segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

* * * * * * * * 8ª Caminhada da Época 2018 / 2019 * * * * * * * * De Paço de Arcos a Carcavelos, com o Bugio à Vista-9 de Janeiro




Álbuns de Fotografias
Local: Paço de Arcos
Percurso: Passeio Marítimo de Oeiras
Distância: 10 Kms
Caminhantes: (46) Acilina Couto, Ana Bela Fernandes, Angelina Martins, António Bernardino, António Dores Alves, António José Clemente, António Palma, Carlos Evangelista, Carmen Firme, Cidália Marta, Clara Maia, Estela Garcia,  Fernanda Silva, Fortunato Sousa, Gilberto Santos, Graça Sena, João Duarte, João Figueiredo, José Clara, Josefa Carrasco, Júlia Costa, Kinita Sousa, Lídia Albuquerque, Lina Fernandes, Luís Fernandes, Luís Martins, Luísa Clemente, Luísa Goncalves, Lurdes Clara, Manuel Barbosa,  Manuel Garcia, Manuel Pedro, Manuel Reis, Margarida Lopes, Margarida Serôdio, Maria da Luz Fialho, Maria do Céu Esteves, Maria do Céu Fialho, Octávio Firme, Odete Vicente, Pedro Albuquerque, Raul Almeida, Socorro Bernardino, Teresa Palma, Teresa Viras, Vítor Gonçalves.
Não Caminhantes: (1) Margarida Graça.
Organizadores: Maria do Céu Esteves e Manuel Pedro
Almoço: Restaurante Quitanda, Centro Náutico de Paço de Arcos
Próxima caminhada: 23/1/2019 (organiza: Carlos Penedo e Rogério Matias)
Reportagem: 
Mais minuto menos minuto os caminhadeiros foram chegando ao ponto de encontro junto ao Centro Náutico do Clube Desportivo de Paço de Arcos. Como prometido, lá estava o Passeio Marítimo de Oeiras e a Torre do Bugio (ou Forte de São Lourenço da Cabeça Seca), aquele, desde o século XX, este, à nossa espera desde o século XVII ou um pouco antes.
O dia, límpido e soalheiro embora frescote, convidava à caminhada, que, como prometido, foi canja: piso plano e limpo, areal e Tejo de um lado, jardins e muros decorados com arte urbana do outro; caminhantes, ciclistas e corredores de todas as idades durante todo o caminho. Várias casas de banho ao longo do percurso para acudir a apertos e aflições. E os quilómetros a voar, generosamente curtos. 
O almoço, pontual, no restaurante Quitanda, junto ao  Centro Náutico apresentou entradas comuns, um saboroso arroz de peixe com camarão, vinho leve e escorregadio, sobremesas despretensiosas e o cafezinho do costume. Exuberante mesmo foi a exibição de vistosos peixes de fazer crescer água na boca que, suspeito, levará muitos de nós a regressar ao local do crime.
A habitual profusão de brindes e mais brindes a isto e àquilo, a este a àquele, como sempre pretexto para mais um copo, compôs o ramalhete. 
Curiosa a casa de banho dos homens, limpa e provida de Guia de Utilizador: à altura dos olhos, sobre o urinol:  "é favor afinarem o instrumento para as notas não caírem no chão". (Por mim, juro, nem uma semifusa; no chão, porém, espraiava-se uma sinfonia completa.)
A visita cultural fez-se em dois grupos. Alternadamente, enquanto um grupo visitava os Fornos da Cal de Paço de Arcos - bem recuperados e bem documentados -, o outro fazia uma visita guiada ao Museu dos Faróis, onde os guias, Srs. Teixeira e Santa Neto, nos apresentaram o sistema de assinalamento de navegação, a sua história e os seus principais componentes: normas e procedimentos, convenções, tecnologias, instrumentos, combustíveis e infraestruturas. 
" A luz de cada farol é uma espécie de cartão de cidadão que o identifica univocamente...". Cor e períodos de luz e obscuridade que permitem distinguir um farol de outro....". "No princípio e durante vários séculos a iluminação sinalizadora era feita com fogueiras normalmente acendidas pelas esposas dos marinheiros..."
A história dos faróis, a sua utilidade ao longo dos tempos e até hoje, a evolução tecnológica - os mecanismos (relógios), os sistemas óticos de faces múltiplas os conceitos - intensidade luminosa, etc. Tudo, tudo ilustrado com exemplares de candeeiros a azeite ou óleo, petróleo, gás e finalmente eletricidade, sistema óticos determinantes da quantidade de relâmpagos e outras coisas que eu não sei dizer, merecedor de uma visita ainda por cima gratuita em alguns dias da semana.
Por fim o chá, desafetado, no bar do antiquíssimo recinto desportivo do Clube Desportivo de Paço de Arcos e as despedidas já com saudades. Ao fundo, a luz do farol do Bugio, vermelha, orientando-nos, indicando a esquerda (ou a direita?).
Foi mais uma caminhada (passeata, como sugeriu provocativamente a organizadora). Uns terão gostado mais e outros menos. Como sempre, se houve críticas, os elogios sobrelevaram-nas. (E é isso que nos distingue: parcimónia nas críticas, prodigalidade nos elogios, tolerância - apreço mesmo - para com a diferença, respeito pelas limitações dos outros, sobriedade na exibição dos méritos próprios... ai, se escutássemos melhor!)
Saudações caminhadeiras,
Manuel Pedro, e Maria do Céu Esteves

