sexta-feira, 22 de julho de 2011

Férias de caminhadeiros 1

O Sales e o Balão mandaram umas 'bocas' sobre continuarmos a 'caminhar' em seco na férias e aqui vai uma reportagem sobre os Picos da Europa que apanhei no fugas do Público. Não é melhor que a nossa mas é diferente e bom para recordar.

Fugas no Publico

segunda-feira, 4 de julho de 2011

16ª Caminhada 2010/2011 - Lavre - 29 de Junho


Album de Fotos (Dores Alves)
Album de Fotos (A. Lourenço)
Album de Fotos (L.Martins)
Album de Fotos (F. Sousa)
Album de Fotos (Gil Furtado)
Album de Fotos (C. Evangelista)
Album de Fotos (C. Sales)
Data do Encontro: 29/06/2011
Local: Monte do Chico Pires
Percurso: 09, 200 kms; 02: 00 Horas
Caminhantes: A. Pires; Anabela Pires; Armando; A. Clemente; Luísa Clemente; Carlos Evangelista; Carlos Penedo; Carlos sales;Bina Sales; Dores Alves; O. Firme; Carmen Firme; Gilberto; Guerreiro; A. Henriques; Isabel Henriques; João Figueiredo; João Martins; Manuel Reis; Laura Dias; Lucrécia Bernardino; Luís Fernandes; Lina fernandes; Luís Martins; Angelina Martins; Joaquim Monteiro; Maria do Céu; Manuel Pedro; Pedro Antunes; Odete Vicente; Rogério; Teresa Viras; Claudia Gonçalves; Vitor Gonçalves; Luísa Gonçalves.
Não Caminhantes: Bernardino; Chico Pires; Fernando Zagalo; Fortunato de Sousa; Gil Furtado; Hugo Pires; Paula; Inácio Pires; Ana Fonseca; João Duarte; José Teixeira; José Viras; Manuel Flôxo; Teresa Antunes; Tina Rita; Vitor Neto.
Organizadores: Chico Pires; F. Sousa; M. Flôxo; V. Gonçalves; L. Fernandes.
Almoço: Monte do Chico Pires
Próxima Caminhada: 14/09/2011 – (Organiza F. Sousa / V. Gonçalves)
Fundo de Reserva: € (A divulgar depois de encerradas as contas)
Reportagem:
Com esta reportagem e os comentários que eventualmente possam surgir com ela relacionados, chega ao fim a época de 2010/2011 referente à nossa actividade 'Caminhadeira'. Tal como mencionado ontem no monte do Chico Pires, esta foi certamente a época mais brilhante desde que em boa hora iniciámos esta interessante modalidade desportiva com as componentes sociais e culturais a ela agregados. Mente sã em corpo são é o nosso principal objectivo a atingir, sabendo que para o alcançar há que seguir com algum rigor a mensagem que o grande poeta andaluz António Machado nos legou: 'Caminhante não há caminho, faz-se o caminho a andar'. Pois é isto que temos vindo a fazer desde o ano de 2007. Caminhar, socialisar, discutir ideias, num grupo sempre a crescer onde os novos que chegam, depressa absorvem e entendem o espírito de grupo muito saudável dos que já por cá andam. Coisas de Caminhadeiros, como muito bem diria o nosso amigo Chico Pires.
Terminado o prólogo que já vai longo, vamos agora tratar do que se passou ontem em Lavre.
O horário da concentração foi cumprido pela generalidade dos Caminhadeiros, que iniciaram pelas 10 horas 1 percurso de quase 10 kms localizado numa propriedade próxima do monte do anfitrião. O Sr. Daniel, feitor da herdade, tinha prometido no sábado anterior ao Vitor Gonçalves, que lá estaria à hora marcada para abrir o portão de acesso e não faltou ao compromisso. São assim as gentes das terras onde José Saramago se inspirou para escrever um dos seus mais belos romances: Levantados do Chão.Numa cozinha improvisada e num espaço que nos anos anteriores também serviu de salão de amesendamento, um pequeno grupo liderado pelos chefes de cozinha F. Sousa e M. Flôxo caminhavam desesperadamente para conseguir não desiludir os que neles acreditaram. E o caminho não era fácil, havia que subir até satisfazer o apetite a 50 convivas, alguns deles famintos pelo desgaste do percurso pedestre percorrido e pelo calor do Sol alentejano. Só mesmo a prestigiosa colaboração de uns voluntariosos ajudantes, com realce para a Teresa Antunes, o João Duarte, o Vitor Neto e o José Viras tornaram possível tão árdua tarefa. Fora da cozinha, o Chico Pires muito bem coadjuvado pelo Bernardino ia complementando toda a logística inerente ao grande dia que é a festa de final de época.
