sábado, 25 de janeiro de 2014

10ª Caminhada da época 2013/2014 *** Dia 22 de Janeiro *** Em Gaio-Rosário, pelo estuário do Tejo, a caminho do bacalhau Riberalves




Álbum de Fotos:
Luis Martins
Manuel Reis
Fortunato de Sousa
António Palma
Data do Encontro: 22/01/2014
Organizadores: Fortunato de Sousa, Luís Fernandes e Vítor Gonçalves
Local: Gaio-Rosário, concelho da Moita
Extensão e duração do percurso: 8, 5 km em 2 horas. A esta distância devem adicionar-se 1.800 metros, ida e volta a pé entre o restaurante e a “fábrica” Riberalves
Caminhantes:(28); Angelina Martins; Carmen Firme; Graça Sena; Lina Fernandes; Lurdes Clara; Margarida Serôdio; Maria do Céu; Maria Luísa Morgado; Odete Vicente; Quinita de Sousa; António José Clemente; António Palma; Carlos Penedo; Fortunato de Sousa; Gilberto Santos; João Figueiredo; José Clara; Luís Fernandes; Luís Martins; Manuel Flôxo; Manuel Garcia; Manuel Pedro; Manuel Reis; Octávio Firme; Rogério Matias; Virgílio Vargas; Vítor Gonçalves e este “repórter à força”.
Ao almoço e ao chá: exactamente os mesmos
Almoço: Restaurante Baía Tejo
Visita cultural: Bacalhau Riberalves
Chá:Baía Café
Próxima caminhada: Nossa Senhora da Graça do Divor, em 05/02/2014
Organizador: Balão de Sousa, também conhecido por Fortunato (um organizador que vale por quatro)
Reportagem: Tanta coisa que este pobre escriba deixa por dizer em tantíssimas outras ocasiões – por falta de tempo, por preguiça, por inépcia –, e ei-lo a escrever quando nem sequer é a sua vez. Mas “noblesse oblige”, e à noblesse nunca gostei de me eximir. Entre a espada e a parede – a parede, atrás de mim, era de vidro, mas inquebrável, e a espada, à minha frente, 27 caminhadeiros exigentes e determinados, era de aço bem temperado –, ainda tentei escapar, prometendo que corrigiria as vírgulas do texto que outrem escrevesse, mas não fui suficientemente convincente. Aliás, ser-me ia talvez fácil acrescentar algumas vírgulas faltantes, mas antevejo que me seria muito difícil retirar as que estivessem a mais. Virgular é fácil; já desvirgular não é para toda a gente… Adiante.
Mas qual é a noblesse que me obriga? – perguntarão vocês. Passo a explicar. Em 25/01/2012, este aprendiz de organizador de caminhadas foi responsável por uma ida à sua terra natal, Vila Nova de São Pedro. Quando chegou a altura de escrever a reportagem, achou-se este inexperiente repórter em palpos de aranha. Vai daí, recorreu a um amigo – o Fortunato de Sousa. E em poucas horas a reportagem apareceu feita. Se tiverem paciência para a reler, verão que está lá tudo explicado. (Tem alguns pequenos erros de história que, por minha incúria – ou talvez pudor – nunca foram corrigidos, mas prometo que um dia o farei. Espalhados por reportagens e comentários há outros erros de minha lavra – ou de má reprodução de palavras minhas –, mas não é altura de falar deles, nem é importante. Aproveito apenas para me referir a Manique do Intendente, dado ser recente a nossa última passagem por lá: a Wikipédia transmite-nos alguns erros crassos, que têm origem na ignorância de quem escreveu o verbete, mas, pior que isso, José Hermano Saraiva repete, sem qualquer cuidado de investigação, um erro que em Manique ouviu ou que na Wikipédia leu. Quando estiver para aí virado, voltarei a este assunto).
Dizia eu que o Fortunato em pouquíssimo tempo escreveu, por mim, uma bela reportagem. Mais tarde, em 16/05/2012, visitámos, em Mora, o Parque Ecológico do Gameiro, guiados pelo sr. Manuel Luís Canelas em organização da responsabilidade de Balão de Sousa e Vítor Gonçalves e por eles baptizada de Rota da Água Alentejana. Mais uma jornada inesquecível. Em plena caminhada, solicita-me o Balão, já não me lembro por que motivo, que escreva eu a reportagem. Anuo imediatamente, com uma única condição: assinar com pseudónimo e conservar ele o segredo. (Foi o mesmo que esconder-se o gato e deixar de fora mais de metade da cauda, mas serviu para todos nos divertirmos). Com essa acção não paguei um favor, que um favor nunca se paga: agradece-se, retribuiu-se se for possível, mas, por melhor que se agradeça e retribua, nunca fica pago. É favor: não é negócio.
Vem agora o Fortunato, apoiado pelo Vítor Gonçalves e o Luís Fernandes – para não falar de mais ninguém –, meter-me em nova alhada. Mais uma vez, não fujo: se o Balão nunca volta a cara a um amigo, ia eu recusar um pedido do Balão?! (Uma nota que se impõe: o Balão, decano dos repórteres-caminhadeiros, que durante anos assegurou, sozinho, a Crónica dos Feitos das Andanças – ou Crónica das Andanças Feitas –, só não escreve desta vez porque está assoberbado de afazeres. E cabe aqui outro parêntesis, ou o aproveitamento do mesmo: não deixa de ser irónico que se peça a reportagem ao caminhadeiro de pior ouvido e que detesta fazer perguntas – talvez por lhe ser difícil ouvir as respostas –, toda a sua vida tendo dito que, a ter que saber as coisas, prefere sabê-las depois do último, ou seja, pede-se que reporte quem menos apetrechado está para reportar!)
Como reportagem propriamente dita, que posso eu dizer? Nada mais que aquilo que vos prometi ao almoço, quando dela me incumbiram: «Correu tudo bem! Ponto final!»
E bastaria, mas insisto: desde o início da caminhada até ao fim do lanche, correu tudo bem! Para ser mais completo: desde que saímos de casa até que a casa regressámos, correu tudo bem! Em suma: correu tudo bem. E ainda bem!
Não me quero repetir, mas reforço a afirmação de que a caminhada correu bem porque não foi demasiado longa – e a meio, exactamente a meio, uma chuva providencial levou alguns a abrigarem-se num pequeno bar que servia óptimas bifanas acompanhadas de cerveja. Também o almoço correu bem, porque tanto a massada de peixe como as bochechas de reco eram saborosas e abundantes – e, no que particularmente me toca, um atencioso companheiro de mesa, sabendo de antemão que eu sou sempre o último a sentar-se, reservou-me algumas entradas, das quais apreciei – além do gesto, que muito agradeço –, uns deliciosos rissóis.
A jornada também correu muito bem devido ao interesse da visita efectuada às instalações da Riberalves, em que fomos guiados pela sabedoria e gentileza do Engº Diogo Freitas. Foi uma boa ideia dos organizadores, a de nos levarem a uma visita cultural de características tão diferentes das habituais. Suponho que se deverá mais ao Vítor que aos outros dois, mas nestes casos a paternidade é o que menos interessa, dado que a organização é colectiva, e quando vários contribuem para o mesmo fim, já diziam os romanos: mater sempre certa, pater incertus.
Cabe referir que o Grupo Os Caminhadeiros, representado pelos três organizadores desta jornada, agradeceram à instituição Riberalves a amabilidade com que foram recebidos, ofertando-lhe, na pessoa da gentilíssima Engª Vera Xavier, um dos nossos troféus, com que costumamos distinguir quem o merece. (E aos quilómetros andados devíamos somar os muitos metros que, de sapatinhos azuis e totós de plástico até aos pés, percorremos nas instalações da fábrica).
E, como repórter, mais não digo. O muito que há para dizer, digam-no vocês nos comentários. Paulo Freire criou o seu método de alfabetização de adultos partindo do veracíssimo princípio da inexistência de analfabetos culturais. Ora, se ele pôs a ler e a escrever milhões de analfabetos completamente iletrados, porque não hão-de vocês, queridíssimas amigas e estimados amigos, pôr nos comentários aquilo que falta nas reportagens? Não são analfabetos, não são iletrados, não são incultos – muito longe disso! Alguns têm provas dadas em reportagens e comentários – belíssimas provas, que muito prazer intelectual me deram e que não poucas vezes têm contribuído para enriquecimento da minha pobre cultura. A outros – a todos –, tenho ouvido conversas interessantíssimas. Se cada um puser, no blogue, um pouco do que viu e ouviu, um pouco de si e da sua sabedoria, ganharemos riquíssimas reportagens.
Fico à espera. Fico esperando ansiosamente. Mas espero não ter que esperar muito. (Verseja lá outra vez, ó Vítor…)
(Nota: Há um comentário que avanço desde já saber que vai aparecer, porque o seu autor me informou: um contacto havido entre os organizadores da jornada e a Riberalves.)
Sem mais, atenciosamente, venerador e obrigado, despede-se de todos vós o

