segunda-feira, 4 de outubro de 2010

2ª Caminhada - Época 2010 / 2011 - Valada 29 de Setembro



Album de Fotos (Armando)
Album de Fotos (F. Sousa)
Album de Fotos (Gil Furtado)
Album de Fotos (Luis Fernandes)
Album de Fotos (Manuel Reis)
Data do encontro: 29/09/2010
Local: Valada
Percurso: 10,200 Km: 2 horas
Caminhantes - António Pires, Armando, Bernardino, Carlos Sales, Chico Pires, Gil Furtado, Luís Fernandes, João Duarte, João Figueiredo, Manuel Reis, Odete, Maria do Céu, Manuel Pedro, Fortunato de Sousa, Victor Gonçalves, Luísa Gonçalves, Manuel Floxo, Carlos Evangelista e Paula Nóbrega.
Organizador - Armando Lourenço
Almoço - Restaurante " O Escaroupim " na localidade do mesmo nome - Preço: € 25,00
Próxima Caminhada - 13/10/2010 ( Organiza : Manuel Reis)
Fundo de Reserva - € 250,50
Reportagem : O organizador, cuidando que tudo corresse bem, tanto mais que se tratava do seu "baptismo" em matéria de Organizações Caminhadeiras chegou cedo !
Mas não tanto que tivesse de dormir em Valada, como travessamente alguém sugeriu.
Os segundos madrugadores foram a seguir o grupo do deserto.
O que não é de surpreender porque, tendo que suportar as altas temperaturas da sua região, o apelo da brisa fresca e suave do Rio, foi com certeza irresistível.
À hora definida para a "concentração" (10 horas) todo o pessoal Caminhadeiro estava presente, numa demonstração de verdadeira pontualidade britânica.
Após os cumprimentos, troca de "calcantes" e ajustamento de bastões, iniciámos a marcha. Esta, orientada a Porto de Muge, fez-se caminhando pelo dique, que os naturais da zona designam por "Tapadão".
Seja pelo vigor dos Caminhadeiros, retemperados por umas merecidas férias, seja pela "macieza" do percurso ( salvo algumas, poucas, "picadas" com densa vegetação e algumas moscas incomodativas), o certo é que os meus bravos companheiros e companheiras, "paparam" o percurso estabelecido num abrir e fechar de olhos.
Teve por isso que se fazer uma adenda ao trajecto, prolongando-o por mais 1,5 Kms sensivelmente, de maneira a chegar-mos ao cais na hora de embarque, e não ter-mos que ficar no dito "a ver navios".
O Bernardino sugeriu, como prolongamento do percurso, atravessar-mos a ponte D. Amélia em direcção à outra margem.
O pessoal, na sua maioria, optou por "cortar a direito" coisa que, ao que me constou deixou o Bernardino afinado.
Não te rales Bernardino !
Tenho para mim que o que eles tinham era "vertigens" das alturas e só mais tarde, ao fazerem a travessia da ponte , agora de carro, é que constataram a oportunidade que perderam de desfrutar de uma belíssima panorâmica do Rio, e toda a sua envolvente.
Feita a caminhada chegámos ao cais, tínhamos à nossa espera um convidado inesperado para o almoço, o Vitor Trigo. Embarcámos, rumo ao Restaurante situado na margem oposta. Ao aproximarmo-nos da outra margem, veio-me à memória os meus tempos de adolescente em que me deliciava com as leituras e os filmes sobre Piratas e Abordagens.
Então quando deixámos o "Veleiro" e embarcámos no bote a caminho de terra firme, lembrei-me dos desmandos que esses piratas faziam em terra.
Nós, inocentes corsários, o único desmando a que nos propunha-mos era dar-mos cabo das enguias (Fritas e de Ensopado) .
O almoço, de confecção agradável, decorreu com a alegria e o ruído característicos destes "ajuntamentos", sempre colorido com os habituais ditos, chistes, palpites, opiniões e algumas "bocas". Notei curioso, a quantidade de gulosos que integram o grupo, que no capítulo das sobremesas não resistiram à repetição.
Terminado o almoço e cumprindo o programa estabelecido, visitámos uma casa típica dos “Avieiros”, populações oriundas de Vieira de Leiria (de onde deriva o termo) que em busca do sustento de suas famílias que escasseava na sua região, demandavam o Rio Tejo para se dedicarem à faina pesqueira, e também a trabalhos agrícolas como assalariados.
