segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

* * * * * * * *8ª Caminhada da Época 2017 / 2018* * * * * * * * ____Salinas do Samouco - Alcochete - Dia 24 de Janeiro____




Álbuns de Fotografias
Dores Alves
Acilina Couto
Luis Martins
Raul Almeida
Luz Fialho
Ilda Poças
Data do Evento: 24 de Janeiro
Local: Samouco
Percurso: “Salinas do Samouco e sua Biodiversidade”
Distância: 5 kms
Caminhantes: (46) Acilina Caneco; Ana Bela Fernandes; António Palma; Antónia Sena; António Clemente; Carlos Evangelista; Carlos Penedo; Carmen Firme; Cidália Marta; Dores Alves; Estela Garcia; Fortunato Sousa; Gabriela Bentes; Gilberto Santos; Gonçalo Garcia; Ilda Poças; João Duarte; João Figueiredo; Jorge Manarte; Josefa Carrasco; Lídia Albuquerque; Lina Fernandes; Luís Fernandes; Luís Martins; Luís Santos; Luísa Clemente; Luísa Gonçalves; Lurdes Clara; Manuel Barbosa; Manuel Flôxo; Manuel Garcia; Manuel Pedro; Manuel Reis; Margarida Serôdio; Maria do Céu; Maria da Luz Fialho; Octávio Firme; Pedro Albuquerque; Raúl Almeida; Rogério Matias; Samuel Coias; Teresa Palma; Vítor Gonçalves; Zé Clara.
Guia: André Baptista
Caminhadeirito em carrinho de bébé: Alexandre Morgado (neto da Lídia e do Pedro Albuquerque)
Organizadores: Carlos Penedo e Luís Santos
Local do Almoço: Restaurante Barrete Verde (Alcochete)
Próxima Caminhada: 07 de Fevereiro (Organiza: Rogério Matias)
Reportagem:
O dia nasceu com forte nevoeiro, que nos acompanhou durante quase toda a jornada. Apesar disso, no local da concentração inicial compareceram à hora aprazada, 46 dos 48 inscritos, que não foram parar ao Samouco por via do dito. Por motivos de força maior, duas caminhadeiras não puderam mesmo comparecer. Também devido a acidentes ocorridos na margem sul, duas viaturas foram obrigadas a chegar mais tarde, o que fez com que o rabejador ficasse à espera dos envolvidos por mais algum tempo, mas em breve o grupo estava completo.
Depois das autoapresentações dos organizadores (forcado da cara e rabejador), apresentámos a todos os caminhadeiros o Sr. André Batista, reputado Educador Ambiental da “Fundação para a Protecção da Gestão Ambiental das Salinas do Samouco”, que seria o nosso guia/interprete durante a caminhada. Seguiu-se um breve resumo do que seria a actividade daquele dia, após o que o Sr. André Batista, tomando as rédeas dos acontecimentos, começou por fazer uma apresentação histórica e factual das Salinas do Samouco, dentro de um pequeno centro interpretativo ali existente.
Após os xixis do costume, o grupo iniciou a marcha, que, se desenvolveu ao longo das salinas e respectivos tanques, tendo sido avistadas, apesar do nevoeiro, algumas aves que por ali andavam. Para além de tanques, existe nas salinas um intrincado sistema de valas, que abastecem os tanques com a água proveniente do rio. O abandono e degradação de algumas salinas proporcionou a invasão de vegetação alófita, que se encontra sujeita às marés, dando origem a manchas de sapal.
As salinas do Samouco constituem, no seu conjunto, uma parte importante dos habitats disponíveis para as populações de avifauna nesta região. A grande maioria da avifauna que ocorre no estuário do Tejo, utiliza as salinas como local de repouso durante a preia-mar, quando escasseiam as zonas não alagadas. É nesta altura que se podem observar grandes bandos mistos de limícolas e gaivotas.
Foram detectadas até à presente data 170 espécies de aves, das quais, e apesar do nevoeiro, foi possível avistar algumas, incluindo um grupo de flamingos.
Durante o Inverno, podem ser observadas com regularidade mais de 15.000 aves. Entre as limícolas mais abundantes figuram o maçarico-de-bico-direito, o pilrito-comum, pernilongo, o alfaiate, a tarambola-cinzenta e o perna-vermelha. No que respeita aos anatídeos, os mais comuns são o pato-real, o trombeteiro e a marrequinha.
Depois de alguns quilómetros, chegámos a uma zona onde os caminhadeiros se puderam regozijar com alguns exemplares de burros de raça mirandesa que ali se encontram, ao abrigo de um projeto de conservação, sendo aquela a única espécie certificada de burros portugueses.
Tempo de brincadeira com os bichos, foi ali mesmo que o grupo se reuniu para a tradicional foto de grupo. Mais á frente, entrámos nas salinas propriamente ditas, passando por cima de um barachão, que é a designação dada às divisórias existentes entre os tanques salineiros. Depois de mais uma intervenção do Sr. André Batista, onde foram explicadas as diversas facetas da exploração da única salina actualmente em funcionamento no rio Tejo, o grupo deslocou-se até às serras de sal ali existentes, onde entre outros foi explicado como distinguir a flor de sal autêntica.
O sal está presente, desde os tempos antigos, na história da humanidade. Começou por ser explorado e usado no início do Período Neolítico, há cerca de 10 mil anos, quando surge a agricultura, a pecuária e as primeiras comunidades rurais.
De regresso á recepcão da Fundação, ali se deu o final da caminhada, e na loja, os caminhadeiros tiveram oportunidade de comprar alguns artigos, nomeadamente sal, flor de sal e sabonetes de leite de burra, este famoso por ter capacidades de embelezar a pele. A hora do almoço aproximava-se, e estando o restaurante Barrete Verde em Alcochete a cerca de 4 km, foi necessário prosseguir em bicha pirilau com os carros, até ao estacionamento perto do restaurante. Aí chegados, todos tomaram lugar no mesmo, para o devido repasto. Não havendo menu pré-estabelecido, cada um escolheu à lista o que lhe apeteceu, e mesmo assim a demora não foi muita, para apaziguamento dos estômagos mais esfomeados.
Quase no final da actividade, e com inicio na Igreja Matriz de Alcochete, onde nos aguardava a guia para a parte cultural, Drª Paula Machado, o grupo deu  uma visita pelos pontos mais emblemáticos da vila.
Pelas 17h15m  dirigimo-nos ao restaurante Alternativa, perto da Igreja Matriz, já nosso conhecido de uma actividade anterior, onde foi servido com a qualidade habitual, o chá e bolinhos secos da praxe.
Em resumo, tratou-se de uma actividade diversificada, algo prejudicada pelo nevoeiro intenso que se fez sentir durante a visita ás salinas, mas rica nos ensinamentos  recolhidos, nomeadamente pelo Sr. André Batista. De salientar o agradável convívio estabelecido entre todos, como é habitual, e sobretudo a colaboração dos caminhadeiros para com a organização, que muito contribuíram para que a actividade decorresse de forma organizada, e dentro dos horários previstos.

Luis Santos e Carlos Penedo

2 comentários:

António Dores Alves disse...

Obrigado e parabéns Luís Santos e Carlos Penedo.
Foi uma caminhada no escuro mas após o almoço ficou tudo muito mais claro.
Abraços

M.Luz disse...

Não é demais voltar a agradecer a forma como a jornada decorreu, graças à preocupação permanente dos organizadores, sempre atentos aos mais pequenos pormenores.
Muito Obrigada, Carlos e Luís!

Maria da Luz