Gil Repórter-Forçado.

Lisboa (Benfica), 25-10-2014 às 18:35

17 comentários:

Gil A F Furtado disse...

Primeiro comentário (ou adenda à reportagem, se assim lhe quiserem chamar):

Todos, unanimemente, lamentámos a ausência do inigualável amigo João Duarte – procurei outros adjectivos, João, mas entre impagável, incomparável, insubstituível, inconfundível e os mais que me ocorreram, foi este o que melhor me pareceu – preso em casa por um mal de garganta que nem lhe permitiu ir ver o seu Benfica – e de sua simpatiquíssima companheira, Teresa Palma Duarte – com ela não tive qualquer hesitação em relação ao adjectivo.
A ele desejamos uma boa e rápida recuperação, e a ambos que retornem brevemente ao nosso convívio. Aliás, posso informar que o nosso João Duarte está a recuperar muito bem, já quase em boas condições para alinhar na equipa que defrontará a Graça do Divor, bem como para apoiar ruidosamente o clube do seu coração.
Entretanto, informo que, mesmo que o João tivesse comparecido em Gaio-Rosário, não teríamos procedido à prometida exotérica invocação dos poderes da vitória. Já tínhamos conversado e acordado que o nosso querido Glorioso, para ganhar só precisa do trabalho daquele fabuloso plantel: não precisa de milagres de nenhum pseudo-Messias, nem de nenhum abanão de orelhas, nem de me.das nenhumas no átrio de qualquer restaurante.

