Albuns de Fotografias
Luis Martins
Carlos Evangelista
Fortunato de Sousa
Manuel Reis
Data do Encontro: 23/01/2013
Local: Coruche – Rotas do Sorraia
Percurso: 12, 500 kms - 02: 45 Horas
Caminhantes: (30) Angelina
Martins; António Palma; António Pires; Carlos Evangelista; Carlos Penedo; Carmen
Firme; Dores Alves; Fortunato Sousa; Gilberto Santos; Graça Penedo; João
Duarte; João Figueiredo; Lina Fernandes; Luís Fernandes; Luís Penedo; Luís
Martins; Luísa Clemente; Luísa Gonçalves; Manuel Flôxo; Manuel Garcia; Manuel
Pedro; Maria do Céu; Manuel Reis; Margarida Serôdio; Octávio Firme; Odete
Vicente; Rogério Matias; Teresa Palma; Virgílio Vargas; Vitor Gonçalves.
Organizador: Fortunato de Sousa /
Vitor Gonçalves
Almoço: Restaurante ‘O
Farnel’ (Tel: 242.675.436)
Próxima Caminhada: 06/ 02 / 2013 – (Angelina Martins / Luís
Martins)
Reportagem: Foi a primeira caminhada realizada pelo
grupo ‘Os Caminhadeiros’, no subúrbio da bonita
vila de Coruche. Muito feliz a escolha deste local pelo meu parceiro
organizador Vitor Gonçalves, com a primeira parte do percurso a ser percorrida
ao longo das margens do rio Sorraia, nome este que deriva da junção das
ribeiras de Sôr e de Raia. O rio, forma-se perto da vila do Couço e desagua no rio Tejo,
num local denominado Ponta da Erva, próximo de Alcochete. Ao longo dos seus mais
de 150 kms serpenteados pela lezíria, vai fertilizando as terras do Vale do
Sorraia, polo de desenvolvimento económico dos agricultores ribatejanos, e
embelezado pelas várias pontes que sobre ele passam. Duas delas, foram por nós
atravessadas nesta caminhada, sendo a primeira, a ‘Ponte do Açude’, exclusivamente
destinada a trânsito pedonal. Nela foi recolhida desta vez a fotografia de
grupo.
Quanto à enorme expectativa criada à volta das condições atmosféricas para
o período da manhã de Quarta-Feira, tudo aconteceu como já vem sendo habitual
nos últimos tempos. Previsão de chuva para o local onde vamos caminhar, mas eis
que chegam os ‘Caminhadeiros’, e as nuvens que carregam a água e a deviam fazer
caír na zona e hora previstas, vão cumprir a sua missão de fazer chover para
outras regiões. Uns dizem, que São Pedro nos protege e essa é a razão do
milagre; Outros argumentam, que poderes desta natureza, nos tempos que correm,
só estão ao nível e à dimensão de uma Troika. Essa mesmo que nos
intervencionou, tudo avalia, tudo pensa e tudo decide no nosso país. Até mesmo
a escolha do local onde a água da chuva deve ou não caír. São estes os novos
poderes dos imperadores dos tempos modernos.
Só que cuidado, a próxima caminhada vai ser organizada pela Angelina e pelo
Luís Martins, e aí é que os poderes do santo ou da instituição com poderes
sobrenaturais vão ser postos à prova. É que o casal Martins, sempre que organiza
um evento caminhadeiro, é sinal de chuva à hora da caminhada. Quem não se lembra do dilúvio
ocorrido na Serra do Socorro no dia 26 de Outubro de 2011, quando o Luís e a
Angelina organizaram o seu primeiro evento.
Quanto à caminhada, os mais de 12 quilómetros foram percorridos na sua
grande parte em pista de ciclóvia, e a outra restante em caminhos de terra batida em zona rural.
A meio da jornada caminhante, tivemos a habitual paragem para repôr energias
através das tradicionais barritas de cereais e peças de fruta para os
caminhadeiros que optam por uma dieta mais frugal. Por sugestão do Manuel Reis,
foi recolhido um registo fotográfico muito original, onde só podiam fazer parte
os figurantes cuja cabeça estivesse coberta por gôrro, boné ou outro qualquer
acessório adequado à protecção do frio e da chuva. Os últimos quilómetros, foram
percorridos em sentido inverso também pela ciclóvia, com os vários mini grupos
a entrar pelas ruas principais do centro da vila de Coruche em direcção ao
restaurante ‘O Farnel’.
Aqui chegados, após quase 3 horas de exercício caminhadeiro, nada melhor
que um cozido à portuguesa para cumprir a segunda parte do programa do dia. A
preceder o prato principal, foram servidas entradas típicas da região, e antes
de servido o café, vários tipos de sobremesa à escolha do freguês. Os
semblantes alegres e brincalhões dos presentes, eram o sinal mais que evidente,
de que a escolha do restaurante tinha sido acertada, e por certo fruto da larga
experiência dos organizadores neste tipo de actividade.
Agora já sob uma chuva miudinha, lá seguimos em direcção ao Museu Municipal
de Coruche. Porque o número de Caminhadeiros visitantes era elevado, teve o
grupo de ser dividido em dois, para deste modo podermos facilitar a vida aos
guias e nós tirarmos melhor partido da informação recebida. ‘A evolução do
homem na terra através dos tempos’, desde a sua origem, ‘O homem e o trabalho –
a magia da mão’, e a visita ao Núcleo Tauromáquico de Coruche para visitar a
exposição: 'Tauromaquia de Coruche - História, Arte e Tradição', complementaram o
boião cultural do dia. Em nome do grupo ‘Os Caminhadeiros’, o nosso
agradecimento à Dra. Helena Claro, ao Dr. Anibal Mendes e ainda à Dra. Ana
Correia, pela excelente contribuição prestada, de modo a que os visitantes
tivessem ficado a conhecer melhor esta região e as suas gentes.