A vida destas populações é-nos descrita pelo escritor Alves Redol no seu romance “Avieiros”.
O seu romance seguramente, e as visitas que nós e outros fazemos, é de certa forma uma homenagem a estas gentes , pelos tempos de dificuldades, sacrifícios e algum ostracismo que tiveram de suportar.
A descrição do modo de vida, forma como se processava os métodos da pesca e a explicação sobre os apetrechos utilizados, foi-nos feita pela D. CASSILDA de maneira autentica como não podia deixar de ser , tratando-se de uma “Avieira de gema”.
Após a visita à casa museu dos Avieiros, preparámo-nos para embarcar, afim de iniciarmos o passeio no Rio.
Enquanto aguardava-mos o embarque, o Bernardino abordou uma interessante teoria sobre a inexistência de marés (se interpretei bem a explicação).
Por insistência do Sales, concedeu que as águas do Rio podiam ir até ao Bugio.
Timidamente, o Sales ainda lhe perguntou: Oh Bernardino então mas o Rio (Tejo) não vai em direcção ao “Ântico, “Quântico” ou coisa assim ? mas ficou-se por aí.
O passeio no Rio, porque tivemos a sorte de o realizar num dia propício, foi a meu ver bastante agradável, porque a brisa fresca amenizava o calor que se fazia sentir, apesar de já estarmos no Outono.
Mas o pessoal queria mais !
Queria ver Cavalos !
É certo que o programa incluía essa perspectiva mas, os cavalos, como todo o ser vivente nesta planeta, têm também direito ao seu período de descanso.
Ora os ditos cavalos não têm culpa que tivesse-mos prolongado o nosso almoço até às tantas …
E não vale dizer que os cavalos seriam originários do Alentejo e como tal amantes do descanso.
Não queira o nosso companheiro João Duarte hoje, ter o “descanso” que tinham antigamente os Alentejanos .
Quanto às Aves, essas, certamente foram de férias, excepção feita às gaivotas (que alguém chegou a confundir com … Pinguins)
Compreende-se, estavam longe e binóculos só eu e outro é que levava-mos.
Acabámos por avistar cavalos (poucos) mas o Manuel Reis, de maneira exigente e selectiva, afirmou que esses (cavalos) não interessavam porque não eram de … Cobrição.
Terminado o agradável passeio, fez-se o trajecto de regresso, tendo todos desembarcado sãos e salvos no cais de Valada.
Dada a pressa de alguns Caminhadeiros em se “pisgarem”para assistir ao jogo do Benfica, o organizador já não contava com a habitual tertúlia à volta do bule do chá.
O que aconteceu foi que, ao que parece os “vermelhos” estavam em minoria, pelo que a reunião à volta do bule se realizou mesmo, no Restaurante “Padeirinha de Muge” por sugestão do Victor Gonçalves.
Terminámos então a tarde no final desta odisseia marítima, saboreando o chá e umas cervejolas à mistura, acompanhado de saborosas fatias de broa de milho e uns bolinhos simpaticamente oferecidos por Paula Nóbrega, ex-colega dos Isto Bai Mal a quem em meu nome e de todos os restantes Caminhadeiros damos as boas vindas, fazendo votos que nos queira acompanhar mais vezes, garantindo-lhe (para sua tranquilidade) que excepção feita a este evento em que houve uma componente marítima, os nossos trajectos habituais são sempre e só por terra firme.
O organizador, recebeu alguns elogios pela organização da caminhada.
Não enjeitando, por delicadeza, esses elogios, é sua convicção que não os direccionaram para a entidade certa.
O alvo principal desses elogios deveria ser, com toda a Justiça o … FUNDO DE MANEIO.
“ pois não é que até o “chazinho das cinco pagou “ ?
Para todos Saudações do Caminhadeiro e Amigo
Armando Lourenço

5 comentários:

Fortunato de Sousa disse...

