domingo, 31 de janeiro de 2010

Coisas de Caminhadeiro 2008 / 2009

Bom dia pessoal! Olá, como estás? Bom dia meus senhores! O fulano hoje não pode vir. Há sempre um gajo a atrasar isto tudo. Frases soltas, quase só som. Não valem por si, nem valem p'lo tom. Informal, quase banal, usado sem tacto, meio abstracto. Só para estabelecer o contacto. E nesse afazer, também se pode dizer: Hoje é capaz de chover. Ou contrapor: Hoje vamos ter calor. Então? Quantos quilómetros são? Até alguém dizer, em voz de comando: Bom, o melhor é ir andando.
E lá vamos amar o exercício, sem sacrifício. A natureza, a sua beleza. Amar a aventura, a água pura. O belo. O castelo. O céu aberto, que fica mais perto. As árvores e outras plantas, que são tantas. E os animais, belos demais. O veado, o corvo, o javali. Não viste? Passou por ali! Até se ama a borboleta, e a conversa, que às vezes até é da treta. E ama-se também o inesperado, o surpreendente, o precalço, o passo em falso, a queda, o tratamento, as enfermeiras, o enfermeiro, o sair inteiro. Coisas de Caminhadeiro.
E caminhando, o grupo distende-se. Mas entende-se. Uns falam baixo, parece que a medo, como quem conta um segredo. Quase em surdina, que não é coisa Bernardina. Outros falam mais alto, de modo sonante, que o assunto é apaixonante. Alguns vão devagar, p'ra não cansar e melhor apreciar. Também há o que acelera, que o almoço está à espera. Ou será algo mais motivante? Se calhar é o restaurante! E chega o mais ligeiro. Depois o segundo e a seguir o terceiro. Por fim o último que também é primeiro. E num instante, estamos no restaurante.
E vamos continuar a amar a natureza. Agora no que ela nos põe sobre a mesa. A comida, a bebida na justa medida, a vida. E vêm a água, o vinho e a cerveja, de cuja falta Deus nos proteja. Também vem a lista p'ra dar uma pista. Carne ou peixe? Estranho dilema dos que podem escolher, que outros há que só queriam comer. Mas não podendo resolver o problema, alguns resolvem pelo menos o dilema. E p'ra que o apetite não se queixe, racham a carne e racham o peixe. Com a chegada do cabrito no forno, o ambiente que já estava a ficar morno, pouco depois já fervilha. Os carapaus estão uma maravilha! Um outro insistia: Prova o cabrito, está uma categoria! Também chega a sobremesa, às vezes uma surpresa. Até que alguém, às vezes de pé grita: Quem quer café? Quem quer café? E vem o cafézinho, que no contexto, para alguns mais não é que um pretexto, pra beber um whiskinho. Só mais um cheirinho! Nesta altura já está quase tudo quentinho. Nota-se pelo burburinho. O tempo foi passando, a comida foi-se comendo e bebida bebendo. E se é certo que não se despejaram toneis, não é menos verdade que o ruído aumentou uns decibéis. Muito embora, esta subida sonora, juro e assino, nada tenha a ver com o Bernardino. São a caloria, a alegria e um pouquinho de euforia, que geram este calor. Calor do tipo que com frequência leva ao amor. Ou ao humor.
Piriri-pororó. O mago Merlim não está. O Rei Artur, também não. E mais, a mesa não é redonda, mas somos todos iguais. Piriri-pororó, piriri-pororó. Só disse dois piriri-pororó, como convinha, já que no meu entender (ideia minha), por baixo da mesa só pode ter sido uma rapidinha. Piriri-pororó. A gargalhada solta-se, franca, aberta, colectiva, unânime. E quando o gargalhar esmoreceu, toda a gente percebeu que afinal, o mago estava lá. Era o Gil. E estava também o Rei, o Senhor, na pessoa de sua majestade o Humor. E nesta côrte virtual, de gente simples, sem orgulhos nem famas, também estavam cavaleiros, alguns com suas damas. No ar e nos rostos, ficam a pairar, o relaxamento, a satisfação, a boa disposição. Frutos da poção do mago, da qual também eu bebi um trago, e que continha certamente, entre mais um ou outro ingrediente, um perfume, talvez de rosa, e o sabor e aroma de uma boa bebida espirituosa. A ambiência é sã. A convivência pura. E depois desta abundância, de tanta fartura, só mesmo um caldinho... de cultura.
O Museu. A arqueologia. A vinha. E enologia. As aves. As caves. As músicas. As canções. Nossas e do mundo. Nem sempre afinadas, mas muito participadas. Como no Inácio do Túlio, que nos trata como Reis, sem nos lesar o pecúlio. Também se visita a Sé. A fé. O convento. O que está lá dentro. O Entroncamento. O encantamento. A locomotiva, a carruagem, o vagão. Bernardina paixão. Desta vez porém, não juro nem assino, mas afirmo sem temor, que agora, sim senhor, me refiro ao Bernardino. E é olhando as tradições, os costumes, as canções, e lembrando as vitórias, as glórias e memórias de quem fomos, que melhor ficamos a saber quem somos. E nesta aparente mistura de grelos, passamos momentos... muito belos. Seis horas? Já? Chá! É a hora do chá!
