Rogério Matias, Socorro Bernardino, Vitor Gonçalves
Organizadora: Acilina Caneco
Próxima Caminhada: 08 de Janeiro (organiza ???) 
Reportagem:
Ainda mal  despertos, começámos a reunir-nos na Gare do Oriente, um pouco antes das 7h da manhã.
Às 7:09h em ponto, partiu o Alfa Pendular em direcção a Braga. Depois de sentados, o Luís Fernandes distribuiu os bilhetes. Poucos quilómetros depois, a Luz Fialho deu por falta do seu telemóvel. Procurou, procurou… em vão! Nos tempos que correm, é realmente uma perda terrível! Compreensivelmente inconformada e usando telemóveis emprestados foi avisando a família de tão nefasta notícia. O telefone emprestado pela Acilina revelou-se especialmente matreiro e escorregadio. Saltou-lhe das mãos e … escondeu-se… numa fresta estreita entre o banco e a janela. A Luz agarrou-o e rapidamente depositou-o nas mãos da Acilina, que estupefacta reparou que … o telefone não era o dela! Era o da Luz!!! Foi enorme a alegria do reencontro!!!
Pelas 9:45h saímos do comboio em Vila Nova de Gaia/Devesas.
Após alguns breves cafés iniciámos a caminhada, eram 10h. Seguimos pela Via Rosa Mota, tendo do nosso lado esquerdo numerosas Caves de Vinho do Porto e o Hotel Yeatman. Depois, pela Av. Da República, e subindo a Rampa do Infante Santo dirigimo-nos aos Claustros do Mosteiro da Serra do Pilar. As vistas panorâmicas a partir do Largo Aviz eram fabulosas, o dia estava magnífico, com um sol esplendoroso. Vimos ainda o Jardim do Morro mesmo em frente (Vila Nova de Gaia), o metro que passa sobre a ponte para o Porto e o rio Douro que se espraia para os dois lados. Aqui aproveitámos para fazer a habitual foto de grupo. O Mosteiro da Serra do Pilar foi criado após a reforma da Ordem dos Agostinianos e a sua construção iniciou-se em 1537. Tem a particularidade de tanto os claustros como a igreja serem circulares. Em 1809 o espaço do mosteiro foi ocupado pelas tropas de Wellington, quando foi planeado o ataque do exército português à cidade do Porto, então ocupada pelas tropas de Napoleão. Visitámos o claustro do mosteiro e vimos o vídeo “Património a Norte” sobre o muito que vale a pena ver no Porto e arredores.
Lembrando o Porto Sentido, de Rui Veloso, passámos a Ponte D. Luís I, projectada pelo Eng.º Teófilo Seyrig, discípulo de Eiffel e inaugurada em 1886. “Quem vem e atravessa o rio/ Junto à serra do Pilar/ Vê um velho casario/ Que se estende até ao mar. Quem te vê ao vir da ponte/ És cascata, sãojoanina/ Erigida sobre um monte/ No meio da neblina.”
Nem neblina havia! Da ponte vimos o colorido casario dos Guindais, observámos a Muralha Fernandina, que fica praticamente colada à ponte e bem em frente o funicular dos Guindais.
A Muralha Fernandina veio substituir, no séc. XIV, a antiga cerca alto-medieval. A Muralha Primitiva, ou Cerca Velha, de origem romana, do século III, tinha um perímetro aproximado de 750 metros, de que apenas existe um pequeno trecho, junto da Sé, mostrava-se demasiado pequena face ao desenvolvimento do Porto. A Muralha Fernandina foi reedificada por D. Fernando, de quem conservou o nome.
Já do lado do Porto visitámos a Casa-Museu Guerra Junqueiro, que recria os ambientes da casa onde viveu o poeta e apresenta uma das mais notáveis coleções de artes decorativas da cidade do Porto, tais como mobiliário, ourivesaria, torêutica, têxteis, cerâmica e vidros, compreendidos entre os séculos XV e XIX. Estas coleções, bem como o edifício, resultam da doação feita pela filha do Poeta, Maria Isabel Guerra Junqueiro de Mesquita Carvalho, e pela mulher, Filomena Augusta Guerra Junqueiro, à Câmara Municipal do Porto. As coleções foram complementadas por aquisições feitas pelo município e por um depósito suplementar das doadoras. O Dr. Manuel Antunes fez-nos uma breve explicação dos conteúdos desta exposição.
Com o tempo já a escassear vimos, de fora, a Sé do Porto, onde D. João I se casou com D. Filipa de Lencastre em 1387.  Não tivemos tempo de entrar, mas teria sido interessante ver à esquerda da capela-mor,  um magnífico altar de prata, construído na segunda metade do século XVII por vários artistas portugueses, que foi salvo das tropas francesas em 1807 por meio de uma parede de gesso construída apressadamente. Ao lado da Sé, meio tapado por um carro mal estacionado, vimos o Chafariz do Anjo ou Chafariz de São Miguel.
Seguimos pela Rua Chã, passando pela Fonte da Rua Chã, a Igreja da Ordem do Terço, o Real Teatro de São João, a Igreja de Santo Ildefonso (1739) na Praça da Batalha, a Rua de Santa Catarina, o Café Majestic, o Relógio animado do Edifício Palladium. Já passava das planeadas 12h, pelo que não pudemos ouvir o carrilhão, nem ver as figuras emblemáticas do Porto: S. João, o Infante D. Henrique, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco, que se movimentam no exterior do edifício, durante dois minutos.
