Álbuns de Fotos:
Acilina Couto
Acilina Couto (Video)
Céu Fialho
Raul Almeida
Dores Alves
Carlos Evangelista
Luz Fialho
Data
do encontro – 8,
9 e 10 de Março de 2019
Local
– Mértola
Percurso
– Parte do
PR1- Guadiana, O grande rio do Sul
Distância
– 12 Kms (percurso pedestre 6 Kms + visita cultural 6 Kms)
Caminhantes
- (60)
Acilina Caneco, Ana Almeida, Ana Bela Fernandes, António Clemente,
António Pires, Carlos Barbosa, Carlos Evangelista, Carlos Penedo,
Carmen Firme, Céu Fialho, Chico Pires, Cidália Marta, Clara Maia,
Cristina Umbelino, Dores Alves, Estela Garcia, Fátima Libânio,
Fernando Bernardino, Fernando Couto, Fortunato de Sousa, Gabriela
Bentes, Gil Furtado, Gilberto Santos, Graça Sena, Helena Meleiro,
João Duarte, José Clara, Josefa Carrasco, Júlia Costa, Kinita de
Sousa, Lídia Albuquerque, Lina Fernandes, Lúcio Libânio, Luís
Fernandes, Luísa Clemente, Luísa Gonçalves, Lurdes Barbosa, Lurdes
Clara, Luz Fialho, Manuel Garcia, Manuel Pedro, Margarida Graça,
Margarida Lopes, Margarida Serôdio, Maria do Céu Esteves, Maria
Teresa Santos, Octávio Firme, Odete Vicente, Pedro Albuquerque, Raul
Almeida, Rogério Matias, Rosa Silva, Rui Graça, Socorro Bernardino,
Teresa Palma Duarte, Teresa Santos, Teresa Viras, Tina Rita, Victor
Gonçalves, Virgílio Vargas
Organizadores
– Josefa
Carrasco, Luz Fialho, Céu Fialho, Fortunato de Sousa
Refeições
– Em Mértola: jantar no Restaurante do Hotel Museu, almoço de
Sábado no Restaurante O Repuxo, jantar de Sábado no Restaurante
Espaço Casa Amarela, almoço de Domingo no Restaurante Alengarve
Próxima
Caminhada –
20/03/201, nas Mouriscas – Abrantes (organizam Lurdes Clara e José
Clara)
Reportagem
Sexta-feira,
8 de Março
De
autocarro, ou em viatura própria, foram 60 os Caminhadeiros que na
tarde de 6ª feira viajaram até Mértola para a 2ª Caminhada
Extraordinária da época 2018-2019. Dado que se comemorava o Dia
Internacional da Mulher, todas as Caminhadeiras receberam dos Mores
uma rosa vermelha (e era ver, no regresso a Lisboa, as diversas
soluções que cada uma encontrou para que a sua rosa chegasse a casa
ainda viçosa…)
Foi
igualmente distribuído o crachat
relativo à
Caminhada, mais uma vez da autoria do António Palma que, inspirado
como sempre, conjugou numa composição harmoniosa, o cavaleiro árabe
Ibn Qasî, o desenho do símbolo do Campo Arqueológico de Mértola
(CAM) e o casario da Vila-Museu. Obrigada Palma!
Um
imprevisto levou a que parte do trio organizador feminino não
participasse no jantar, servido no Hotel Museu. Em “compensação”,
e apesar da hora tardia a que chegámos, fomos obsequiadas com uma
calorosa recepção que até estacionamento reservado incluiu. O
espírito de entreajuda dos Caminhadeiros sempre a manifestar-se!
O
serão foi passado em animado convívio no bar do Hotel, após o que
todos foram recolhendo aos aposentos repartidos entre o Hotel Museu e
a Pensão Beira-Rio.
Na sala onde o grupo tomava o pequeno-almoço, esteve patente uma exposição de fotos do Carlos Evangelista, cujo tema era: "as mãos que nos abraçam". As mãos dos mais diversos Caminhadeiros, "apanhadas" nas mais diversas situações. A costumeira criatividade do nosso amigo CEF :)
A intenção era que quem se reconhecesse e quisesse ficar com a foto, a comprasse por um euro, revertendo o produto para o fundo Caminhadeiro solidário.