E o chá bebe-se no Café, na Cervejaria, na Pastelaria, onde calha. Sem chá é que não, Deus nos valha! E há chá para todos os gostos, de muitos odores, sabores e de várias cores. Chá de Tília, Camomila, Lúcia Lima, Princípe, Cidreira. Chá branco, chá vermelho, chá verde, chá preto. E não é estranho, haver quem o beba com gelo, e castanho. Já para não falar de quem pede e assuma, gostar do chá loiro, com espuma. Porque o importante não é o chá. É a hora. É a hora de abalar. Sem dramatizar, pois todos sabem que é preciso ir... p'ra voltar. E tal como de manhã, repete-se o afã, agora para desfazer o contacto. Do mesmo modo sem tacto, igualmente abstracto. - Bom, a gente vai-se pôr a andar. Amanhã não te esqueças de telefonar! Ó mano, vai com o fulano ou com o beltrano? P'rá próxima não sei se posso vir. Tenho que bulir. E lentamente, vão partindo todos, crentes e ateus. De volta ao lar, de volta aos seus. Foi a hora do chá!
E de tanto falar em chá, chá, chá, de que me havia de lembrar? Do tango, está bem de ver (como se me pudesse esquecer).
De Unhais. Da Serra. De Unhais da Serra. O Hotel. O conforto em bom porto, encastoado na natureza. Tão bela, que quase nos deixa sem fala. É preciso arranjar uma sala. A recepção. Vou já lá acima largar a mala. É preciso arranjar uma sala. As caminhadas. Qual delas a melhor. A Serra, agreste mas óptima p'ra um passeio pedestre. Tiago, o guia. Cuidado com esta vala. É preciso arranjar uma sala. Vamos falar com o Tiago. Pode ser que arranje uma sala, sem alcavala. Mas é preciso arranjar uma sala. Chiça! Que o homem não se cala. Precisa de uma sala. E finalmente, como acontece com quase tudo na vida, também na dança, quem porfia sempre alcança. Temos sala! Quanto ao resto, o Luís que é gente fina veio prevenido. Trouxe a música e a bailarina. A sua. A Lina. E à hora aprazada, na sala a meia luz, cúmplice da intimidade e sensualidade do Tango, a exibição começa. Não! Não! Não é uma exibição. É mais uma demonstração, é mais um curso. E o mestre começa. Um, dois e três e ... não, não está a contar quem pagou, nem quem falta pagar. E continua. Um, dois e três e ... não não, porra! Também não está a contar o caroço p'ra pagar o almoço. Agora está noutra andança. O que ele conta, são os passos da dança. E o mestre persiste. Um, dois e três e quatro. Agora, o cavalheiro passa a perna por dentro. E eu estou atento, venerando e obrigado. Mas continuo sentado. E bem pode insistir até cinco, seis e sete e oito, que mesmo assim não me afoito. Não que seja manco. Sou só pés de banco. E escusam de rir, que não fico envergonhado. Estava bem acompanhado. O curso prossegue, e o Fernandes como nós, está feliz. E eu acrescento, sem querer ser Juíz, que também está esperto o Luís. Ele sabe que dançar é como caminhar. É caminhar no ar. É o mais perto que o homem está de voar. E sabe também, que gostar de dança é uma graça, e que saber dançar é um bem. Por mim, contento-me com a graça, pois cada um vôa... com as asas que tem. E o curso durou o tempo que o mestre quis. Ou, direi p'ra ser mais conciso, que durou o tempo que quis, mas não o que era preciso. O Luís impava de satisfação. Creio mesmo que o ouvi pensar: Viram-me em queda? Tinham de me ver em ascensão. E chegou ao fim, o curso. E tendo sido um curso, como é lógico, foi pedagógico. Mas também foi bonito. Foi divertido. Foi porreiro. Foi coisa de Caminhadeiro.
E por agora chega! Não que tudo tenha dito, mas vou acabar este escrito. Que não é verso nem é prosa, nem é cravo, nem é rosa. É um curto passeio mental, pequena caminhada da mente, feita na cadência do andar. Que só queria ter cheiro, ficar no ar. Não gostaram? Paciência. Foi só uma experiência! Gostaram? Porreiro! Também é coisa de caminhadeiro.
Um abarço do Chico
P.S. - Só mais um reparo, p'ra que tudo fique claro. Se alguém de quem falei, ou por acaso filmei, se sentir incomodado, e quiser ser compensado, desde já fica avisado: Só tem um meio... Ir ao fundo de maneio.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