Faltava dizer isto. Agora é a vossa vez.

Muito esperançado, despede-se o

Gil Furtado

Gil A F Furtado disse...

Acabo de ver as fotografias do Luís Martins. Desta vez conseguiu superar-se a si próprio! Grandes trabalhos de quem sabe ver! Fico a pensar que ele fez uma caminhada diferente da minha. Até as (poucas) fotografias mais triviais são suficientemente interessantes para merecerem ser vistas - embora não se comparem com as outras - e, para ser inteiramente sincero (um artista como o Luís Martins, e não é favor nenhum usar com ele a palavra artista, não merece menos que a inteira sinceridade), acho que só a "neve" está a mais.
É tarde e, cansado, (acabo de chegar da minha aldeia onde, por feliz casualidade, tive o prazer da visita de uma mão-cheia de caminhadeiros - mas não foram eles que provocaram o meu cansaço) vou ter que guardar para amanhã o mais que quero dizer.

Entretanto, além de agradecer ao Luís Martins, despede-se quase desesperado - por não haver mais comentários - o vosso amigo

Gil Furtado

mreis disse...

O repórter forçado, talvez pouco inspirado, vem apelar à nossa participação para lhe completar a redacção. Mas afinal está lá tudo: “correu tudo bem! ponto final!”, está lá todo o conteúdo e a prosa até está bestial.
Mas queres mesmo um comentário? Olha que depois não te queixes ou não me obrigues a ir ao dicionário ver a origem etimológica do teu argumentário.
Para já a reportagem saiu a horas, desta vez não houve demoras e foi feita a hora decente, o repórter não foi displicente.
Embora a reportagem seja metade do relatório, a outra metade é pretexto para encher o texto com estórias passadas de outro reportório.
O percurso foi bonito, com o rio, barcos e aves e a vista de Lisboa sempre em fundo, ainda não vi as fotos dos repórteres mas deve haver lá algumas do outro mundo.
Para mim foi pequeno, é pouco uma caminhada de menos de 10km no terreno, tá bem que a chuva interrompeu, mas nem para suar e mudar de roupa deu.
Gostei da visita à Riberalves, boa ideia do Vitor Gonçalves, para mim mais educativa do que cultural, a verdade é que o saber não ocupa lugar afinal. As explicações do guia quase não se ouviam com o barulho dos motores mas pareceu-me que falta ali algum investimento na modernidade da maquinaria e sobretudo nas condições de trabalho dos trabalhadores. Penso que ficou à vista de todos que a vida de operário não é leve, talvez se perceba porque são eles os que mais fazem greve.
Comentário, comentário acabou, saudações de quem o tentou.

LM disse...

Quando estávamos a preparar as caminhadas de 26.10.2011 e 06.02.2013, respectivamente na Serra do Socorro e Serra da Archeira, contactámos a Riberalves para saber da possibilidade de uma visita às suas instalações no Carvalhal, Turcifal, Torres Vedras. Da primeira vez não conseguimos apanhar o responsável a tempo de nos possibilitar a visita e na segunda vez, segundo nos disseram, estavam em fase de Certificação e não era conveniente. Pois desta vez alguém conseguiu que visitássemos essa empresa. Não sei se essa visita se pode inserir na área da cultura ou se pertence à educação mas, creio, uma sem a outra não sobrevivem. Talvez as condições de trabalho não sejam as melhores mas, como respondia uma empregada a quem comentava a falta de protecção para o ruído ambiente, ‘ele haver há mas nós gostamos de conversar umas com as outras e não os usamos’. Lá sabem. Mas o que é verdade é que mais tarde pagarão por isso. De qualquer modo foi uma parte de tarde muito interessante, em que fiquei a saber uma série de coisas de que não fazia ideia e que me enriqueceu bastante em termos de cultura geral. Foi uma boa ideia.
Quanto ao almoço: foi num local que já conhecia há anos. A primeira vez que lá estive tinha havido uma vacada junto a ele, ainda não era uma construção de alvenaria: todo ele era de madeira, suportes sobre as águas, inclusive. Para as vacadas colocavam uma barcaça ao longo da praia e faziam estacadas nos outros lados. Nunca vi nenhuma mas foi assim que explicaram que era. Quanto aos géneros... gostámos.
Agora uma resposta ao Gil: tens razão quanto à ‘neve’ e já apaguei a respectiva foto mas vou-te explicar o que aconteceu. Por volta de Novembro um amigo meu enviou-me um mail contendo uma brincadeira que consistia no seguinte: colocando uma morada qualquer (a minha morada, por exemplo) o programeta produzia a sua imagem com uma simulação de nevão. Por curiosidade procedi de acordo e vi a minha casa com neve a cair: interessante... discard... Mas para mal dos meus pecados isso não foi suficiente para apagar essa brincadeira. E mesmo sem intervenção minha uma das fotos de cada álbum meu enviado para o nosso blog continua a ser duplicada com ‘neve’. Hoje de manhã, quando lá fui para limpar a foto ‘nevada’ colocada na véspera de noite, já tu lá tinhas ido. Mas, pronto, outros não a viram. E não fui o único a receber tal prenda (de certo modo inofensiva)... Um abraço para ti, Gil.
E um abraço para todos.
LM
(Escrito à boa maneira antiga)

Fortunato de Sousa disse...

