sábado, 21 de setembro de 2019

* * * * * * * 1ª Caminhada da Época 2019 / 2020 * * * * * * * * ___"Do Bairro de Caselas ao Forte do Alto do Duque"____ Parque Florestal de Monsanto (zona sul) . Dia 18 de Setembro


Álbuns de Fotos:
Ilda Poças
Dores Alves
Lúcio Libanio
Carlos Evangelista
Luz Fialho
Data do encontro: 18/09/2019
Local do Encontro: Bairros de Caselas
Percurso: 6 Km
Participantes - (36) Acilina Caneco, Amílcar Queiroz, Ana Bela Fernandes, Ana Cristina Umbelino, Ana Leão, António Palma, Carlos Evangelista, Carmen Firme, Céu Esteves, Céu Fialho, Cidália Marta, Clara Maia, Cristina Archer, Dores Alves, Fátima Libânio, Fernando Bernardino, Fortunato de Sousa, Hélia Jorge, Ilda Poças, Isabelina Jorge, João Duarte, Júlia Costa, Lídia Albuquerque, Lina Fernandes, Lúcio Libânio, Luís Fernandes, Luz Fialho, Manuel Barbosa, Manuel Pedro, Manuel Reis, Octávio Firme, Pedro Albuquerque, Socorro Bernardino, Teresa Palma Duarte, Victor Gonçalves, Virgílio Vargas (apenas no almoço e actividade cultural)
Organizadores – Dores Alves, Pedro Albuquerque
Próxima Caminhada – 02/10/2019, Alpiarça (organizam Fátima e Lúcio Libânio)
Reportagem
As imediações da sede do Caselas Futebol Clube começaram a ficar animadas ainda antes da hora marcada para a concentração – decorridos quase 3 meses sobre a última actividade, os participantes na 1ª Caminhada da Época de 2019-2020 estavam ansiosos por matar saudades uns dos outros, e por voltar ao CCC, Caminhar, Comer, Conhecer.
Conferida a lista dos inscritos (com algumas baixas inesperadas a registar), os organizadores fizeram uma pequena apresentação do perfil do percurso, referindo que o mesmo era fácil, tendo apenas “uma ou outra subida”.
O dia apresentava-se óptimo, temperatura amena, sem vento, e assim se deu início à caminhada, percorrendo-se algumas ruas do Bairro de Caselas, até nos internarmos no Parque de Monsanto, em direcção ao Forte do Alto do Duque.
Os organizadores deram a conhecer as características particulares deste Bairro de casas económicas construído na década de 50 do século passado – os interessados em habitar nestas moradias, candidatavam-se ao programa, e após a atribuição, era fixada uma renda que pagariam ao longo de 25 anos, prazo findo o qual se tornavam proprietários.
Lá fomos pelo Parque Florestal de Monsanto, em passada tranquila, como se impunha numa caminhada inaugural, fazendo algumas paragens em locais cuidadosamente seleccionados - onde os repórteres fotográficos redobravam de actividade - ora para apreciar a paisagem, com o Tejo ao fundo, ora para recuperar o fôlego das subidas (que se multiplicaram!...), ou ainda, quando chegámos a meio do percurso, junto do Forte do Alto do Duque.
Fortaleza construída no final do século XIX, inserida na linha de defesa imediata de Lisboa, com a missão de impedir a passagem pela barra do Tejo, é de planta pentagonal irregular, não sendo facilmente observável, pois está enterrado. Tratando-se da única fortaleza de tipo austríaco existente na Península Ibérica, tornou-se conhecida fora dos circuitos militares durante os primeiros anos após 25 de Abril de 1974, quando lá foi instalada a sede do Comando Operacional do Continente (COPCON). A esse propósito, o Pedro Albuquerque partilhou connosco a sua experiência enquanto co-proprietário de uma casa devoluta que, pelas peculiaridades do momento que então se vivia, foi ocupada durante algum tempo, o que provocou várias deslocações a essa instância até que a situação se resolvesse.
Iniciámos depois o caminho de regresso, e como “tudo o que sobe, tem de descer”, lá se foram escutando algumas queixas de caminhadeiros cujos joelhos gostam de se tornar notados; no entanto, nada que exigisse cuidados especiais, e assim pouco depois do meio-dia já estávamos de volta ao Bairro.