Na sala onde o grupo tomava o pequeno-almoço, esteve patente uma exposição de fotos do Carlos Evangelista, cujo tema era: "as mãos que nos abraçam". As mãos dos mais diversos Caminhadeiros, "apanhadas" nas mais diversas situações. A costumeira criatividade do nosso amigo CEF :)
A intenção era que quem se reconhecesse e quisesse ficar com a foto, a comprasse por um euro, revertendo o produto para o fundo Caminhadeiro solidário.
O
nome do Hotel não podia ser mais adequado, já que durante a sua
construção foram postos a descoberto vestígios de um bairro
portuário construído e habitado no século XII, e que se encontram
musealizados, havendo também inúmeros objectos da vida quotidiana
na época islâmica, devidamente identificados.
Graças
ao espírito dinâmico da Josefa Carrasco – a verdadeira obreira
desta caminhada – o figurino foi diferente do habitual, com a parte
cultural a preencher todo o sábado, deixando a tradicional caminhada
para a manhã de domingo.
Sábado,
9 de Março
O
sábado amanheceu esplendoroso, e boa parte dos Caminhadeiros
apareceu já de manga curta na sala do pequeno almoço (havendo mesmo
quem se apresentasse de calções!), uma vez que a meteorologia
estimava uma subida da temperatura até aos 21°C.
Antes
e depois do “quebra jejum”, todos se deliciaram com a paisagem
que daquele ponto se derramava sobre o Guadiana; de facto, a
localização de ambas as unidades hoteleiras é verdadeiramente
privilegiada, e assim os telemóveis e as máquinas fotográficas
começaram a disparar numa actividade quase constante. Abençoada era
digital!
Pelas
9 horas começou a subida da escadaria que nos levaria ao Largo Vasco
da Gama – mais um ponto de miradouro, mais fotos, muitas fotos - a
partir do qual acedemos ao Turismo, passando pelo Mercado, onde
alguns “marcaram” logo os produtos que haveriam de comprar
aquando da descida para o almoço.
No
Posto de Turismo já nos aguardava a D. Mafalda Silva, guia
turística, que nos ajudaria num percurso por alguns dos muitos
núcleos museológicos que constituem o Museu de Mértola,
concretizando o nome escolhido para esta jornada caminhadeira, “À
descoberta de Mértola”.
Meia
dúzia de passos foram suficientes para entrarmos na Oficina de
Tecelagem, um espaço em que se podem observar inúmeros objectos
relacionados com o Ciclo da Lã, e onde duas artesãs ainda
confeccionam, num tear artesanal, as tradicionais mantas de lã, uma
das artes mais antigas da região. Foi muito interessante assistir ao
trabalho de uma tecelã, que, sem deixar de trabalhar, foi
respondendo a todas as perguntas que lhe foram feitas. Ficámos ainda
a saber que ali são igualmente ministrados cursos de formação com
o intuito de não deixar morrer este saber.
E
lá houve quem não resistisse a algumas das peças expostas para
venda, e comprasse as primeiras recordações.
Embora
não estivéssemos ainda na caminhada propriamente dita, começámos
a perceber que iríamos ter muito que andar para conhecer um pouco de
Mértola…
Subindo
mais um pouco, chegámos à Igreja Matriz, onde a nossa guia fez uma
resenha do muito que já se sabe sobre o monumento, fruto dos estudos
desenvolvidos ao longo dos últimos quarenta anos, tantos leva o CAM
de actividade continuada.
O
templo apresenta vestígios de construções anteriores à ocupação
muçulmana, que ocorre no século VIII, e embora então ali deva ter
existido um santuário, a construção da Mesquita datará do século
XII. Após a tomada cristã de Mértola aos Mouros, o templo é
entregue à Ordem dos Cavaleiros de Santiago, altura em que é
reconvertido para o culto cristão, com aproveitamento das
construções existentes, mas só 3 séculos mais tarde D. Manuel
ordena obras de monta que lhe dão a arquitectura que ainda hoje
conserva. Por isso é possível admirar ainda as muitas marcas
relativas ao templo muçulmano, das quais a mais significativa é o
mihrab, nicho
poligonal característico das mesquitas, orientado para Meca, dando
indicação aos fiéis para onde devem voltar-se ao fazer as suas
preces diárias. No exterior, o portal da Igreja, já renascentista,
é encimado por um óculo e apresenta ainda o símbolo da Ordem de
Santiago.