Uns dias passados fora do ambiente cosmopolita da nossa bonita cidade de Lisboa, não me permitiu acompanhar a par e passo as actividades do blog.
Portanto, só ontem adicionei o meu álbum de fotografias à excelente reportagem produzida pelo meu amigo Gil Furtado. Quanto às fotos do repórter Luís Martins, que podemos nós dizer para as adjectivar ou classificar. Como diz o Gil Furtado, parece que ele andou por outros caminhos ou viu através da sua sensibilidade artística outras imagens que nós não vimos. Mas cuidado, que agora temos também o Manuel Reis, tecnicamente renovado de equipamento e que nos apresenta um trabalho de qualidade superior. Não retirando valor a qualquer delas, gostei mesmo daquela que ele legendou como: o vinho e o vidro. Ah ganda Manel, assim vais longe....
No entanto, nunca se esqueçam que a vossa arte tem mais valor porque existem outras fotografias de menos qualidade como as minhas, registadas com equipamento banal e sensibilidade a roçar a normalidade.
Agora, quero agradecer ao Gil Furtado a pronta disponibilidade para me substituir na elaboração da reportagem escrita. Deste modo ficámos todos a ganhar. Com a mão quente e a inspiração que o tem assolado nestes últimos tempos, nada nem ninguém poderia produzir uma narrativa tão bem ajustada aos acontecimentos vividos pelo grupo 'Os Caminhadeiros'. Com todo o sentido de oportunidade e legitimidade, ouvi há dias dizer a uma Caminhadeira, que o nosso amigo Gil é como vinho do Porto: Quanto mais velho melhor. As reportagens e os comentários são disso a prova.
Agora vamos já pensando no próximo evento, desta vez a realizar em terras do Alentejo já na próxima semana.
Saudações Caminhadeiras,

Fortunato de Sousa

Gil A F Furtado disse...

Parte 1

Amigas e Amigos, volto ao ataque.

É tão grande o prazer de ir ao blogue e ver o que por lá vai aparecendo, que me recosto no cadeirão, fecho os olhos em êxtase, e fico a libar delícias de fotógrafos e prosaístas, legendas de fotos incluídas. E são tão suaves e entorpecedores os sentimentos de fruição estética e de paz que se me espalham nas veias, que só um esforço titânico me desperta para a necessidade de acrescentar ao blogue mais um breve comentário.
No domingo de madrugada foi a descoberta das fotografias do Luís Martins, que já realcei. Não vou agora destacar as que mais me encantaram – estão lá à vista de todos; basta olhar –, mas das que classifiquei de mais “triviais” vou falar de uma. Em primeiro plano, mesas e bancos amarelos, feios; muito ao fundo, uma Lisboa que mal se vê, humilde; mais para cá, uma tira de rio, pobre; um muro gradeado, vulgar, feio; bem ao centro, um caminhadeiro: se não é o Vargas é alguém igualmente feio; a ladeá-lo, e a imporem-se, cheias de força, duas árvores, feias! Olha-se, e gosta-se! Porquê? Porque o artista soube ver e soube dar a ver. Em minha opinião, é a força daquelas árvores feias, pobres, torturadas pela natureza – vento e sal – que tornam bela aquela fotografia; é a junção de tanta coisa feia que torna interessante o conjunto. E o fotógrafo viu, enquadrou bem, e brindou-nos com um belo momento estético.
(Entretanto, o Luís Martins retirou do seu álbum uma inofensiva neve, e diz que o meu comentário teve alguma influência. Se é verdade, Luís, quem me dera que as minhas palavras tivessem igual poder sobre as coisas verdadeiramente erradas da nossa sociedade!)

Gil A F Furtado disse...

Parte 2

Depois, foi o prazer de voltar a ler um comentário do Alexandre, que reapareceu em grande, escrevendo em prosa rimada, discreta mas engraçada.
(Quando reapareces, Chico Pires, em pessoa e em escrita, em prosa e em rima bonita? Fazes falta à malta. Quando vieres, traz o mano António. Sem ele, não bebo uísque com coca-cola. Com ele, não preciso de uísque nem de cola. Basta-me a companhia dele. E a tua. Apareçam, para desenferrujar. A conversa, suspensa tem que continuar.)