Ao Caminhadeiro e a partir de hoje também repórter Armando, os meus parabens pela excelente organização do evento caminhante e pela óptima reportagem que publicou.
Foi esta a 1ª caminhada que organizou, mas pelo vistos está bem preparado para outras que queira e possa planear.
Agora venha o experiente caminhadeiro Manuel Reis com a próxima no dia 13 do 10.
Saudações Caminhadeiras,
Fortunato de Sousa

Gil A F Furtado disse...

Antes do mais, triplos parabéns ao companheiro Armando: pela organização - impecável - e pela reportagem - completíssima -, mas também pelas belas, imaginativas e bem observadas fotografias!

(E de tudo quero destacar o ensopado de enguias. Estava soberbo!)

Agradecimentos também ao Luís Fernandes, pelo seu rigor métrico. Observando o gráfico do percurso, concluo que devo ter andado 6,8 km - 2/3 do percurso total -, pois que fui até à ponte Dona Amélia.
Já o que não compreendo é aquele gráfico medonho das altitudes, que me faz lembrar os Himalaias. Como é que caminhando sempre pelo paredão atingimos tais desníveis: de 7,5 metros abaixo do nível das águas (!) até 27,5 metros nas alturas!?

Entretanto enviei para os digníssimos editores do blogue, para eventual publicação, a minha pobre reportagem fotográfica. Por ela se pode ver que ainda vos acompanhei, no início da caminhada,por mais de 20 metros: aí 21 ou 22. É obra, principalmente para quem já levava a caminhada feita de casa!

E agora, assim que me despedir no final deste comentário, vou enviar para todos os caminhadeiros, praticantes ou não, mais um "boião de cultura", este sobre Valada e arredores, evidentemente. Estou certo que se puderem dedicar-lhe um pouco da vossa atenção, ainda que o leiam à velocidade a que caminham, não darão o vosso tempo por muito mal empregado. (Aliás, se não estivesse convencido disso não me daria ao trabalho de passar horas a transcrever informações.)

Abraços caminhadeiros cá do fundo do pelotão.

Carlos Sales disse...

Parabéns ao Caminhadeiro Armando, pela organizaçãao deste evento em terras de Valada (do Ribatejo) bem como pela excelente reportagem, em que faz um retrato fidedigno do ocorrido.
Creio que este resultado positivo, em termos de organização, se ficou a dever a toda a preparação física teórica e técnica, que o Armando andou a dispender para se decidir a organizar uma Caminhada.
Armando, muita atenção, começa a pensar na preparação da próxima.
Uma vez mais, PARABÉNS.
Carlos Sales

mreis disse...

Mais um caloiro que se estreou na organização das caminhadas e passou com distinção. Caso para dizer: isto não custa nada, vamos lá a tocar a todos.

Só um reparo à reportagem: tanto quanto me lembro não falei em cobrição com ninguém, mas como foi depois de almoço... O Armando deve ter feito confusão. Havia era um mouchão com cavalos lusitanos (só machos) em estado selvagem até aos 3 anos e esses não vimos. E havia outra criação mais acima na margem do rio que dessa vimos as éguas a pastar.

E quanto ao chá, que a verdade seja reposta: o carro da frente cheio de benfiquistas é que parou naquele local para o chá, que a propósito está a ficar cada vez menos chá e mais diversos.

E não vos digo onde fui ver o Benfica para não ficarem com inveja.

Abraços
mreis

CHICO PIRES disse...

Olá Pessoal!

Embora um pouco atrasado, não quero deixar deixar de manifestar a minha concordância, com o agrado manifestado pela generalidade dos participantes relativamente à qualidade do passeio e ao bom trabalho do organizador. Quanto à partilha dos seus justos méritos com o Fundo de Maneio, já não concordo.A partilha, deveria sim, ter sido feita com o "cobrador" habitual deste imposto quinzenal.É de facto o Luís, armado com o seu sorriso bem disposto, que saca as notinhas ao pessoal, indiferente a quaisquer reacções negativas.Com este seu labor e aplicação, nunca o Fundo acabará por bater no Fundo, o que além de ser claramente masoquista, nos privaria da única oportunidade na vida de pagar um imposto com retorno e usado em boas causas.
Um abraço.
Do Chico.