Antes
de abandonar este núcleo museológico, pudémos ainda observar
fragmentos (por exemplo, capitéis, impostas, azulejos) que terão
pertencido à antiga igreja paleocristã ali construída por volta do
século VI, e que se crê ter sido partilhada pelas comunidades
cristã e muçulmana antes da construção da Mesquita.
No
nosso périplo pelos tesouros de Mértola, seguimos para a Alcáçova
do Castelo, local onde se iniciaram, em 1978, os trabalhos do CAM
que, desde então, puseram a descoberto uma necrópole, e um complexo
religioso paleocristão.
É
sobre estas construções que vem a ser edificado, no século XII, um
bairro islâmico do qual já foi possível identificar 15 habitações,
algumas das quais são perfeitamente reconhecíveis por entre as
escavações.
A
criação de uma réplica, à escala real, de uma Casa Islâmica,
permite aos visitantes compreender a estrutura dessas habitações,
algumas das quais tinham já um sistema de esgotos próprio. Foi com
muito interesse que os Caminhadeiros percorreram as várias divisões,
desde o Pátio Central onde eram recolhidas as águas da chuva – e
a que se acede a partir da rua através de uma entrada em cotovelo,
para uma maior privacidade – até ao Salão e à Alcova.
Percorremos
de seguida uma enorme extensão de escavações, onde se pode
observar parte de um possível Forum romano e de um Baptistério dos
séculos V-VI, rodeado por mosaicos com figuras de animais e cenas de
caça, alguns dos quais em muito bom estado de conservação. De
assinalar também o Criptopórtico (galeria subterrânea), que uns
quantos “espreitaram”.
Da
Alcáçova, subimos um pouco mais até ao Castelo, de construção
árabe (aproveitando materiais anteriores), onde a estátua equestre
de Ibn Qasî
homenageia o
governante que reinou durante a 2ª Taifa de Mértola. Dessa época
apenas restam a entrada em cotovelo, as fundações de algumas torres
e a porta principal. No final do século XIII, é erguido o castelo
cristão com uma Torre de Menagem onde será instalada a primeira
sede da Ordem de Santiago em Portugal.
Quando
chegámos à Praça de Armas, onde a nossa guia nos contaria mais um
pouco da história de Mértola, todos buscavam um assento (o
exercício físico começava a deixar marcas!) de preferência à
sombra, pois o meio do dia avizinhava-se e o calor já apertava.
Antes
de entrarmos na fortificação, aproveitou-se a escadaria que lhe dá
acesso para fazer a tradicional foto de grupo, desta vez a cargo do
Raúl Almeida. Luís Martins, as tuas fotos também ajudariam…
Parabéns aos avós e obrigada Raul!
Enquanto
uns subiam ao alto da Torre, tendo como prémio do esforço
despendido uma vista fabulosa sobre a vila e o rio, outros ficaram a
assistir à projecção de um filme que nos dá uma ideia muito clara
da arquitectura do Castelo e da sua evolução ao longo dos séculos.
Existe
também um espaço expositivo, e dentre as peças que se podem
observar chama a atenção pela sua beleza uma “Tigela em cerâmica
vidrada em branco, verde e manganés, com cordão da eternidade”,
do século X.
Terminada
a visita ao Castelo, descemos (finalmente!) até à Basílica
Paleocristã de cuja existência se suspeitava desde o final do
século XIX – por ocasião da visita do arqueólogo Estácio da
Veiga – mas que apenas no final do século XX as escavações a
cargo do CAM permitiram confirmar. Do templo, que abrangeria uma área
de 500 metros quadrados apenas foi possível proteger cerca de 20%,
pois o restante já tinha sido destruído durante sucessivas
intervenções. Todavia, pela análise dos achados, em particular da
informação epigráfica, é possível afirmar que a sua construção
data de meados do século V tendo permanecido em actividade até às
primeiras décadas do século VIII. No espaço agora preservado foi
possível observar uma série de estelas funerárias, que nos
confirmam a existência de uma necrópole no local.
