Reportagem:
Designado para a desmontagem duma caminhada percorrendo o litoral Atlântico e com a dica do Vítor porque não a zona do Guincho, não parei mais para mostrar a minha zona saloia. Que percurso a fazer, e como? Internet, claro, bom!, este, não vejo como fazê-lo, olha, Clube …….. , Oi!, mais, uma tentativa, aqui está, PR 4 CSC - Rota do Litoral do Guincho, não foi fácil te encontrar rapaz. Falando com o meu irmão sobre a minha tarefa caminhadeira e, conhecedor da zona, logo entramos em alternativas possíveis, foi quase tiro e queda. Vou combinar um encontro contigo e com um amigo que se mexe nessa área. Mensagem: Adega Regional de Colares, quinta-feira encontro com o Miguel Poças para falares do almoço e veres se gostas do local. Apresentados, para o local nos fomos dirigindo e definindo o pretendido. Do que vi gostei, e pensei, o espaço estava encontrado, de conversa decidida chegamos a acordo de cavalheiros para o preço relação refeição, Vai ver que vão gostar.
Para a parte cultural teríamos a adega, com o Enólogo Francisco para falar um pouco da Adega e sua história, sabendo dos créditos do nosso guia, estava descansado, era só o convite.
De Colares parti para a Malveira da Serra, no parque de estacionamento junto a uma Igrejinha parei, olhei, perfeito local para a concentração – Restaurante o Camponês, está feito. Quis iniciar o reconhecimento do percurso mas a chuva não deixou.
No dia seguinte voltei ao parque de estacionamento, e lá parti de mapa na mão, rua acima para encontrar o inicio da caminhada, olha aqui está, Almoinhas Velhas, boa, vou continuar, há que estar de olhos abertos para encontrar aqueles tracinhos de cor vermelha, e amarela juntinhos a fazerem paralelas e com continuidade para um casamento perfeito no dia aprazado, olha aqui está um, boa, outro por ali, cruzes não credo, não valem, é por ali, e assim fui descobrindo o litoral, bonito este cenário, a Peninha, ali é a Praia do Abano e ao longe o Guincho, aposto que eles vão gostar e os meus santinhos me irão ajudar decerto, trimm, trimm, Está tudo bem (fala o meu mano), onde estás? Estou fazendo o percurso de que te falei, Sozinho?, Sim, Grande maluco, já falei com o Enólogo Francisco para falar da Adega e, com todo o gosto estarei, foi a resposta, Boa, boa, depois falamos, beijo, Beijo.
Perto da Praia do Abano, parando ouvindo as ondas e, num olhar contemplativo entre a serra e o mar senti que tinha ficado para trás quem me acompanhava desde algum tempo,..…. Tinha de continuar, pedra aqui poste acolá, me indicavam o caminho certo, deixando a orla marítima e atravessando a estrada nacional fui encontrar cenário verdejante de hortas e pinhal na calma de um vale onde ribeira de calmas águas se houve o seu falar ,lá estava Charneca ,embrenhado no doce silêncio cortado por vezes pelo pipilar de uma ave, e após mais uma subidita mais atrevida Alcorvim estava encontrada, e por fim, Janes, com Malveira da Serra à vista ponto de partida e de chegada, trimm, trimm , Carlos é o Vítor, temos de adiar a caminhada o nosso amigo Sales partiu. Já o tinha sentido, Vamos adiar a Caminhada, Está descansado, vou já tratar de tudo. Fica para a semana, tá.
Malveira da Serra – 31/10/2012
Vão chegando e, beijo a esta Princesa, abraço a este amigo o grupo se forma, Já estavam todos na hora combinada, com o frenesim habitual de mais uma caminhada, Vamos tirar a foto do grupo, pessoal, fala o Fortunato, Aqui na escada da Igreja, opina o Rogério, o grupo aí se perfila, aparece uma voluntária para tirar a foto, hoje o Fortunato aparece no grupo também, de seguida em silêncio e em comunhão as mãos se uniram como uma corda durante uns segundos em recolhimento para com o nosso sempre muito querido Amigo Carlos Sales. Paz á Sua Alma.