Enquanto o bacalhau e o borrego ferviam nas panelas ou nos tachos, fomos de repente surpreendidos pela presença de um caminhadeiro disfarçado de D. Fuas Roupinho, montado numa égua baia cedida por um autóctone mais ingénuo que acreditou nos dotes de cavaleiro do Gil Furtado. As consequências da sua pouca preparação para a arte equestre não se fizaram esperar, pois para além de ter deixado fugir o quadrúpede, ainda finalizou a aventura com marcas bem vísiveis no couro não cabeludo. Coisas de Caminhadeiro, como muito bem diria o Chico Pires.
Antes de almoço foram servidas as entradas acompanhadas de limonada à moda do Vitor Gonçalves e refresco de frutos vermelhos à moda da Maria do Céu. Seguiu-se o almoço servido nos tachos onde foram confecionadas as iguarias, com a particular relevância de o tacho onde foi cozinhado o ensopado de borrego, ter no passado sido utilizado pelos cozinheiros do 'Navio Império'. Hoje é propriedade do nosso amigo José Teixeira, que gentilmente nos concedeu o privilégio da sua utilização, depois de o ter recebido do seu pai que o adquiriu num leilão. (Como podem confirmar, há anos que os 'tachos do império' andam em leilão, só que ainda há muitos por leiloar e a preços exagerados). Um erro de cálculo ou fraca experiência do cozinheiro F. Sousa, ficou demonstrada ainda o almoço ia a meio. Que o digam todos aqueles que nem sequer provaram o ensopado de borrego. Outros em surdina comentavam, que era apenas golpe de mestre do cozinheiro para demonstrar as suas qualidades e fazer soar a ideia de que a iguaria estava tão boa que nem chegou para todos. Cada um tire as ilações que quiser, mas prometo para a próxima ser mais generoso nas quantidades de matéria prima a introduzir no tacho. De realçar que o bacalhau à moda do mestre Flôxo teve que salvar as honras do convento, mas aqui também a experiência contou muito, pois o mestre 'Manel' preparou dois tachos do fiel amigo, já a contar com algum percalço que podesse vir a ocorrer ao colega aprendiz de cozinheiro. Golpe de mestre, como se costuma dizer ou coisas de caminhadeiro.
Mesmo em cima da hora do almoço, quis a Tina Rita (esposa do Carlos Evangelista) supreender o grupo com a sua presença. Outras supresas da sua autoria apareceriam mais tarde, mas já lá vamos.
Findo o almoço, houve oportunidade para amenas cavaqueiras e um interessante mano a mano entre o Manuel Flôxo e o António Clemente, em que cada um tentava diplomadicamente fazer valer perante o outro as qualidades impares das suas aguardentes velhas. Eu e mais uns quantos incautos que as provaram, ainda hoje estamos sem saber para que lado podiamos pender, mas temos a certeza que bebendo um pouco mais de qualquer uma delas, pendiamos certamente para o chão.
A tarde já ia a meio, e enquanto o Chico Pires dava os retoques finais nos bastões medalhados com prata e bronze, um grupo de trovadoras acompanhados pelos cavaquinhos da Teresa Antunes e do Henriques iam ensaiando intra muros aquilo que pouco mais tarde se veio a concretizar num excelente espectáculo de música popular portuguesa. Diga-se em abono da verdade, que a presença da famosa voz do meio artistíco nacional chamada Anabela veio trazer ao citado grupo uma mais valia inquestionával. A sua simplicidade em interpretar com o grupo de vozes amadoras o Hino dos Caminhadeiros, foi sem dúvida um dos pontos altos da nossa festa. Em nome do grupo o nosso muito obrigado à Anabela pela sua generosa contribuição.
Aproveito o momento para com toda a justiça realçar alguns momentos importantes relacionados com a generosidade e sensibilidade artística de alguns elementos do grupo 'Os Caminhadeiros:
Tina Rita: – Já em Castro Verde nos tinha dado uma ideia das suas capacidades criativas e sensibilidade apurada em ver arte onde a maioria de nós vê coisas normais. Desta vez, às peças de pedra revestidas com as suas cores e desenhos muito peculiares, foi acrescentada uma ranhura para nela colocar uma fotografia de rostos em grande plano e expressões captadas com muita oportunidade. Assinadas pela Tina e pela sua musa inspiradora que é o Carlos, demostram bem como é fácil fazer arte com coisas simples. Só faltou o tal vidêo que o C. Evangelista nos vai mostrar em momento oportuno.