Terminado
o programa cultural estabelecido para a parte da manhã, dirigimo-nos
para o Restaurante “O Repuxo”, onde tudo se encontrava a postos:
3 mesas enormes, ao ar livre, onde começaram a chegar as iguarias
preparadas para o nosso almoço; quer o prato de peixe - Bacalhau no
forno - quer o de carne -Migas com carne frita -,
foram do
agrado geral e o vinho branco e o tinto alentejanos também foram
aprovados! A juntar à excelente qualidade de “sólidos e
líquidos”, é obrigatório mencionar a simpatia dos vários
funcionários que tudo fizeram para que o serviço não desmerecesse.
Para finalizar, houve ainda uma compra generalizada de frascos de
mel, apesar de termos que carregar com mais esse quilograma durante
as visitas que se seguiriam ao almoço.
E
embora o que mais apetecesse fosse aproveitar algumas sombras para
uma boa sesta, não pudémos ceder à tentação, pois a nossa guia
já nos esperava para o programa cultural da tarde.
Começámos
pela Casa Romana, encontrada há menos de 20 anos quando se procedeu
a obras de remodelação dos Paços do Concelho, situados na Casa do
Lanternim. As escavações efectuadas pelo CAM levaram à conclusão
de que se tratava de uma casa que teve duas épocas de ocupação,
ainda no período romano, que se situava na rua principal da cidade e
que terá pertencido a um abastado comerciante.
Entre
as várias peças expostas sobressai a do “Togado”, figura
masculina esculpida num único bloco de mármore, a que faltam a
cabeça e as mãos e que representa um alto funcionário municipal.
Foi encontrada na cave de uma casa particular e os herdeiros do seu
proprietário doaram-na ao município para integrar este espaço. De
destacar também duas ânforas, doadas ao Museu de Mértola pelos
herdeiros de um particular, pertencentes a um conjunto de 30 que
foram encontradas no início do século XX na zona de Além-Rio.
A
nossa visita aos principais núcleos museológicos de Mértola
aproximava-se do fim, restavam-nos apenas o Museu Islâmico e o Museu
de Arte Sacra.
Dirigimo-nos
ao primeiro, em cujo piso térreo assistimos à projecção de um
pequeno filme que realça as inúmeras semelhanças entre algumas
actividades e as tradições seculares da região de Mértola e de um
município marroquino, com o qual está geminada, Chefchaouen,
conhecida como Vila Azul.
Em
seguida, todos nos deliciámos com as inúmeras peças de cerâmica,
provenientes das escavações efectuadas no Bairro Islâmico. Para
além daquelas em que se pode apreciar a técnica de vidragem
polícroma chamada “corda seca”, estão também expostas outras
mais simples, como as panelas usadas para cozer alimentos.
Testemunhos das diversas actividades diárias, vimos ainda várias
peças relacionadas com a tecelagem (agulhas, tesoura, etc.),
fragmentos de cadinhos de uma oficina de ourives, e de alguns jogos.
A
nossa expectativa de poder apreciar a Tigela que foi escolhida como
símbolo do CAM – e habitualmente figura central deste Museu - saiu
defraudada, pois a mesma foi cedida temporariamente para integrar a
exposição “Contar Áfricas”, patente no Padrão dos
Descobrimentos. Menos mal, quem estiver realmente interessado em
vê-la, e puder, terá ainda até meados do mês de Abril para o
fazer. A peça, atribuível a uma oficina tunisina do século XI
representa uma cena de caça, em que um cavaleiro (que apenas
adivinhamos) persegue uma gazela ajudado por um cão e por um falcão.
Para
terminar a componente cultural desta Caminhada Extraordinária,
restava apenas o Museu de Arte Sacra, criado essencialmente para
acolher estatuária, pintura e alfaias religiosas existentes em
igrejas e ermidas espalhadas pelo concelho, em preocupante estado de
degradação e ou pouco seguras.
Despedimo-nos
da nossa guia com uma calorosa salva de palmas, agradecendo-lhe assim
tudo o que partilhou connosco sobre a história e as riquezas desta
Vila-Museu.
O
final da tarde foi aproveitado de formas variadas pelos
Caminhadeiros, passeando junto ao rio, descansando da actividade
física sentados na esplanada do Hotel, enfim, cada um se preparou
como melhor achou para estar em condições de apreciar o jantar, na
“Casa Amarela”.