‘Del Rio’ dá nome ao Café Esplanada localizado em frente ao Rio Sorraia, onde o chá de final de dia de caminhada foi tomado. Uns bolinhos para
acompanhar o chá e a simpatia de gentis empregadas de mesa, deram por
terminada mais uma jornada caminhadeira, desta vez realizada em terras
ribatejanas.
Saudações Caminhadeiras,
Fortunato de Sousa
P.S. - No dia 23 de Janeiro de 2013 (dia da caminhada), foi pomposamente anunciado aos portugueses, que Portugal tinha regressado aos mercados financeiros. Para que do nosso lado, possa também ficar assinalado este dia, aqui vos deixo um registo, fruto da inspiração de um poeta português, de seu nome Manuel Alegre:
RESGATE
P.S. - No dia 23 de Janeiro de 2013 (dia da caminhada), foi pomposamente anunciado aos portugueses, que Portugal tinha regressado aos mercados financeiros. Para que do nosso lado, possa também ficar assinalado este dia, aqui vos deixo um registo, fruto da inspiração de um poeta português, de seu nome Manuel Alegre:
RESGATE
Há
qualquer coisa aqui de que não gostam
da terra das pessoas ou talvez
deles próprios
cortam isto e aquilo e sobretudo
cortam em nós
culpados sem sabermos de quê
transformados em números estatísticas
défices de vida e de sonho
dívida pública dívida
de alma
há qualquer coisa em nós de que não gostam
talvez o riso esse
desperdício.
Trazem palavras de outra língua
e quando falam a boca não tem lábios
trazem sermões e regras e dias sem futuro
nós pecadores do Sul nos confessamos
amamos a terra o vinho o sol o mar
amamos o amor e não pedimos desculpa.
Por isso podem cortar
punir
tirar a música às vogais
recrutar quem vos sirva
não podem cortar o verão
nem o azul que mora
aqui
não podem cortar quem somos.
Águeda 23/12/2012
Manuel Alegre
da terra das pessoas ou talvez
deles próprios
cortam isto e aquilo e sobretudo
cortam em nós
culpados sem sabermos de quê
transformados em números estatísticas
défices de vida e de sonho
dívida pública dívida
de alma
há qualquer coisa em nós de que não gostam
talvez o riso esse
desperdício.
Trazem palavras de outra língua
e quando falam a boca não tem lábios
trazem sermões e regras e dias sem futuro
nós pecadores do Sul nos confessamos
amamos a terra o vinho o sol o mar
amamos o amor e não pedimos desculpa.
Por isso podem cortar
punir
tirar a música às vogais
recrutar quem vos sirva
não podem cortar o verão
nem o azul que mora
aqui
não podem cortar quem somos.
Águeda 23/12/2012
Manuel Alegre
4 comentários:
Sublime
Mais uma magnífica caminhada (embora um pouco esticadita ...), bela reportagem e óptimas fotos. E até aqueles versos do Alegre estão mesmo a calhar no nosso espírito inquieto do momento. Só posso voltar a dizer: é fantástico ter-vos como companheiros.
Angelina
Chega de conversa fiada e vamos ao que importa com uma pergunta que me está aqui atravessada: numa terra historicamente ribatejana que é região de touros e cavalos - faz parte das lezírias do Tejo, não faz? - onde raio é que estes estão e que andam as vertiginosas vacas a fazer? Foram para outras paragens? Não me digam que vieram para Lisboa, zona de governação do país? ou continuam acagaçadíssimas? Se alguém souber que me diga.
Quanto à caminhada em si, tal como a anterior, só tenho que felicitar os organizadores que cada vez apresentam melhores produtos e me estão a deixar muito apreensivo porque não sabemos se a próxima caminhada será digna destas últimas duas (não referindo as anteriores).
Um abraço para todos.
Luis Martins
Mais uma bela caminhada, sim senhor, com reportagem fidedigna e fotos de alto gabarito (oh Angelina as fotos estão óptimas, mas será porque apareces em muitas? há um fotografo que anda a ver se te convence...).
E na cultura mais um agradável museu municipal para a nossa colecção e acumular de conhecimento para além de ser uma oportunidade de vermos o dinheiro dos nossos impostos bem empregue, acho eu.
Quanto às vacas, oh Luis, acho que há uma directiva da CEE em como não podem apanhar chuva, devem estar resguardadas. E os touros devem estar de férias, ainda não começou o campeonato das touradas, por isso é que os sabedores e bem conhecidos aficionados Gil e Clemente não puseram lá os pés.
Não percebo é a tua preocupação com a proxima caminhada, conheces os organizadores de ginjeira e não tens confiança neles? Eu tenho.
Abraços
mreis
Mais uma caminhada muito bem sucedida com a fasquia muito alta. Estes organizadores não brincam em serviço. Parabéns.
O poema a finalizar o relatório da caminhada é considerado sublime como considerou a caminhadeira Luisa Gonçalves. É a cereja em cima do bolo.
Abraços caminhadeiros em passada de satisfação total.
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