Pelas 12.35h chegámos ao Restaurante Abadia, onde decorreu o almoço. A contento de todos, parece. Na entrada, os bolinhos de bacalhau morninhos e as tripas à moda do Porto, encantaram. Depois, o bacalhau com natas e o lombo de porco assado com castanhas, batatinhas assadas, arroz e legumes salteados, estavam muito bons. Sobremesas variadas. Eu degustei um toucinho do céu divinal.
Saímos do restaurante, seguimos pela Rua Passos Manuel e passámos pelo Teatro Rivoli. E o Rui Veloso volta a cantarolar na minha cabeça: “Mesmo sabendo que não gostavas, empenhei o meu anel de rubi, p'ra te levar ao concerto que havia no Rivoli … Contigo aprendi uma grande lição, não se ama alguém que não ouve a mesma canção.”
Fomos pela Av. dos Aliados, e na Praça da Liberdade a Estátua de D. Pedro IV nos contemplou do alto do seu cavalo. Do exterior, vimos o Palácio das Cardosas (séc. XIX), antigo Convento dos Lóios, onde agora funciona o hotel InterContinental. Subimos a Rua da Assunção até aos Clérigos. Mais uma obra de Nicolau Nasoni, que integra a Torre (1753), a Igreja (1749) e o Museu (1754-1758), que funciona na Casa da Irmandade.
Parando num dos vértices do Jardim da Cordoaria, foram colocadas aos caminhadeiros várias opções de visita ou passeio. Combinámos reencontrarmo-nos nesse mesmo local, pelas 16:30h.
A presente escriba optou pela exposição "Um século e tanto: 130 anos da National Geographic", a decorrer no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto e deu o seu tempo por muito bem empregue. Durante cerca de 50 minutos vimos o fabuloso documentário da National Geographic, "The Lonely Dorymen", realizado em 1967 por George Sluizer, a bordo do imponente lugre-motor de 4 mastros "José Alberto", da praça da Figueira da Foz, um navio originalmente construído na Dinamarca com casco de aço décadas antes. Neste documentário podemos ver toda uma campanha bacalhoeira portuguesa, desde os preparativos em Portugal, ao drama da despedida, a viagem de ida para os Bancos e azáfama a bordo, passagem por São João da Terranova, as agruras da Groenlândia e a ânsia do regresso a Portugal. Mostra-nos também que o pescador bacalhoeiro passava os restantes seis meses na pesca costeira, normalmente na sua terra natal. Nenhuma outra nação bacalhoeira se nos equipara nesta riqueza histórica e de memória. Graças à persistência do aparelho das pescas do Estado em manter a pesca à linha com dóris, Portugal continuou no séc. XX a ser considerado uma nação de grandes homens do mar, mestres da vela e orientação à antiga. Quem não esteve lá, pode ver este vídeo aqui.
Entre muitas e excelentes fotografias com que nos brinda a National Geographic, vimos vários objectos: o "Padrão de Santo Agostinho", colocado por Diogo Cão em 1483 no Cabo de Santo Agostinho (atualmente Cabo de Santa Maria), a sul de Benguela (Angola); a curiosa cadeira de David Livingstone (não me importava nada de ter uma igual); o círculo astronómico de reflexão, usado durante a expedição portuguesa ao interior de África em 1877, propriedade do Museu da Marinha; um microcóptero com câmara embutida (drone) usado no final de 2010 por Mike Nichols para fotografar os leões do Serengeti; as gigantescas vigas/cristais de selenite na Gruta dos Cristais, no Deserto de Chihuahua, no México, etc …
Um segundo grupo, contornou o Jardim da Cordoaria, apreciou a bela vista panorâmica a partir do Parque das Virtudes, passou pelo Hospital de Sto António, Praça Carlos Manuel e Livraria Lello.
Outros, corajosos, ainda subiram os 225 degraus da Torre dos Clérigos.
Por volta das 16:45h reencontrámo-nos junto do Palácio das Cardosas.
Passando pela Igreja dos Congregados, rumámos para à Confeitaria Serrana, onde o lanche constou do habitual chá e bolos. Neste local, no início do século, funcionou a ourivesaria Cunha. Esta confeitaria é conhecida pelas suas famosas bolas de Berlim recheadas, mas é no primeiro piso que está a sua principal curiosidade. No tecto, por cima do varandim com gradeamento de ferro que dá a volta a todo o andar de cima, de estilo Arte Nova, está um quadro que ocupa quase toda a área, pintado por Acácio Lino. Na mezzanine estão ainda dois anjos esculpidos por José de Oliveira Ferreira. É este o “tesouro”, que de acordo com Mónica Oliveira, proprietária da Serrana, tem atraído muitos turistas que nos últimos anos aumentaram em número.
Atravessando a rua, estávamos na Gare de S. Bento, donde partimos num comboio urbano, para a Estação de Campanhã. Soube a pouco a caminhada, pelo que o Manuel Reis, a Clara Ferreira e a sua amiga Graça Hidalgo, resolveram fazer a pé o percurso. Chegaram a tempo e lá partimos pelas 18:48h, de Campanhã, rumo a Lisboa. Viagem normal, com uns a dormir, outros a ler ou conversar e outros ainda a degustar as últimas Bolas de Berlim do lanche. Às 21.30h chegámos à Gare do Oriente.