Com
uma localização privilegiada sobre o Guadiana, numa noite serena,
em que o rio mais parecia um lago, e com as casas da outra margem a
reflectir-se nas águas, o cenário era maravilhoso e deixava todos
encantados.
Antes
de se iniciar a refeição, foram colocadas junto de cada lugar as
lembranças que a organização tinha decidido oferecer – um queijo
de ovelha da Queijaria da Corte Gafo e um porta-chaves em acrílico
retratando a “tal” Tigela que também consta do crachat.
O
jantar iniciou-se com várias entradas, sendo unânime a satisfação
com os ‘Ovos mexidos com espargos’, que estavam maravilhosos!
Seguiu-se um ‘Creme de coentros e alecrim’, muito aveludado que
ajudou a preparar os estômagos para o prato principal. Mas antes que
o mesmo fosse servido, surgiu a grande surpresa da noite – a
entrada do Grupo Coral “Os Caldeireiros de S. João”, da vizinha
freguesia de S. João dos Caldeireiros, grupo de Cante Alentejano,
que nos brindou com três “modas”, muito aplaudidas, com a
promessa que regressariam antes do final do jantar. Foi então
servido o ‘Entrecosto no forno com mel e rosmaninho’, elogiado
por todos os comensais.
Escusado
será dizer que sucessivos brindes foram sendo feitos, ao António
Palma – ausente desta Extraordinária – pelo bom gosto das suas
criações artísticas, ao grupo organizador, a todos os
Caminhadeiros, enfim, pretextos não faltaram para erguermos os
nossos copos, celebrando a alegria e cumplicidade de todos.
Passou-se
à sobremesa, e antes que os digestivos - licores de confecção
caseira - os biscoitos e os cafés fossem servidos, pudémos ainda
escutar mais umas “modas” entoadas pel´Os Caldeireiros de S.
João, a quem no final oferecemos uma placa comemorativa da sua
participação nesta jornada caminhadeira. Os amantes do cante
alentejano aproveitaram ainda para adquirir alguns CD gravados pelo
Grupo Coral.
O
serão tinha sido longo, e passava da meia noite quando abandonámos
a Casa Amarela.
Domingo,
10 de Março
Sem
atrasos, todos os Caminhadeiros se apresentaram no pequeno almoço
irradiando boa disposição, e os mais despachados puderam ainda
aproveitar o sol na esplanada, antes de partirmos para a verdadeira
Caminhada.
Dada
a hora a que tínhamos regressado do jantar, na véspera, e devido à
obrigatoriedade de um número de horas mínimo de descanso do
motorista do autocarro, o início teve de sofrer um adiamento, o que
implicou uma diminuição da sua extensão, para que fosse possível
cumprir o restante programa. Mas como já tínhamos uns quantos
quilómetros acumulados da véspera…
A
caminhada começou “a corta-mato” (porque o autocarro não
conseguiu “entrar” no caminho inicialmente previsto), permitindo
uma primeira imersão no campo e nos seus cheiros; toda ela decorreu
sem problemas, sempre com o rio à vista, e nalguns pontos com
perspectivas muito bonitas sobre o casario de Mértola e o seu
Castelo, convidando a mais uma foto. Distribuídos ao longo do
caminho, diversos painéis informativos chamavam a atenção para as
espécies, vegetais e animais, mais importantes da zona; entre elas,
as rainhas eram sem dúvida as estevas, tantas, tão lindas! Foi pena
não termos tempo de descer até ao rio e conhecer todos os painéis
da biodiversidade da Bombeira do Guadiana mas havemos de lá voltar,
porque Mértola ainda tem muito para nos mostrar. Antes de tomarmos o
caminho de regresso e enquanto esperávamos os caminheiros da cauda,
dois ou três audazes em modo contra-relógio, foram até ao portão
da Bombeira do Guadiana, herdade onde se produz um vinho com a mesma
designação. No regresso, alguns passaram por uma placa que narra a
lenda do Poço dos Dois Irmãos, mais uma das muitas em que o
imaginário popular é pródigo; outros tomaram o mesmo trilho do
início do percurso.
Uma
vez a bordo do autocarro, rapidamente chegámos ao restaurante
“Alengarve”, última paragem gastronómica. E que paragem! Os
queijos e a linguiça, caseiros, constituíram uma entrada de mão
cheia, mas “a cereja no topo do bolo” foi o ‘Cozido de grão’,
prato tipicamente alentejano, que fez as delícias de todos, havendo
até quem o tenha considerado o nº 1 de todas as iguarias que nos
foram servidas ao longo da estada em terras de Mértola.
