segunda-feira, 23 de novembro de 2009

6ª Caminhada 2009/2010 - 18 de Novembro - Manique do Intendente



Data da Encontro: 18/11/2009
Local: Manique do Intendente
Percurso: 10,000 Kms; 02:00 Horas

Caminhantes: Armando Lourenço; A. Henriques; A. Pires; Bernardino; Carlos Sales; Chico Pires; Dores Alves; F. Sousa: Gilberto; Gil Furtado; Hugo Pires; Luís Fernandes; Manuel Floxo; Manuel Reis; Teresa Santos; Vitor Gonçalves.
Guia: António José
Almoçantes: Vitor Trigo; Zé Teixeira
Organizador: Gil Furtado
Almoço: Restaurante ‘ Café Candeia’ (Tel.) Preço: € 20,00
Próxima Caminhada: 02/12/2009 (Organiza: Fortunato de Sousa)
Fundo de Reserva: € 441,00
Reportagem: Bem ou mal, lá efectuámos mais uma caminhada.
À partida, após pequena espera dos que andaram, sem GPS, perdidos pelos ínvios caminhos da Lapa, éramos 17, incluindo a simpática presença da amiga Teresa Santos, convalescente de uma recentíssima cirurgia – que pedira ao médico autorização para caminhar mas lhe ocultara quantos quilómetros –; à chegada somávamos 19. É que, atraídos pelos eflúvios da cozinha, para o almoço juntaram-se a nós os companheiros Vítor Trigo e José Teixeira.
Aproveitamos para felicitar e agradecer a presença da novel caminhadeira e dos alegres comensais, fazendo votos para o completo restabelecimento da primeira – de que não duvidamos, dada a excelente forma física e anímica que já evidenciou –, e desejando a companhia dos três sempre que lhes seja possível.
Aliás, o Teixeira comprometeu-se a, “logo após conseguir juntar-se a nós uma terceira vez”, ser ele “a organizar”. Apraz-nos registar a promessa, mas uma voz dubitativa perguntou: «Uma caminhada ou SÓ um almoço?».
A caminhada propriamente dita decorreu dentro de normalíssimos parâmetros. O estado do tempo ajudou: nem frio, nem quente; nem seco, nem húmido. O piso era simpático: nem macio, nem duro; nem seco, nem molhado; nem pó, nem lama. A velocidade foi suportável: nem lenta, nem rápida. O itinerário fora muito bem escolhido: sem subidas nem descidas; sem rectas nem curvas; nem “circular”, nem “ida-e-volta”, apenas voltas e reviravoltas.
Todo o mérito pertence ao guia, António José Lourenço, Tóino Zé para os antigos amigos e agora também para estes novos, que, além do mais, providenciou desde o início para que ninguém ficasse para trás. Que se saiba, o simpático guia nunca foi pastor, mas bem que evidenciou genuína intuição de seguidor de rebanhos (salvo seja). Daqui lhe agradecemos.
Do amesendamento há a dizer que fomos acarinhados pela simpatia do casal Ludgero e Maria do Rosário, do Café Candeia, que, coadjuvados pelo discreto Afonso “Cebola”, nos brindaram, de manhãzinha, com batas-doces assadas, bolos diversos, licores, uísques e café; ao almoço, com uma pantagruélica feijoada ribatejana regada por um espevitado tinto local ligeiramente “amorangado”; e ao lanche, com mais bolos, mais bebidas, e grandes panelões de uma deliciosa combinação de chá-príncipe e lúcia-lima. (Desta, o caminhadeiro Vítor Gonçalves conhece todos os nomes, qual Saramago: lúcia-lima, erva-luísa, bela-luísa, limonete e ainda outros). Há também a registar o agrado com que degustámos, imediatamente após a caminhada e enquanto a feijoada acabava de apurar, uma saborosíssima poncha trazida directamente da Madeira – que é dum Jardim –, preparada, oferecida e servida pelos “cubanos” Luís Fernandes e Vítor Gonçalves.
Entre o almoço e o chá, olhámos atentamente para a fachada do Palácio de Pina Manique – onde há um friso que parece um friso e da qual, não obstante a prestimosa colaboração do autóctone Alfredo Sécio, bem-disposto jovem de quase 80 anos, não conseguimos perceber se a torre sineira é ou não contemporânea – e ainda visitámos a Praça dos Imperadores, com a Casa da Câmara e o pelourinho – onde ninguém foi enforcado mas alguém terá passado um mau bocado.
À despedida tivemos o prazer de ouvir o nosso guia prometer que na próxima caminhada em Manique “ninguém o agarra”. Irá exercitar a sua condição física? Ou simplesmente decidiu não voltar a aparecer?
Depois de tudo isto, e do mais que aqui não se regista, caía a noite quando regressámos a penates. E todos fomos muito felizes para sempre.

