segunda-feira, 7 de julho de 2025

* * * Reportagem - Caminhada de Encerramento de Época * * * _______ Mérida, dias 27, 28 e 29 de Junho de 2025 _______




Álbuns de Fotos:
Data do encontro: 27,28 e 29/6/2025
Local do encontro: Mérida
Percurso: 5 Km
Caminhantes (43): 
Ana Bela Fernandes, Ana Cristina Umbelino, Ana Leão,  António Dores Alves, Carlos Evangelista, Céu Esteves, Céu Fialho, Clara Maia, Diogo Albuquerque, Gilberto Santos, Graça Sena, Guilherme Sousa, Hélia Jorge, Ilda Poças, Irene Afonso, João Figueiredo, João Duarte, José Clara, José Iglesias, José Maria Alberto, Júlia Costa, Lina Fernandes, Luís Fernandes, Luísa Gonçalves, Luísa Simões, Lurdes Clara, Luz Fialho, Margarida Graça, Margarida Serôdio, Odete Vicente,  Pedro Albuquerque, Pedro Osório, Preciosa Bernardo, Raul Almeida, Rogério Matias, Rosário Mendes, Rui Afonso, Rui Graça, Teresa Palma, Teresa Santos, Tina Rita, Tomaz Pessanha, Vítor Gonçalves
Não Caminhantes (7): Amelia Pontes, Ana Almeida, Ana Paula dos Reis, António Bernardino, Maria Alberto,  Socorro Amaral, Virgílio Vargas
Organização: Octávio Firme e os Mores
Próxima Caminhada:  17 de Setembro, organizam Dores Alves e Pedro Albuquerque  
Reportagem:

Passeio a Mérida com botas nos pés e sorrisos na bagagem!

Partimos às 9h30 de São Domingos de Rana, ainda com as pernas fresquinhas e os olhos meio fechados. Às 10h40, a caravana de 50 caminhadeiros já se juntava na Portela, prontos para mais uma aventura. Houve lugar a uma breve explicação sobre os cinco que ficaram pelo caminho. A vida a acontecer e por vezes a surpreender.

O almoço foi servido com pompa e circunstância num salão reservado no Restaurante da Associação Recreativa dos Foros do Domingão. O estômago agradeceu e os caminhadeiros também.

Às 17h00, arrancámos rumo ao Forte de Santa Luzia, guiados pelo incansável Sr. José Martins, que nos ensinou que a história pode ser muito mais interessante quando contada ao ar livre e com boa disposição.
Durante a Guerra da Restauração da Independência (1640-1668), os espanhóis tentaram retomar o controlo de Portugal. Elvas, por estar junto à fronteira, era um ponto estratégico e o Forte de Santa Luzia desempenhou um papel vital na defesa da cidade.
Em outubro de 1658, as tropas espanholas cercaram Elvas com um exército muito maior e melhor equipado. O Forte de Santa Luzia, acabado de construir na época, foi crucial: estava localizado numa posição dominante e protegia o flanco sul da cidade. Apesar de um cerco duríssimo que durou mais de dois meses, os defensores resistiram com coragem até à chegada das tropas portuguesas comandadas por D. António Luís de Meneses.
No dia 14 de janeiro de 1659, deu-se a histórica Batalha das Linhas de Elvas, que resultou numa decisiva vitória portuguesa um marco fundamental na consolidação da independência de Portugal. O forte foi essencial para essa vitória.
Hoje, o Forte de Santa Luzia é considerado uma joia da engenharia militar e faz parte do conjunto classificado como Património Mundial da UNESCO, junto com as muralhas de Elvas e outras fortificações da cidade.

Já de barriguinha cheia de cultura, chegámos ao Hotel Velada em Merida pelas 20h30. O check-in foi tão rápido que quase nem deu tempo para reclamar. A seguir ao jantar uns deram um passeio digestivo, outros desfrutaram da esplanada do Hotel e outros foram logo descansar da viagem onde não faltou uma boa anedota.

No sábado, seguimos de autocarro para descobrir Merida. Com a ajuda do guia Juan Luis que sabia tudo, desde ruínas romanas até onde se bebia o melhor café. Fomos explorando a cidade com o entusiasmo de crianças numa visita de estudo… mas com mais dores nas pernas.
E ficou muito da permanência dos Romanos nesta cidade. No coração da antiga Emerita Augusta, atual Mérida, ergue-se silencioso e imponente o Anfiteatro Romano um lugar onde o eco dos séculos ainda murmura histórias de glória e de dor. Aqui, onde hoje o tempo repousa, outrora o povo reunia-se sedento de espetáculo. A arena, de forma elíptica, era o palco de lutas entre gladiadores… e também o sinistro cenário onde homens eram lançados às feras. Uma coreografia cruel, em nome do entretenimento do Império. Do subterrâneo, por onde leões, ursos e condenados surgiam através de rampas e portões secretos, erguia-se a tensão até ao primeiro grito. E ali, entre sangue e areia, jogava-se o destino.
Mas este lugar não guarda só a sombra do sofrimento guarda também a força da História. Lembra-nos até onde pode ir a humanidade... e como somos chamados a escolher sempre: entre a brutalidade e a consciência, entre o espetáculo da morte e a celebração da vida.
Hoje, o Anfiteatro de Mérida convida-nos a contemplar o passado com olhos despertos não para repetir, mas para aprender.

Às 19h00 começou a tão esperada Festa de Encerramento! Houve discursos emocionados e alguns improvisados. Não podiam faltar os agradecimentos especiais à Carmen e ao Firme, que organizaram com muito carinho esta caminhada. Agradecimentos também à Amélia e ao Guilherme, pela lembrança que encantou todos os caminhadeiros.

E houve um momento para entrega de prémios!

O "Mister PIN" foi para o António Palma, talvez pelo GPS humano que se revelou.
O "Mister Fiel da Balança" foi para o Luís Fernandes, sinal de que nem todos se renderam às sobremesas.

Finalmente, foram distribuídos os bastões de bronze, prata e ouro, numa cerimónia digna dos Jogos Olímpicos… versão caminhadeiros.

E não podia faltar a entrega de novos bastões!

Bronze - 250 Km
Samuel Coias
José Maria Alberto
Pedro Osório
Rui Afonso

Prata - 750 Km
Teresa Santos
Socorro Amaral

Ouro - 2000 km
Carlos Evangelista

Terminámos com um brinde. E entre gargalhadas, abraços e a promessa de voltar. Porque uma boa caminhada não é só pelos trilhos é principalmente pelo convívio.
E no domingo o regresso foi a pensar que em setembro voltamos a caminhar juntos.

Ana Almeida