Alexandre (mais conhecido por Manuel Reis), no seu comentário e Luís Martins, logo após, referem-se à Riberalves. Aproveito para contar duas histórias do pouco que lá ouvi. São dois breves apontamentos de reportagem, meramente ouvidos por muito perto de mim terem sido produzidos.
O primeiro: um caminhadeiro perguntou a uma operária se ela não se enjoava como o cheiro intenso a bacalhau. Resposta: «Claro que não. Então também o meu marido já estaria enjoado de mim.» Breve silêncio maroto, para observar a reacção do interlocutor e, logo: «Quando saio daqui e chego ao pé dele, enquanto não me lavo cheiro muito a bacalhau.» O caminhadeiro ficou desarmado.
O segundo: uma caminhadeira ficou muito surpreendida com a técnica usada para testar se o bacalhau está no ponto de ser consumido. «Pega-se pelo lado da cabeça; se dobrar, não está capaz; só é bom se estiver rijo, teso.» Manifestando eu a minha estranheza pela ignorância da amiga, só agora a aprender isso, outra caminhadeira ria que era um regalo. Gosto muito de rir, mas ainda gosto mais de ouvir rir a bom rir.

Gil A F Furtado disse...

Parte 3

Sobre a Riberalves, quem se interessar por mais informações, basta-lhe pesquisar na net por esse nome. (Olha que grande novidade!) Em www.riberalves.pt, na primeira página, em baixo, têm acesso ao Livro Institucional Riberalves (http://riberalves.pt/riberalves/livro). Clicando no frontispício do livro, abrem-no (http://riberalves.pt/ext/livro25anosriberalves/index.html). Uma setinha branca, à direita, permite folheá-lo. Aumentem o tamanho das páginas clicando numa lupa que se encontra em baixo, à esquerda e que dará acesso a um cursor, em baixo, a meio, com o qual podem fazer variar o tamanho. O livro tem como título “Riberalves, Paixão Nacional desse 1985”. Informaticamente falando, está mal concebido, pois dá muito trabalho a ler. Não desistam. Continuem a folhear, ultrapassem o índice e atinjam o prefácio. É de Nuno Morais Sarmento, advogado. Leiam-no. E leiam também o resto do livro. Vale a pena. São 170 páginas, mas muitas delas são ilustrações. Até talvez reconheçam alguma das operárias com que nos cruzámos. Garanto que aprenderão muito, e não apenas sobre bacalhau. Ainda não o li todo, mas já sei muito mais do que sabia antes. Neste, bem como em outros sítios, há muita mais informação.

Gil A F Furtado disse...

Parte 4

Uma curiosidade, que não li neste livro nem sei se lá está. No tempo em que o nosso fiel amigo era seco ao sol e existiam muitas “secas” espalhadas por todo o país, curiosamente algumas bem longe da costa, havia apreciadores de bacalhau de tal maneira bons conhecedores que pela simples prova gustativa determinavam a “cura” da proveniência. (Muito eu gostaria de ter um paladarzinho assim! Ah linguinha de prata, que a falar vales tão pouco e a comer não vales nada!)
Outra curiosidade: o último “cura amarela” que comi custou-me, muito antes do Euro, mais do que 4440$00 o quilo! Escusado será dizer que o comprei por engano. Gourmet aprendiz, sim, e gourmand, também, mas distraído; muito. Já tinha mandado cortar às postas a meu gosto o bacalhau inteiro, “cura normal”, que me tinha custado caro – nessa época o bacalhau andava mais caro que hoje – , quando reparo numa bela metade – metade, mas bem grande – de um “cura amarela”, raríssimo de se encontrar, por um preço muito mais baixo: 1111$00, digamos. Dos dois primeiros dígitos tenho a certeza; dos outros, já não, mas esses pouco contam. Encantado, e explicando a mim próprio tão baixo preço com a lei da oferta e da procura -«Ninguém o quer», pensei eu – não hesitei, e mandei cortar e embalar. Quando peguei nos dois sacos e olhei para o custo total do “cura amarela”, iam-me caindo os dois ao chão. Não! Esses sacos, não. Os outros.
Quatro mil quatrocentos e qualquer coisa escudos por quilo, claramente escrito na etiqueta colada ao saco!
Explicação: no expositor, a etiqueta com o preço era manuscrita, e cada 4 tinha sido habilidosamente desenhado para parecer um 1. Nunca vi uns quatros tão amaricados como aqueles, mas comeram-me bem. E querem saber mais uma coisa? Ainda hoje estou convencido que aquilo era “cura amarela pós-moderna”, pintada a ocre, açafroa, curcuma, ou mesmo pó de tijolo. Não tinha a cor do “cura amarela” da minha juventude – quando eu também tinha boas cores –, e sabor não tinha nenhum! Felizmente era só uma metade!

Gil A F Furtado disse...