 Saudações caminhadeiras
Acilina Caneco

8 comentários:

Rogerio disse...

Parabéns Acilina pela excelente jornada,foi um dia muito bem passado, com um programa cultural 5 estrelas, Almoço top. Foi tudo muito bom.Um bem haja roger

Gabriela Bentes disse...

Olá jovens
Pelo que li parece ter sido uma excelente caminhada, primorosamente organizada e o dia de sol fantástico.
Com muita pena não me foi possível acompanhar vos.
Deixo aqui os meus votos de Festas Felizes para todos os amigos
Beijos

Luis Fernandes disse...

Pela primeira vez e por iniciativa própria, a Acilina, criou um grupo de whatsapp, para lhe permitir passar informação sobre esta caminhada, como por ex. trajectos e mais informação sobre os locais a visitar.

Isto levou a que alguns caminhadeiros utilizassem este meio para fazer comentários.
Como achamos que parte dessas comentários deveriam ser publicadas no nosso Blog, aqui vão.

- Que tal se sentiram nesta cidade medieval, onde em cada canto existe o desejo de uma fotografia de uma paragem para apreciar a história, a Arquitectura, e até a ruralidade!!!
Que pena tive em não vos poder receber e providenciar um Porto em vossa honra! Helena Meleiro

- Foi muito agradável.
Eu gostei e gostaria de repetir.
A Aci Lina está mesmo de Parabéns. Lurdes Clara

- Eu tive a sorte de ter o apoio do S. Pedro de e de outras pessoas que me ajudaram, como a Helena. Obrigada. Acilina Caneco

- Gostei muito da caminhada, adorei a ideia da viagem de comboio, o passeio pelo Porto, até me esqueci que me levantei às cinco da manhã. Lina Fernandes

- O Porto é uma cidade muito bela! É atravessar o Rio de comboio e desembocar na muralha Fernandina é surpreendente! Helena Meleiro

- Acilina, os meus parabéns! Deu trabalho mas resultou a 100 por cento Repetição e o q pedimos, se tiveres paciência pra nova organização e..... Quem sabe ?! ir de véspera e assistir a um espectaculoso!!!? Graça Sena e Carlos Penedo

- E o São Pedro lá nos presenteou com 1 belo dia. Obrigada. Céu Pedro

- Como diria - cantando - o Pedro Abrunhosa "vamos fazer o que ainda não foi feito". Óptimo Natal para todos......e parabéns à Acilina pela caminhada do Porto. Manuel Barbosa