Joaquim Monteiro: - Com poucos kms e horas de caminhada com o grupo, teve em terras de Lavre momento de inspiração suficiente para compôr um lindo poema a todos nós dedicado. Dele nos declamou a 1ª parte, com a promessa de após o completar nos fazer chegar a versão final a colocar numa galeria de arte no nosso blog.
Armando Lourenço: - Surpreendeu-nos o Caminhadeiro Armando com a oferta de um DVD por ele mesmo criado. Nele constam uma seleção de imagens filmadas nas caminhadas em que participou na presente época.
Teresa Antunes e António Henriques: - Dois exímios instrumentistas amadores de cavaquinho, que acompanharam o grupo coral improvisado, mas antes dando a ideia de que fazem do cante popular a sua profissão. (Com receio de me esquecer de divulgar alguma das bonitas vozes femininas e masculinas, não vou mencionar nomes).
Finalmente ao Chico Pires pela disponibilidade prestada, tanto em termos pessoais como na melhoria das infra estruturas em benefício do grupo. De modo a simbolisarmos o nosso agradecimento, foi-lhe oferecido um troféu com o logotipo do grupo 'Os Caminhadeiros'.
Ao que convencionámos denominar como sessão solene, aconteceu para entregar os 'Diplomas de 1º Nível de Mérito e dedicação à causa Caminhadeira e novos Bastões de Bronze' ao Carlos Sales, Dores Alves, Carlos Evangelista, João Costa (recebido pelo Gilberto) e à Odete Vicente. De seguida, foram pela 1ª vez laureados com 'Diplomas de 2º Nível de Mérito e dedicação à causa Caminhadeira e Bastões de Prata' os Caminhadeiros Fortunato de Sousa, Luís Fernandes e Vitor Gonçalves. Tudo isto acompanhado com música de pompa e circunstância preparada pelos Luís Fernandes e sob o aplauso intenso de toda a assistência.
Novos Bonés e Polos com o logo do grupo 'Os Caminhadeiros', foram entregues como mandam as regras aos Caminhadeiros que completaram 50 e 100 kms respectivamente em percursos organizados pelo colectivo.
Assumindo o compromisso do ano anterior em que ficou decidido contribuir monetariamente para uma instituição de Solidariedade Social, efectivamos de novo esta nobre atitude para com a mesma instituição. Embora haja uma concordância genérica do acto em si, nem todos concordam com o caminho utilizado par lá chegar. Sou de opinião que também aqui o caminho se faz caminhando, pelo que é aconselhável deixar que o tempo nos ensine através do debate construtivo e nós nos abramos mais à sociedade como muito bem revelou o nosso amigo Caminhadeiro Manuel Pedro.
Terminada a sessão solene em termos formais, segui-se a sessão não menos solene mas muito mais aberta, onde o nosso sempre jovem caminhadeiro Manuel Flôxo pôs em evidência a sua arte de bem grelhar toda carne. Psechiu, reparem bem na arte do Flôxo a grelhar a carne, dizia um dos caminhadeiros que pela 1ª vez assistia aos dotes inquestionáveis do homem do grill. Enquanto a carne desaparecia no grelhador, em proporcionalidade directa também as cervejas e os vinhos frescos iam desaparecendo da arca frigorífica.
Porque ainda não nos é possível controlar o avanço dos ponteiros do relógio e a velocidade da terra em volta do Sol, iamos assistindo ao debandar dos Caminhadeiros e convidados em sentido inverso ao que tinham percorrido pela manhã. Todos no entanto com ar de quem achou por bem ter estado presente em mais uma caminhada de final de época do grupo 'Os Caminhadeiros' realizada no Monte do nosso amigo Chico Pires.
Saudações Caminhadeiras,
Fortunato de Sousa

P.S. - Uma breve palavra de agradecimento a todos os presentes, mas muito em especial para todos os que contribuiram de um modo ou de outro para que este evento final tenha tido sucesso. Também aos que pela 1ª vez se juntaram a nós (com receio de falhar não menciono nomes), esperamos ter correspondido às expectativas criadas e não os ter desiludido.
Como vamos entrar em período de férias de verão, proponho um desafio a todos os Caminhadeiros: Que utilizem o blog como espaço de comunicação entre todos nós. Façam sugestões, critiquem de modo construtivo o que vos pareça estar mal ou menos bem de modo a podermos corrigir ou melhorar os processos na próxima época. Tragam ideias novas, que o caminho faz-se caminhando.