Saudações Caminhadeiras,

Gil Furtado

Nota: É muito mais difícil fazer a reportagem que caminhar.

5 comentários:

mreis disse...

Se 'o caminho se faz a andar' tá visto que a reportagem se faz a reportar. E cá está ela completíssima no pré, pós e caminhada propriamente dita.
Só por curiosidade e porque pelo menos um dos caminhadeiros não pôde assistir ao boião de cultura do Gil depois do almoço, aqui fica o texto da carta que o ti Alfredo deu ao Gilberto para nos ler:
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Exmo. Sr. Duque de Cadaval:

Se meu nascimento, embora humilde, mas tão digno e honrado como o da mais alta nobreza, me coloca em circunstância de V. Excia. me tratar por TU - Caguei para mim que nada valho.

Se o alto cargo que exerço, de Corregedor da Justiça do Reino em Santarém, permite a V. Excia., Corregedor Mor da Justiça do Reino, tratar-me acintosamente por TU, - Caguei para o cargo.

Mas, se nem uma nem outra coisa consentem semelhante linguagem, peço a V. Excia. que me informe com brevidade sobre estas particularidades, pois quero saber ao certo se devo ou não Cagar para V. Excia.

Santarém, 22 de Outubro de 1795

PINA MANIQUE Corregedor de Santarém
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Sói lembrar-se que Pina Manique, então, Corregedor de Santarém, será o futuro Intendente Geral de Polícia. O Duque de Cadaval, Corregedor-Mor da Justiça do Reino, era, à data da carta, o superior hierárquico de Pina Manique. Esta carta está na Biblioteca Nacional de Lisboa.

Fortunato de Sousa disse...

Fónix, que o nosso repórter não só é mestre na arte de bem caminhar, mas também consegue extrair do léxico português vocábulos de alto gabarito. 'dubitativa, amesendamento, pantagruélia, autóctone, penates' !!!!! Arre porra Sr. Gil Furtado, mas assim tenho que te entregar a pasta.
Parabens ao Gil pela excelente reportagem e estou convicto que outros repórteres irão a seu tempo aparecer.

Fortunato de Sousa

Luis Fernandes disse...

Parabens ao reporter pela bela reportagem e para demonstrar que "A velocidade foi suportável: nem lenta, nem rápida. O itinerário fora muito bem escolhido: sem subidas nem descidas; sem rectas nem curvas; nem “circular”, nem “ida-e-volta”, apenas voltas e reviravoltas", em estreia... a demontração visual do mesmo

mreis disse...

Parabéns caminhadeiro Luis, temos que começar a pensar em comercializar as tuas produções informáticas de alto nível.

Para informação geral deixo aqui link para uma noticia que me chegou e que me parece ser uma boa ideia e com interesse para o grupo.

http://fugaspublico.blogspot.com/2006/11/itinerante-nova-revista-nas-bancas.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Fugas+%28fugasB%29

Gil A F Furtado disse...

Ó Fortunato, então "ínvios" e "eflúvios", para não falar de "novel", não mereceram referência?!... Que injustiça! São tão vocábulos dos domingos como os outros.