- Bem, isto no whatsapp o pessoal é mais interventivo. Gostei Acilina e como não fui aos clérigos, começa a preparar a próxima com voz sã e/ou com megafone.😊obrigado. Manuel Reis

- Obrigada Acilina. Foi muito bom, apenas o dia devia ter 48h, mas isso não conseguias! Muitos e lindos locais foram vistos e muitos ficaram por ver, mas não te livras de organizar outra caminhada! Clara Maia

- Um dia bem passado em boa companhia mas com um programa muito intenso para o tempo disponível. Daí que fiquemos à espera doutra jornada para completar o programa. Se um dia for insuficiente porque não dois!...
Aci Lina parabéns por esta oportunidade. José Clara

- O que caminhámos, o que visitámos, o que ouvimos, o que comemos e o que viajámos, foi mto bom e para mim, um momento mto especial...o brilho natalício da noite invicta. Obg🤗 Luísa Gonçalves

- Ola Acilina nunca é demais falar bem da tua genial ideia que deu lugar a uma jornada 5 estrelas, o pouco que participei deu pra ver o que foi de bom . Tive pena não poder participar em tudo. Parabéns mais uma vez e ate à próxima em Braga vale? Obrigado pelo dia bem passado em boa companhia, com um almoço excelente ,tudo bom beijinhos Rogério Matias

- Desejo que tenham chegado bem a vossas casas, com a feliz memória de um dia maravilhoso passado em tão linda cidade e boa companhia!! À anfitriã envio um beijinho de muitos parabéns e gratidão pelo esforço e objectivo cumprido !! Foi uma aposta ganha em todas as vertentes..ou seja foi um dia perfeito..Bem haja Acilina❤.Que muitos dias destes existam para descobrirmos o que temos de melhor pelo nosso Portugal fora e igualmente estreitamos os laços de amizade que já nos une.. Margarida Esteveira.

Obrigado Acilina

Saudações caminhadeiras em passada comentada

LF

Acilina disse...

Muito obrigada por terem gostado!!! Fico desvanecida. Tive sorte! O S. Pedro afinal continua a alinhar connosco. E as sugestões e ajudas que me deram revelaram-se muito úteis. O Dores Alves sugeriu este restaurante. A Helena Meleiro foi lá pessoalmente saber se eles eram tão rigorosos quanto ao número de convivas, como diziam no mail. A Céu Pedro sugeriu a visita á exposição da National Geographic.
I get by with a little help from my friends - como cantavam os Beatles. True!

octavio disse...

Olá a todos….

O programa era aliciante, mas para nós tornou-se impossível, porque nos obrigaria a levantar a horas impróprias para poder estar na gare do Oriente no horário previsto; bem basta quando, por vezes, temos de ir apanhar um avião madrugador…
Concordo inteiramente com algumas opiniões já explanadas para transformar esta caminhada numa de 48 horas. E porque não numa especial com duas dormidas no Porto?. Contrariamente à apreciação da maioria dos meus amigos, o Porto não faz parte das minhas preferências, mas guiado pela mão de quem o conhece bem - Lena Meleiro e não só - seria a oportunidade para mudar radicalmente a minha opinião!

Como já não teremos possibilidade de antes do Natal estarmos de novo juntos, desejo a todos e respectivas famílias um Feliz Natal e que possamos, no novo Ano que se aproxima a passos largos, desfrutar destas jornadas caminhadeiras que tão bem nos fazem ao corpo e ao espírito.

Um grande abraço da Carmen e do Octávio

DoCeu disse...

Só a tua paciência, Luís!
Agora percebo a escassez de comentários, que tanto me choca - as pessoas só interagem com o que está à distância dum polegar! Smartphone rules!...
Boas festas para tutti quanti
Céu

António Dores Alves disse...

Não estive presente, mas ao ler a excelente reportagem da Acilina foi como se tivesse estado neste belo passeio abençoado pelo S. Pedro. Parabéns pelo excelente dia que proporcionaste.
Aproveito para desejar um Bom Natal e Feliz ano a todos os caminhadeiros.
beijos e abraços.
António Dores Alves

Acilina disse...

Desejo a todos umas Boas, diria mesmo, Excelentes Boas Festas!!!
Que o Natal vos aqueça o coração junto dos que mais gostam, e que o Novo Ano de 2020 vos traga muita saúde e energia para partilharmos juntos a felicidade de muitas mais caminhadas.