Parte 5

Voltando ao blogue, hoje foram as fotografias do Reis e do Balão e o comentário deste. As fotografias, vi-as antes de começar a escrever este comentário. O texto do Balão, vi-o agora mesmo, num breve intervalo da minha escrita. Comecemos por ele:
“Vinho do Porto”?! “Quanto mais velho melhor”?! Já no restaurante, no fim da refeição, perguntei à dona se se lembrava de nós há quatro anos. Que tinha uma vaga ideia, respondeu ela. «Pois eu nunca mais a esqueci. E olhe que está bonita como então», retorqui. «Brincadeiras de velho», diz o Balão virando-se para ela como que pretendendo desculpar-me. “Brincadeiras de velho”?! Julgarás, Balão, que eu sou velho como tu?. Julgará a caminhadeira – não identificada – que eu sou só paleio e mais nada? Aqui onde me vêem, tenho 17 anos! E estou muito longe de atingir o pico!
Agora as fotografias do Reis e do Balão. Do primeiro, aquele “o vinho e o vidro” está, de facto, muito bom, com o reflexo do próprio fotógrafo dobrado para o centro (auto-retrato: Alexandre no copo), e com umas cores tais que até o aroma do vinho se sente. Em boa hora este fotógrafo se reequipou e regressou, juntamente com as suas legendas. (Nestas nota-se que está um pouco destreinado, mas estou em que rapidamente recuperará a mão. E a dispara, não tenho dúvidas: ninguém o vai parar). Do segundo, destaco o cão a espreitar pelo buraco da mó, bom sentido de oportunidade, a ternurna Penedo-Odete – mais Odete que Penedo –, e a série “Caminhadeiros equipados à prova de bacalhau”, tudo comprovando que o Balão faz com a câmara o mesmo que faz com a pena: reportagem. O que o Fortunato gosta de fazer, e faz bem, é escrever a crónica do dia. Ou seja: é um repórter. Mas a sua mais doce fotografia é “aquele abraço”: o abraço Graça Sena-Gil Furtado. (Quero-a para o meu álbum particular, Balão).
E para terminar a conversa sobre fotografias, devo dizer que também gosto muito da fotografia de grupo, no frontispício da reportagem. Não sei quem é o seu autor. Normalmente são do Balão, mas não o serão sempre. A não indicação de autor é uma falha de informação que penso dever ser corrigida em reportagens futuras.

Gil A F Furtado disse...

Parte 6

Para terminar (espero), pois acho que já me alonguei muito, só umas pequenas transcrições

Sobre Gaio-Rosário, o famoso e velhinho “Guia de Portugal da Biblioteca Nacional” (1º volume: Lisboa e Arredores) é omisso. À Moita dedica umas linhas: «Sede de conc. e de com., vila de 4694 hab., importante como centro comercial, mas sem nenhum interesse artístico ou arqueológico. É vila desde 1690. Está a 1 km da est., havendo diligências e alguns comboios. Trens de aluguer: Pataco. Cabina telef.: João Martins Gomes, Largo dos Mastros. Praça de touros. Dia fer.: 1º de Maio. Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, de 8 a 15 de Setembro. Estr. Para o Barreiro, pelo Lavradio, e para Aldeia Galega.»
(Nota: este texto é de 1924. Gosto tanto destas “antiguidades” que não resisto à sua transcrição completa, ainda que aparentemente inútil. Mas note-se que este Guia é indispensável em qualquer biblioteca de quem ama Portugal. E nem é caro.
Num monumento à beira rio, pelo qual passámos, aquele que tem um grande pedaço de cabo (corda – mas nunca usem esta palavra falando com gente do mar) formando um bonito nó de bronze, há duas datas diferentes – 1690 e 1691, se não me engano – como início da fundação da vila, e, consequentemente, duas diferentes datas para o tricentenário. Fiquei intrigado).

Gil A F Furtado disse...

Parte 7

A Wikipédia diz que a vila da Moita (http://pt.wikipedia.org/wiki/Moita) tem cerca de 17600 habitantes e o concelho 66029, dados de 2011, e sobre Gaio-Rosário (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaio-Ros%C3%A1rio) está cheia de informação:
«Gaio-Rosário é uma freguesia portuguesa do concelho da Moita, com 10,33 km² de área e 1227 habitantes (2011). Densidade: 118,8 hab/km². Freguesia: 31 de Dezembro de 1984. É constituída como o próprio nome indica pelas localidades de Gaio e Rosário.
Actividades Económicas: Agricultura, actividades portuárias, estaleiro naval, comércio e fabrico de velas para barcos, indústria de bacalhau
Património Cultural e Edificado: Igreja matriz, moinho de vento, ruínas de fornos de cal e vestígios arqueológicos
Outros locais de interesse turístico: Parque das Merendas, Parque das Canoas, Miradouro e praia fluvial
Festas e Romarias: Padroeira - Nossa Senhora do Rosário (Agosto)
Gastronomia: Caldeiradas à fragateiro [Em minha opinião, deve dizer-se “à fragateira”, mas é melhor deixarmos isso para outra altura. GF]
Artesanato: Miniaturas de barcos do Tejo
Colectividades: Marítimo Futebol Clube Rosarense, Beira Mar Futebol Clube Gaiense, Banda Musical do Rosário, Associação Equestre Moitense e Centro de Convívio de Reformados do Gaio-Rosário
Na Freguesia do Gaio-Rosário foi descoberto um povoado pré-histórico do Neolítico Antigo, com uma cronologia [sic. GF] de seis mil anos. Depois desta época, só no início do século XVI, com a notícia da existência de uma povoação de 10 moradores designada Quinta de Martim Afonso, voltamos a ter informações da freguesia. O núcleo populacional, no entanto, só no século XX viria a ter expressão significativa.
As principais actividades económicas das populações do Gaio e do Rosário foram, durante décadas, as actividades económicas. [O sublinhado é meu. GF] Destas destaca-se a apanha das famosas ostras do rio Tejo, mas também o transporte dos mais diversos produtos entre as duas margens ou ao longo do rio.