Foi tempo de retomar as viaturas - próprias, ou em boleia forçada, pois uma carrinha impedia o acesso a algumas estacionadas junto ao C.F.C. – e rumar ao Restaurante Dom Leitão.
Embora “Os Caminhadeiros” já sejam clientes habituais daquela casa, todos notámos os diversos melhoramentos introduzidos no espaço. O almoço foi, como sempre, do agrado de todos, e lá se foram arranjando “pretextos” para variados brindes, com o “frisante” que escorria bem; no final, novidades também na sobremesa – um belo bolo cuidadosamente cortado por um funcionário com 32 anos de casa (como nos confidenciou, quando lhe perguntámos como conseguia cortar porções tão homogéneas) foi o remate de um repasto que a todos satisfez.
A parte cultural da nossa jornada, “À descoberta de Benfica”, iniciou-se na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, projecto do arquitecto João Frederico Ludovice, cuja primeira pedra foi lançada em 1750; fomos recebidos pelo pároco Nuno Fernandes que, por motivos imprevistos, não nos pôde acompanhar na visita ao interior, tendo o Pedro Albuquerque desempenhado o papel de cicerone, chamando-nos a atenção para o facto de se tratar de uma igreja incompleta (pois apenas tem uma torre sineira), para as telas da autoria do pintor Pedro Alexandrino e para uma fonte em pedra, muito trabalhada, existente na sacristia.
Seguimos depois para o Parque Silva Porto, mais conhecido por Mata de Benfica, mandado plantar em 1880 por João Carlos Ulrich para embelezar o seu Palácio da Feiteira. Em 1910 o espaço é cedido à Câmara Municipal de Lisboa que lhe dá o nome do pintor, e várias décadas depois, a Sociedade Nacional de Belas Artes toma a iniciativa de mandar erigir o seu busto à entrada do Parque; ainda no mesmo espaço, existe um quiosque (hoje com a função de casa de banho pública) cujas paredes exteriores são decoradas com painéis de azulejos estilo Arte-Nova, que foram devidamente apreciados pelo nosso grupo.
Apesar de se tratar de um espaço que merece uma demorada visita, ficámo-nos pela entrada, pois o nosso roteiro a isso obrigava.
De seguida, e no caminho para o local onde teríamos o nosso lanche, fizemos ainda uma paragem num edifício de quinze andares, em cujo terraço pudémos usufruir de uma belíssima vista panorâmica, onde os mais fortes em orientação se entretiveram a identificar variadas localizações, dentro e fora da cidade.
Continuando a nossa caminhada por Benfica, aproximámo-nos então do Palácio Baldaya, em cuja parede exterior “RAF 71” - nome artístico de Rui Ferreira – pintou um mural em que pretendeu retratar a senhora que lhe deu o nome, Dona Maria Joanna Baldaya, e que o recebeu como prenda de casamento em 1840, tendo aí habitado até à sua morte em 1859. Nos finais do século XIX foi aqui instalado o Hotel Mafra, e na segunda década do século XX foi adquirido pelo Estado Português, para instalação do Laboratório de Patologia Veterinária e Bacteriologia. Finalmente, em 2015, a Câmara Municipal de Lisboa cede o Palácio e o seu jardim à Junta de freguesia de Benfica em regime de “comodato”.
As obras de requalificação incluíram, entre outras, a criação de uma Cafetaria que dá directamente sobre o jardim do Palácio, um espaço muito agradável, com árvores centenárias, e um pequeno lago com um repuxo que lhe confere um ambiente muito apetecível. Aí decorreu o nosso Lanche, com uns bolos de fatia muito saborosos a acompanhar o tradicional chá.
Não fora a tarde aproximar-se do fim, e teríamos continuado de bom grado o nosso convívio, mas, aos poucos, cada um foi rumando a suas casas, já com o pensamento no próximo encontro, em Alpiarça.

Saudações Caminhadeiras em passada inicial,

Maria da Luz Fialho

1 comentário:

Vit.Gonçalves disse...

Belo dia de inicio de época Caminhadeira.
Quero agradecer ao Pedro ao António e à repórter Maria da Luz, o excelente trabalho para que a 1ª caminhada desta época tenha sido um sucesso.
Obrigado.
Saudações Caminhadeiras.
VG