10ª. caminhada - Época 2009 / 2010 - Parque Florestal do Monsanto - 27 de Janeiro



Data da Encontro: 27/01/2010
Local: Parque Florestal do Monsanto
Percurso: 10,6000 Kms; 02:20 Horas

Caminhantes: Armando Lourenço; António Henriques; A. Pires; Bernardino; Carlos Sales; Dores Alves; F. Sousa; Gil Furtado; Lídia Albuquerque; Luís Fernandes; Manuel Pedro; Manuel Reis; Maria do Céu; Odete Vicente; Pedro Albuquerque; Carlos Evangelista; Victor Gonçalves.
Organizador: António Dores Alves
Almoço: Restaurante: O Jugo do Lavrador (Tel. 217163782) Preço: € 20,00
Próxima Caminhada: 10/02/2010 (Organiza: Bernardino e António Pires).
Fundo de Reserva: € 667,00
Reportagem:
Mais uma caminhada, desta vez no pulmão de Lisboa, num espaço com cerca de 1.000 hectares, 17 caminhadeiros sem receio do vento frio que foi uma constante até ao final do dia, percorrendo algumas áreas cuja vegetação é bastante diversificada.
O caminhadeiro Pedro Albuquerque (a quem desde já se agradece a disponibilidade) como perfeito conhecedor deste emaranhado de percursos pedestres possíveis, foi o nosso guia, levando-nos a alguns pontos onde a visão de aspectos tão diversos como o Rio Tejo e as áreas urbanas de Lisboa, as Serras de Sintra e Montemor e toda a zona saloia envolvente à cidade, inclusive a zona Sul do Tejo.
Na passagem pelo Parque Recreativo da Serafina, alguém ficou preocupado com o Bernardino, receando que o confundissem com as crianças que por lá brincavam. Tudo não passou afinal de bocas da reação.
No miradouro da Luneta dos Quartéis, o Manuel Pedro perante paisagem tão carregada de cimento e betão que dali se avistava, pediu muito solenemente, para retermos aquela visão, pois era cenário que estava em vias de extinção.
Para grande surpresa da maioria dos caminhadeiros, o renovado Gil Furtado manteve-se até final do percurso quase sempre no pelotão da frente. O segredo, ou a fórmula da poção mágica, só ele a poderá revelar, mas as próximas caminhadas serão reveladoras da verdade: regra, ou excepção.
O almoço foi a contento de todos, embora o Bernardino fizesse algumas insinuações depreciativas, que mais tarde foram esclarecidas.
A visita cultural ao palácio dos Marqueses de Fronteira pelas 15h30 onde o nosso guia
Frederico começou por nos informar das regras da visita (nada de ir á casa de banho sozinho) e outras.
O Palácio Fronteira, foi construído em 1640 como pavilhão de caça para D. José de Mascarenhas o primeiro Marquês de Fronteira.
A casa e o jardim têm belos azulejos cujos temas vão desde as batalhas a macacos que tocam trombetas.
Embora o palácio seja ocupado pelo 12º Marquês, algumas salas, a biblioteca e o jardim puderam ser visitados.
Tivemos o famoso chá na Catedral do Glorioso S.L.B. e até não se ouviram reclamações da parte dos verdes. Até deu para ver o ídolo Eusébio ao vivo.
Saudações Caminhadeiras,

António Dores Alves

P.S. Saudamos a primeira presença da Lídia Albuquerque, esposa do Pedro, a quem desejamos não ter desiludido e esperamos vê-la mais vezes nestas caminhadas.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

10ª Caminhada 2009/2010- Parque Florestal do Monsanto - 27 de Janeiro

Amigos caminhadeiros,

Estão convocados para a 10ª. Caminhada da presente época, a realizar em 27/01/2010 no parque Florestal do Monsanto em Lisboa.
A concentração será em frente ao Estádio Pina Manique (estádio do Casa Pia).
O percurso de dificuldade média /baixa será de aproximadamente 10 Kms.
A partida está prevista para as 10 horas.
Comuniquem as vossas presenças através dos canais de comunicação habituais até ao final do dia da próxima 2ª. Feira, dia 25.

Saudações caminhadeiras.