Gil A F Furtado disse...

Parte 8
(Continuação da Wikipédia)

Da intensa actividade de outros tempos, a freguesia conserva, actualmente, o estaleiro naval e a fábrica de velas para barcos. O Estaleiro dedica-se, hoje em dia, à reconstrução de antigas e tradicionais embarcações do rio Tejo, que transforma em embarcações de recreio. Nestas embarcações tradicionais podem apreciar-se as típicas pinturas tradicionais, de um delicioso estilo “naif”. Os principais temas pintados são letras e números coloridos, flores, sereias, santas, touradas e paisagens. Estas pinturas, típicas na área da Moita, embelezam, agora também os barcos tradicionais de concelhos como Vila Franca de Xira, Alcochete ou Lisboa.
O Gaio e o Rosário são duas pitorescas localidades plantadas à beira rio, que têm hoje grandes potencialidades em termos turísticos, sobretudo para desenvolver actividades ligadas ao rio. Está, por isso, a proceder-se à valorização de toda a zona ribeirinha, incluindo a bela praia fluvial, dotando-a de infra-estruturas de lazer e de acolhimento de visitantes.
Do jardim, junto à praia, desfruta-se uma vista panorâmica sobre o rio Tejo e a capital. No Verão pode-se também saborear a deliciosa caldeirada à fragateiro, típica desta zona ribeirinha. A praia é, anualmente, palco de um original acontecimento, as largadas de toiros. Situado junto ao rio fica o Parque das Canoas, perto do estaleiro, constituindo um bom exemplo de aproveitamento da zona ribeirinha.
Para além deste património natural, a freguesia do Gaio Rosário possui um valioso e muito interessante património ligado ao rio, como estruturas arquitectónicas e embarcações tradicionais. Interessante, em termos de património arquitectónico, são as casas de cores garridas que se podem apreciar na povoação do Gaio, e a capela, no Rosário, mandada construir em 1532 por Cosme Bernardes de Macedo, fidalgo da Casa Real e proprietário da Quinta de Martim Afonso. Devotada a S. João Evangelista, apresenta uma interessante porta manuelina. A antiga actividade fluvial está hoje viva na memória dos marítimos, homens que desde sempre viveram ligados aos barcos, e que constroem laboriosamente as miniaturas das embarcações da sua memória.
Mas o interesse turístico da freguesia tem ainda um outro valor acrescentado na característica animação da sua população, sobretudo na época do Verão, e que faz da localidade um ponto de passagem obrigatória para quem pretende conhecer a margem sul do Tejo ou o concelho da Moita.»
(A frase que sublinhei é uma verdadeira pérola, só justificada por uma distracção de quem a escreveu Aviso que mexi em algumas vírgulas e pontos finais, assim como em uma ou duas palavritas – é um vício a que não resisto –, mas, para que o texto não ficasse pior do que estava, e também por não ter competência para mais, deixei alguma coisa por emendar. GF)

Gil A F Furtado disse...

Parte 9

De Álvaro Duarte de Almeida e Duarte Belo, “Portugal Património”, Círculo de Leitores, Volume VII (Lisboa), Dezembro de 2007, Capítulo C20 (Alcochete, Montijo, Moita), obra cuja aquisição vivamente recomendo, não resisto, pelo seu interesse – embora saiba que é um risco alongar-me no espaço – a transcrever a introdução (pág. 328), de Álvaro Duarte de Almeida e Paulo Pereira, e a descrição da Igreja de Nossa Senhora do Rosário (pág. 334), de Fernando Mota de Matos:

ALCOCHETE/MOITA/MONTIJO
«Este capítulo incide num trecho de território que abrange a parte sudeste do estuário do Tejo e uma extensa zona da charneca interior de Entre Tejo e Sado. Trata-se de um território de morfologia monótona, quase completamente plana, que se prolonga a norte e a leste pelo Baixo Ribatejo e pelo Alentejo, e que a oeste só será interrompido pelos relevos de Almada […], e a sul pelo morro de Palmela e pelas serras do Louro e da Arrábida […]. Esta monotonia encerra, no entanto, uma surpreendente variedade de paisagem, quer pelas características ecológicas, quer pelos diferentes usos agrícolas do solo, quer pelo tipo de povoamento. No canto noroeste estende-se o estuário, que na maré cheia se mostra um lençol de água contínuo, e na maré vaza revela os baixios lodosos. A margem do Tejo desenha aqui uma linha sinuosa, que penetra a terra firme em múltiplos esteiros, quadriculados pelas marinhas salinas e pelos arrozais, e pontuados pelos moinhos de maré com as suas comportas e as suas caldeiras. Mais para o interior começa a charneca, de carácter marcadamente rural, onde se sucedem propriedades de dimensão variável com sistemas de sequeiro ou de regadio, intercaladas com algumas manchas florestais. O povoamento deste espaço é disperso mas relativamente denso, tornando-se concentrado nas proximidades dos aglomerados urbanos. A paisagem é fortemente marcada pelo edificado, não só nos aglomerados, mas mesmo nos esteiros e no mosaico agrícola da charneca, enxameados por construções de apoio à salinicultura e à agricultura, ou, de forma mais dramática, nos parques industriais, com maior densidade a oeste, à medida que se aproximam das indústrias pesadas do Barreiro. A rede viária é também densa, com uma teia intrincada de todos os tipos de vias, incluindo o caminho-de-ferro e as auto-estradas que convergem nos acessos à Ponte Vasco da Gama, presença constante no horizonte do estuário. Os aglomerados de maior dimensão, sedes de concelho, são Alcochete, Montijo e Moita.