Com a lição bem estudada, lá partimos decididos como sempre para mais uma descoberta. A meteorologia generosa ajudava, Chico! é por aí à esquerda Almoinhas Velhas e, lá vai o grupo descobrindo e agradado o cenário que se deparava, casas com bom ar, a Peninha altaneira qual sentinela, as praias quase selvagens, São 10 horas, vou ligar ao Miguel Poças, tenho de conseguir por ele ou outra via o pedido da Maria do Céu, Faço anos de casada e gostava de ter um bolo de aniversário que achas? Mas, é surpresa, tenho o espumante no carro, bico calado, ouviste, Trimm, trimm, não atende, mais adiante volto a telefonar, trimm, trimm, Miguel Poças, bom dia, já caminhamos desde as 9,30, está tudo em ordem? Sim, cá vos espero tudo OK, Oiça, tenho uma urgência, é que preciso que me arranje para o lanche um Bolo de Aniversário de Casamento, para juntar às queijadinhas, O quê?, tenho a cozinha cheia, Tem de ser, tem de ser, a minha amiga era para ir voar ,não tinha a certeza de vir caminhar, Já lhe falo, Ok, e lá vamos indo e vendo as arribas da Ponta Abelheira, a Praia da Grota quase selvagem, o Forte do Abano já se vê, chegados à Praia do Abano e durante a pausa a Carmen diz, Quê bonitooo, aquela rocha parece mesmo um perro, tal e qual, com orelhas e tudo, mas para o Manuel Reis, travesso, É o Adamastor ,é o que é, trimm, trimm, Carlos que peso deve ter o bolo? , Oh! pá onde está a Céu? bom vai ali, sai sinal de liques, vem aqui, que peso? É pá sei lá, 3 kilos não? Miguel 3 kilos e obrigado, e acabada a pausa caminhando mais além o Gil Furtado com os seus binóculos olhando para a Peninha identificava o local onde o Octávio deu cabo do perónio, o organizador confirma, Caiu sim, mas firme que eu vi, e lá fomos ouvindo palavras gentis sobre o percurso ainda marítimo, agora e de retorno será campesino que vamos percorrer, pintado de hortas e manchas de pinhal salpicado por aldeias como, Charneca, e Alcorvim, pelo meio vão ficando trocas de impressões várias que este grupo partilha sempre com a maior elevação, para chegarmos a Janes, penúltima etapa deste nosso percurso com vista superior sobre o mar, donde já se vê o ponto de partida e chegada Malveira da Serra. Boa Caminhada, assim, sim, são vozes amigas que se ouvem.
O local do almoço era surpresa, havia que dar a direção, Sigam o carro do António Palma e não percam o de trás.
Chegados ao local, Colares, Adega Regional, também tive a minha, pois os mais despachados já brindavam de copo na mão com agrado pelo local escolhido. Bom, isto não está a correr nada mal pensei. Hoje ao almoço tivemos mais um novo anfitrião o ex-colega da IBM, Abílio Guimarães Coelho e, mais uma vez a presença do meu irmão João Filipe e da minha cunhada Maria Gertrudes. A sala ampla de decoração acolhedora e requintada foi de agrado geral pelo que foi dado a ver nos rostos dos Almoçantes, até parecia um Casamento. Casamento não houve, foi entre o Gil Furtado e o Manuel Reis quanto ao Ramisco de Colares. Para um tinha gosto a pinhal, para o outro era mais vinagre balsâmico. Esperemos nova degustação com a nossa presença. Com a conivência do António Palma no Alma Artística Desassossego foi apresentada uma passagem de roupa, polos com identificação Caminhadeira contando ainda com a colaboração da Maria do Céu para o desfile. Este trio ofereceu aos Caminhadeiros Mor, Fortunato, Vítor e Luís Fernandes um exemplar, sendo entregue também em tempo oportuno outro à nossa amiga Bina.
A amiga Lurdes Clara também ofertou às Princesas uma doçura da sua aptidão doceira, e como não há doce sem chá o casal Musa Inspiradora (TR/CE) o fez em caixa na forma de coração com pássaro pintado, eu dito, melhor sugiro e, ela pinta, pinta, e sempre com mais pinta.
O tempo voou e, fomos a correr para ouvir o Enólogo Francisco, responsável pela Adega Regional de Colares. O historial desta casa nos foi contado desde a sua fundação, passando até pela praga da famigerada filoxera que grassou o nosso País idos muitos anos, sendo que a zona de Colares não, devido exatamente ao tipo de castas que aqui são produzidas. Ao visitar a nave onde repousam algumas dezenas de tuneis, fomos ouvindo números que nos deixam tristes, pois o que se produz hoje em relação ao passado é para esquecer.
Percorrido o edifício acabamos na loja de compras onde alguns não hesitaram no Ramisco de Colares, segundo o Manuel Reis de gosto avinagrado (o dito) contraposto logo por alguém de fino e afinado gosto e conhecimentos vastos no mundo do vinho de seu nome Gil Furtado.
Regressados ao edifício do almoço passamos para outra sala com decoração acolhedora de luz amena, e eis outra surpresa pois onde supostamente seria servido o chá aparece um bolo aniversariante de vela acesa. O casal Maria do Céu e Manuel Pedro faziam anos de casados. Há que festejar. A Princesa diz algumas palavras sobre a data (desculpa Céu eu não ouvi, andava parecia uma barata entre a cozinha e a sala) e, agradece emocionada a vivência dos seus 37 anos com o seu Príncipe, aplaudida com entusiasmo de Parabéns o grupo Brindou com o espumante trazido de casa pela aniversariante. Ainda foi dado a visitar a algumas caminhadeiras a cozinha onde foi elaborada a nossa refeição com a amabilidade do nosso amigo Miguel Poças responsável pelo evento, explicando e respondendo às perguntas que iam sendo feitas, tendo sido oferecidos postos de trabalho tal o interesse demonstrado pelas visitantes.
Depois de esgotado o celebrante espumoso e mais dois dedos de conversa, esta Caminhada teve o seu fecho.
Agradecimento ao Miguel Poças, Enólogo Francisco, Miranda e ao meu mano.
Se há dias que correm bem a uma pessoa e a sorte lhe bate à porta, hoje foi um dos tais.
Com amigos destes tudo se torna tãooooooo fácil, e gostoso.
Obrigado
Carlos Evangelista