Antes
que os brindes começassem a proliferar, foi proposto um, muito
especial, à Josefa Carrasco, verdadeira alma desta Caminhada
Extraordinária. Nada mais merecido!
Mas
não abandonaríamos Mértola sem uma última actividade
lúdico-cultural – repartidos em três grupos, pudémos ainda
desfrutar de um passeio de barco pelo Guadiana, durante o qual
admirámos a vila de um ângulo diferente, e muito belo, tendo ainda
avistado, para além das numerosas cegonhas que já nos tinham
acompanhado ao longo de todos os nossos percursos, algumas
garças-reais, e também o Convento de S. Francisco.
A
despedida de Mértola fez-se cerca das 17h30m, com grande parte dos
Caminhadeiros a contar na sua bagagem com um fresquíssimo pão
alentejano, amassado e cozido poucas horas antes!
A
viagem de regresso decorreu com a boa disposição tão
característica deste grupo, revivendo os momentos mais alegres, e
pensando já na próxima caminhada, na zona das Mouriscas.
Em
jeito de agradecimento a todos os Caminhadeiros pela forma como estes
dias decorreram, deixamos alguns links em que poderão documentar-se
sobre factos relacionados com os tesouros de Mértola e com a
actividade, tão meritória, do Campo Arqueológico de Mértola, e do
seu grande impulsionador, Cláudio Torres.
Visitar Mértola
Portal do Arqueólogo
Invasão Muçulmana
Campo Arqueológico de Mértola
Visitar Mértola
Portal do Arqueólogo
Invasão Muçulmana
Campo Arqueológico de Mértola
Saudações Caminhadeiras em passada extraordinária,
Maria da Luz Fialho
Maria da Luz Fialho
7 comentários:
Ainda bem que a mana Marylight, ao almoço de domingo, se alevantou e repôs a verdade dos factos. Eu levei o jantar de sábado com o mesmo discurso entalado, sem nunca o expressar, com medo de ferir alguma susceptibilidade (?!):
Na verdade, a alma (alma, corpo, pele, tudo!) desta extraordinária jornada foi a Josefa. Ela pensou, concebeu, recolheu informação, organizou, esfalfou-se. O Fortunato deu uma enorme ajuda na parte logística. As manas, generosamente incluídas nos planos desde o princípio, na sua qualidade de baixo-alentejanas, pouco mais fizeram que mandar uns palpites e bitaites.
O resultado foi o que se viu: a pequena pensou em tudo - na caminhada, na cultura, nos presentes, nos óptimos restaurantes, no passeio de barco, até no pão alentejano!!!
Foi um fim-de-semana em cheio. Obrigado, oh sócia!
Os meus parabéns às" organizadeiras" e organizador pelo belíssimo fds. Obrigada.
Grande fim de semana, muitos Parabéns às organizadoras e organizador, pela excelente organizaçao
Obrigdo
Roger
Gostei imenso de vos rever a todos e melhor reencontro não podia ter sido.
Foi realmente um fds de excepção com todos os "condimentos" para ser o que foi Fantástcico!
Bem hajam as "migas" e os "migos" alentejanos
Beijinho e até uma próxima
Mais um fds em grande, com mais uma espetacular caminhada extraordinária, com uma excelente narrativa e uma fantástica reportagem fotográfica. Muitos Parabéns e muito Obrigada a todos os organizadores e restantes intervenientes!;) Até à proxima extraordinária! Beijinhos e abraços para todos os Caminhadeiros!
Muito bem em tudo esta caminhada extraordinária. Obrigado a todos que contribuíram para a sua realização. Até sempre.
Obrigam-me a responder, o que não estava nos meus propósitos. Não sou merecedora de tantos elogios! Obrigada a todos. Tentamos sempre dar o nosso melhor… Aproveitando a "deixa" do cordão do infinito, que observámos e referido nas reportagens, um trabalho acaba, outro começa: pensar na próxima actividade a organizar, iniciar os seus alicerces e tentar corrigir o que correu menos bem desta vez.
Saudações caminhadeiras em passada alentejana,
Josefa
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