Gil A F Furtado disse...

Parte 10
(Continuação de “Portugal Património”)

A antiguidade e continuidade do povoamento deste território é atestada pela arqueologia, não só a antiga e a medieval, mas também a moderna e a industrial, que fazem um retrato vivo do seu desenvolvimento. O rio Tejo garantia a circulação e a comunicação entre as povoações da margem sul e Lisboa. Nessas povoações desenvolviam-se então os princípios de uma manufactura de bens e equipamentos (produtos alimentares, construção de embarcações), que evoluíram para os grandes estabelecimentos proto-industriais do período dos Descobrimentos. A ligação destas povoações, como Almada (al-Madan), com as suas célebres minas de ouro, Alcochete ou Coina, fazia-se facilmente por mar ou rio. Ou por curtas jornadas por terra, quando os estuários do rio Tejo e do rio Sado quase se encontravam e fundiam, aproximando Palmela, Setúbal, e Alcácer do Sal, zonas de produção de sal, produto crucial para a preparação e conservação do pescado e respectiva exportação. Alcochete ainda mantém os testemunhos destes pergaminhos antigos, com a sua igreja matriz, de traços manuelinos bem vincados (foi aqui que nasceu D. Manuel, duque de Beja e futuro rei). Mas também exerce um fascínio com tonalidades saudosas, de vila ribeirinha provincial, através de uma rua marginal que consagra a ligação natural à paisagem do estuário, ainda pontuado por casas burguesas de finais do século XIX, que alimentam uma imagem sadia e calma. […]»

«Igreja de Nossa Senhora do Rosário (matriz de Gaio-Rosário) situada em Rosário. Freguesia de Gaio-Rosário, concelho da Moita, distrito de Setúbal. Classificada Imóvel de Interesse Público por despacho do ministro da Cultura de 15-5-2001.
A antiga ermida de Nossa Senhora do Rosário foi edificada em 1532 por iniciativa de Cosme Bernardes de Macedo, fidalgo da Casa Real. Embora tenha sido remodelada no século XVIII, a capela manteve até aos nossos dias o seu portal manuelino. Passou a paróquia da freguesia de Gaio-Rosário.
Rasgado sob um óculo circular, o portal é formado por um arco manuelino trilobado de duas arquivoltas que descarregam em colunelos com ornamentação naturalista. Junto da cabeceira ergue-se um pequeno campanário. O interior, de espaço único, tem como cobertura um tecto de madeira disposto em três planos pintado com molduras rectangulares (inscrevendo-se numa delas as armas portuguesas). À entrada observa-se uma pia baptismal oitavada. A ousia apresenta as paredes laterais enriquecidas por dois painéis azulejares figurativos de estilo joanino.»

Sobre esta zona do país muito haveria a dizer a visitar. Só para termos uma ideia, “Portugal Património” identifica cerca de 150 pontos com interesse e descreve 30, entre estes o cemitério do Lavradio. Aproveitemos a vida, companheiros, antes de irmos nós guarnecer um local deste tipo.

Gil A F Furtado disse...

Parte 11

Queriam uma reportagem?
Não terá grande virtude,
Tanto quanto me parece,
Mas quero dizer neste PS
Que fiz o melhor que pude
Para quem tudo merece.

E agora, para acabar, aqui de longe, sem nos vermos, despeço-me com muito amor.
Voltaremos a falar na altura de nos inscrevermos para a Graça do Divor.

Gil Furtado, sim, senhor.

Vit.Gonçalves disse...

Este é o comentário prometido pelo Gil no fim da reportagem e que não é mais que o nosso agradecimento à Eng. Vera Xavier da Riberalves que a seguir transcrevo:
Venho em nome de "OsCaminhadeiros" agradecer a quem contribuiu para a excelente visita às vossas instalações.
Um muito obrigado a si, ao nosso guia Eng. Diogo Freitas e à Riberalves.
Os nossos melhores cumprimentos.
OsCaminhadeiros

Aproveito para acrescentar que como de resto já estamos habituados, "foi mais um dia bem passado".
É curioso verificar que Gaio-Rosário apesar de estar tão perto de Lisboa e ser um lugar tão aprazível principalmente com bom tempo, continua a ser desconhecido de muita gente.
Abraços Caminhadeiros e até Graça do Divor.
VG