6 comentários:

M.Luz disse...

Agradecimentos reiterados aos organizadores, pela forma como tudo decorreu, prolongados agora pelo estilo da reportagem!
Até breve!

Maria da Luz

DoCeu disse...

Continuo a gostar da prosa deste cronista! 😄
E quando for grande, também quero ser capaz de organizar uma jornada, assim do pé prá mão, com esta competência.
Tendo acrescido a benção do S. Pedro, foi um dia que (me) soube muito bem.
Bem hajam!

LM disse...

Fazer comentários sobre as caminhadas em que temos o privilégio de participar começa a ser cada vez mais difícil.
Porque a sua organização é impecável, porque a refeição do meio dia é saborosa e aconchegante após tão grande esforço despendido momentos antes, porque a parte cultural (com visita ou sem visita, só convívio ou não só, haja cantigas ou não) é sempre enriquecedora, porque o chá (com mais bolo ou menos bolo, com mais chá ou menos coca-cola), isso não ocasiona normalmente o aparecimento de casos que se proporcionem a crítica. E se seguirmos a tradição mediática só o que é mau é digno de notícia ou comentário. Mas eu não penso assim.
Todo este paleio para dizer que, embora os comentários às caminhadas sejam cada vez mais raros, eu também me debati acerca do que poderia dizer sobre esta caminhada uma vez que ela se enquadra perfeitamente sobre o que atrás foi dito.
Mas eis que na Reportagem surge algo que me permitiu largar uma gargalhada pelo seu inesperado mas excelente bom gosto: foi uma frase que é a prova provada de que há excelentes escritores que poderiam aparecer com mais frequência no nosso blog. O seu sentido de oportunidade, o bom gosto como descrevem um facto, a poesia que entra pelos nossos olhos adentro, a beleza da construção da frase… bem, tudo isso foi um momento alto duma caminhada que não começa quando nos encontramos pela manhã da caminhada nem termina quando nos despedimos no fim do dia. A Caminhada começa aquando das inscrições para se participar nela e acaba quando, apresentada a Reportagem, se deixaram de fazer comentários.
Por isso afirmo que um dos momentos altos desta caminhada foi a Reportagem em que aparece esta frase que é uma beleza:
(Curiosa a casa de banho dos homens, limpa e provida de Guia de Utilizador: à altura dos olhos, sobre o urinol: «é favor afinarem o instrumento para as notas não caírem no chão». (Por mim, juro, nem uma semifusa; no chão, porém, espraiava-se uma sinfonia completa.).

Tenho razão ou não?

Um abraço para todos.
LM


DoCeu disse...

Tens toda a razão, Luìs, foi um momento de inspiração espectacular!
(E no resto da prosa também tens...)

manel disse...

Companheiras Manas e companheiro Luís,
Obrigado por terem gostado da nossa caminhada e da reportagem e por o terem dito. Quanto a esta, repito o que já disse em tempos: muitas das reportagens publicadas foram escritas com gosto e arte. E por vezes é mesmo de gosto que se trata.
Sobre o comentário do Luís, que a Maria do Céu também subscreveu, por estranho que possa parecer, já que estou longe de ser um comentador militante, eu também estou de acordo. Vamos a ver se me empenho no futuro.
Um abraço,
Manuel Pedro

António Dores Alves disse...

Obrigado Céu e Manuel Pedro. Foi uma caminhada perfeita ! Abraços