António Dores Alves

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

9ª Caminhada Época 2009/2010 - Almeirim 13 de Janeiro




Data do Encontro: 13/01/2009
Local: Almeirim
Percurso: 12,100 Kms 02:20 Horas

Caminhantes: A. Henriques; A. Pires; Bernardino; Carlos Evangelista; Carlos Sales; Chico Pires; Dores Alves; F. Sousa; Gil Furtado; Gilberto santos; João Costa; Luís Fernandes; Manuel Reis; Maria do Céu; M. Flôxo; Nela Costa; Odete Vicente; Vitor Gonçalves;
Organizador: Vitor Gonçalves
Almoço: Restaurante 'O Forno' (Tel. 243.592.916) Preço; € 15,00
Próxima Caminhada: 27/01/2010 (Organiza: Dores Alves)
Fundo de Reserva: € 617,00
Reportagem:
A 1ª caminhada da 2ª década do século XXI do grupo 'Os Caminhadeiros', teve partida e chegada na bonita cidade ribatejana de Almeirim, sob a impecável organização do experiente 'Caminhadeiro Mor' e velha raposa do grupo, que dá pelo nome de Vitor Gonçalves. Pois para demonstrar às gentes corajosas e destemidas do Ribatejo, que há pessoas de outras paragens não menos arrojadas, 18 fortes caminhadeiros/as vindos de Lisboa, enfrentaram de peito aberto a intempérie que tem assolado o país nos últimos dias. E para espanto de todos, foi afinal a intempérie que se amedrontou perante a coragem destes valentes caminhantes e abríu tréguas durante a manhã para que a caminhada se realizasse em amenas e tranquilas condições meteorológicas. O António Henriques e a maior parte do grupo continuam convictos de uma parceria secreta entre S. Pedro e o grupo 'Os Caminhadeiros', que nos protege da chuva em dias de caminhada. Por sua vez, o Gil Furtado refuta literalmente esta possibilidade. Fiel às suas convicções e duvidando dos superiores poderes do Santo, nem sequer iniciou a caminhada. Ou vá-se lá saber, se não foi por receio das represálias que o Apóstolo preferido do Divino Mestre poderia exercer sobre a sua falta de fé. Ele que o diga se souber.
Depois de 12 Kms percorridos em pouco mais de 2 Horas, nada melhor que que uma reconfortante e típica 'Sopa de Pedra' para repôr as energias. Dos muitos e bons restaurantes que por aqui abundam, o organizador Vitor Gonçalves em boa hora escolheu 'O Forno', que completou o repasto com uma deliciosa 'Caldeirada de Cherne' e uma suculenta 'Grelhada Mista'. Este variado leque de opções, permitiu aos 18 caminhadeiros/as apreciadores da boa mesa, poder retemperar o esforço dispendido de acordo com as motivações desencadeadas pelas suas papilas gustativas.
Terminado o repasto a contento de todos, demos continuidade ao programa do dia, com a visita às instalações de uma das mais antigas adegas do Ribatejo que dá pelo nome de: 'Quinta do Casal Branco'. Uma curta introdução efectuada pelo Sr. David Ferreira (Director Comercial), e complementada pela visita guiada à adega conduzida com toda a simpatia da Eng. Cátia, permitiu-nos recolher preciosa informação sobre esta nobre arte de produzir vinho (aqui ainda pisado a pés).De salientar o processo muito interessante de elaboração do Vinho Espumante. Uma resumida prova a alguns dos néctares aqui produzidos, permitiu esclarecer dúvidas sobre as opções de compra com que terminámos esta interessante visita.
O tradicional 'chá' de final de dia foi desta vez ingerido numa simpática pastelaria em Benfica do Ribatejo, cujo proprietário nos confidenciou ter sido este o dia que mais chás serviu só de uma assentada.
Apenas uma palavra de 'Boas Vindas' ao Carlos Evangelista (convidado da caminhadeira Maria do Céu), que pela 1ª vez nos acompanhou nestas tão saudáveis tarefas e que esperamos não ter desiludido as suas expectativas.
Saudações Caminhadeiras, e até dia 27 em Monsanto sob a batuta do António Dores Alves,

Fortunato de Sousa

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Convocatória - 9ª Caminhada, Almeirim 13/01/2010

Caros Caminhadeiros,
Convocam-se os Caminhadeiros para 9ª caminhada da presente época, a realizar em 13/01/10, que terá lugar em Almeirim.
A concentração será no parque de estacionamento na R. de Coruche junto à Praça de touros em Almeirim. (N 39º 12' 06" W 8º 37' 39"). O percurso de dificuldade média/baixa, será de aproximadamente 10 Km, e o almoço em Almeirim.
A hora de partida está prevista para as 10.15 Horas.
Confirmem as vossas presenças à caminhada através dos canais de comunicação habituais, até ao final do dia da próxima 2ª-Feira dia 11.
Saudações caminhadeiras,