Albuns de Fotos:
Data do Encontro: 08/10/2014
Local: S.Julião
(Sintra)
Percurso: 10,
000 kms; 03: 00 Horas
Caminhantes: (35) Lídia e Pedro
Albuquerque, Dores Alves, Gabriela Bentes, Miguel Cardoso, Lurdes e José Clara,
Nela e João Costa, João Duarte, Maria do Céu e Manuel Pedro, Lina e Luís
Fernandes, Maria da Luz Fialho, João Figueiredo, Manuel Floxo, Gil Furtado,
Manuel Garcia, Vítor Gonçalves, Fátima e Lúcio Libânio, Angelina e Luís
Martins, Rogério Matias, Helena Meleiro, António Palma, Teresa Palma, Carlos Penedo,
Amílcar Queirós, Manuel Reis, Gilberto Santos, Fortunato e Quinita Sousa,
Virgílio Vargas.
Organizador: Angelina
e Luis Martins
Almoço: Restaurante Bisk8 –
tel. 219 611 668
Reportagem:
Pois
é! Isto de preparar uma caminhada não é coisa fácil e isenta de preocupações.
Já uns dias antes nos vínhamos preparando para umas horitas de caminhada
bastante húmida. Até porque vinha chovendo de vez em quando. Não é que a chuva
fosse preocupação; o que não é nada agradável é a lama que, agarrada ao nosso
calçado, com o seu peso e o incomodativo e escorregadio ‘tchac…tchac’ nos vai
dificultando a habitual progressão leve e desportiva das nossas caminhadas.
Quando, bem cedo, nos levantámos e olhámos para o céu, não ficámos, como dizer…
descansados… mas também não totalmente desanimados. Uma réstia de esperança ao
lado de uma réstia de sol deram-nos uma boa perspectiva para o dia caminhadeiro
que se ia iniciar. Com as pêras já ensacadas e prontas a ser distribuídas, lá
partimos para sermos os primeiros a chegar pois queríamos receber com todas as
honras os nossos amigos caminhadeiros. Se bem o pensámos e preparámos, melhor o
fizemos, como dizem as estórias infantis. À medida que eles iam chegando – ‘Eh.
João, há quantos meses não te via. Como vai o Benfica?’ – e os íamos cumprimentando,
também nos íamos divertindo oferecendo uns saquitos de pêras Rochas que
tínhamos tido o prazer de ter colhido na antevéspera. ’Olhem o Manel Floxo que
também veio! Dá cá um braço, rapaz’.’ E a Lena que também deixou o seu Porto
para nos vir acompanhar a trazer a sua companhia!’.’ Bom, tomem lá umas pêrinhas
para a caminhada!’ – e Bom! Se não fossem os acasos da vida e sete dos nossos
fiéis e costumeiros amigos não terem podido vir teríamos sido um belo grupo de
cerca de quarente e dois caminhadeiros a calcorrear terras de S.Julião e
Carvoeira.
Apesar
de, como se disse, a previsão meteorológica ser bastante sombria e desanimadora
e de o amanhecer ter sido nebuloso e pouco simpático, o grupo dos Caminhadeiros
não se assustou e, como é seu lema, à hora marcada já estavam todos prontos
para iniciar a 3ª Caminhada da época 2014-2015. Partindo do parque de
estacionamento da pequena aldeia de S.Julião, ao sul da Ericeira, atacámos uma
subida de ‘dificuldade média-baixa’ que era o início do ‘Caminho das Almas’.
Embora não saibamos o porquê desta designação, disseram-nos que existia uma
tradição com alguns anitos de fazer em determinado dia do ano uma caminhada
que, unindo avós e netos, os levava de Valbom até à Capela da Senhora do Ó e
que este ano fora aumentada partindo de S.Julião. Aproveitámos esse percurso e
estendemo-lo um pouco mais para nosso deleite perante panoramas tão deliciosos.
Essa pequena subida inicial não assustou ninguém e, na Baleia, parámos na
‘Sociedade Recreativa da Baleia, Barril e Valbom’ para reagrupamento que alguns
caminhadeiros mais rápidos aproveitaram
para se dessedentar. No nosso estilo muito particular de não olhar para o
relógio nem para o conta-quilómetros, lá nos fizemos de novo ao caminho em que os
mesmos iam sendo percorridos na cadência e cavaqueira habituais.
Junto
à Capela da Senhora do Ó aproveitámos para fazer uma pequena paragem e por
breves momentos se referiu que há cerca de duzentos anos, aquando das ‘Guerras
Peninsulares’ – vulgo Invasões Francesas – o rio Lizandro era navegável até perto
da Capela pelo que existe, bastante perto e acima dela, o Forte do Zambujal –
obra nr.95 – que foi edificado propositadamente para proteger a entrada desse
pequeno porto, não fossem os franceses usá-lo para contra-atacar. É por isso
que a capela se chama na realidade ‘Capela de Nossa Senhora do Ó do
Porto’.
E
sem saber bem como, tínhamos percorrido os dez quilómetros e uns pózinhos. E
sempre sem que o ‘céu nos caísse em cima’. Um ‘bem-haja’ mais uma vez ao nosso
caminhadeiro honorário – S.Pedro.
No
Restaurante Bisc8, ali entre a Terrugem e Odrinhas, retemperámos forças com uns
bacalhauzitos – à Bisk8 e com Broa – e umas grelhadas mistas que nos deixaram
deliciados e bem dispostos. Até porque o serviço foi impecável (simpático e
profissional) e os pratos satisfaziam em qualidade e quantidade. Bem-haja,
sr.João Varandas (pessoa com quem tínhamos contactado).
E
lá partimos prontos para a nossa tarde cultural no Museu Arqueológico de S. Miguel
de Odrinhas. Aqui para nós que ninguém nos ouve, estávamos com um pouco de
receio de que o tema – romanos, pedras, túmulos etc. – se tornasse algo pesado.
Mas a simpatia e a paciência, o saber, o gosto e a forma de se exprimir da
nossa guia Dra. Sandra Leitão conseguiu actuar como um bom digestivo e a hora e
meia da visita passou também sem darmos por isso e sem que as pessoas se
afastassem.
Seguiu-se
o chá servido no Café do Museu pela D. Tânia Varandas, do qual já tínhamos tido
uma pré-visão antes de entrarmos no museu e que, temos que acreditar, não ficou
nada a dever aos chás (???) que possivelmente os nossos amigos romanos bebiam;
e se eles gostavam bastante de comer e beber. E provámos pela primeira vez uma
iguaria deliciosa que ela nos apresentou: o bolo de Caril. Gostámos muito.
Mais
uma vez nos juntáramos e, mais importante que tudo, convivêramos. E estamos à
espera do novo encontro que já tarda em acontecer.
Saudações caminhadeiras
Angelina e Luis Martins